Queria me esconder do mundo,
Me disfarçar como plano de fundo,
Sem dor pra habitar tudo,
Me embalar em um sono profundo.Se teu silêncio fosse sim,
A felicidade seria dona de mim.
E o amor que escorreu dos lábios já não teria sido tão ruim assim.A tristeza normalizou,
No caís da minha alma, encalhou.
No meu peito, se demorou.
Parte de mim, agora se tornou.Pela intensidade eu zelo
Pelo amor eu rezo,
Por ele, construo um elo.
Prezo sentir o que é belo.Tu.
Não deixe mais meu coração na prateleira, juntando poeira.
À beira,
Do abismo.Besteira é se agarrar no cinismo.
De vez em quando,
Queria não ser pranto.
Queria ser otimismo.Pra mim, sou substantivo,
Pro mundo, pretérito, sem motivo.
Meu predicado é destrutivo.
Fenomêno inativo.Eu errei, nem sei.
Me apeguei e sonhei.
Quis maneiras de não apagar a luz,
Não ter que carregar essa cruz.Sou vidro em um mundo de pedras.
Quebradiça, piegas.
Derrubar muros, quebrar regras
Tatear amor pelo teu corpo às cegas.Mas você é imprevisível.
Você é docemente inacessível,
Amargamente impossível,
E eu, perigosamente invisível.Diante disso, é iminência
Sentir tua ausência,
Um amor que nunca floresceu.
Um toque que me corroeu.Uma dor fria.
Incontáveis noites vazias.
Nem a melhor das poesias
Poderia me salvar dessa agonia.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Meu céu nublado
PoetryHá uma certa agonia, uma certa solidão no passar dos nossos dias. O que diz a tempestade que habita nosso peito cansado?