Capítulo 5

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Sirius colocou seu braço ao redor da cintura de Remus e o puxou mais pra perto enquanto andavam pelo Beco Diagonal. Eles acabaram de sair de um excelente jantar num restaurante novo dali, o local estava vazio a não ser por alguns boêmios se divertindo naquele sábado a noite. O casal estava comemorando o aniversário deles de 8 anos juntos.

"Aquela sobremesa estava incrível, eu poderia comer mais"

"Você é um chocólatra, Moony, precisa de tratamento"

"Não sou não. É uma questão de reconhecer o que é bom na vida"

"O primeiro passo pra curar um problema, é reconhecer que se tem um problema, amor"

"Sabe o que mais não é um problema que eu tenho, amor?" Monny disse num tom provocante com um sorriso torto nos lábios, se posicionando de frente e puxando Padfoot, pela jaqueta de couro, para mais perto de si.

"O que?" Respondeu Sirius, se fingindo de desentendido

"Isso" E Remus o beijou. Primeiro na ponta dos lábios, depois aprofundando, sua língua explorando a boca do moreno, seus dedos entrelaçados nos cachinhos dele. Depois de tanto tempo Remus ainda achava mágico como eles se mexiam em perfeita sintonia, como eles antecipavam os movimentos um do outro, como ele ainda sentia os fogos de artifício no boca do estômago.

O casal passara por muitas coias durante todos esses anos. Inclusive muitas brigas aconteceram, mas o casal aprendeu a conversar para se resolver devido ao comprometimento assumido um com o outro e à Harry.

Harry estava com 10 anos agora. 11 no mês que vem. Ele mantinha um calendário na parede de seu quarto, marcando um X para cada dia a menos para a chegada de sua carta de Hogwarts. Ele estava ansioso para ver o local que servira de casa para seus pais e seus tios, que servira de cenário para tantas aventuras que ele ouvia como histórias desde tão novo.

O menino não tinha muito contato com o mundo da magia fora de casa, na verdade. A não ser pela casa de Ron, aonde costumava passar algumas semanas do verão. Das poucas vezes que fora a algum estabelecimento bruxo, fora recebido com ânsia e indiscrição, coisa que seus tios não gostavam.

Ele sabia porque, é claro: Ele era o Menino-Que-Sobreviveu. Mas na verdade ele era só Harry. Só um garoto que perdeu os pais muito novo, que gostava de cozinhar e que era bom em matemática. É claro que de vez em quando ele fazia todos os lápis da sala voarem como pássaros, ou levitava a água dos copos de seus tios, e ainda teve aquela vez que ele libertou uma cobra do zoológico, tudo com magia. Mas no geral, ele era só Harry.

Agora o menino também entendia o que acontecia com tio Moony nas noites de lua cheia, mas ele estava melhor agora. Haviam surgido novas poções que tornavam o processo menos doloroso.

Algo que aconteceu que fez Remus realmente acreditar que era amado e parte efetiva daquela família foi justamente numa manhã pós-lua cheia. Harry devia ter uns 5 anos na época, ele estava tornando difícil para Sirius arrumá-lo para a escola. Seu cabelo estava muito pior do que de costume e ele estava correndo do tio pela casa inteira, sem calças.

Remus estava de cama, descansando, chateado por ter adquirido novas cicatrizes no rosto, mas ouvia toda a perseguição com um sorriso no rosto. Sirius gritava "Harry, volta aqui!" e "Harry James Potter, eu não vou falar outra vez!" mas com todas as histórias que ele próprio fazia questão de contar e as pegadinhas que ele ensinava Harry a pregar em Remus, Padfoot tinha zero credibilidade para repreender as pegadinhas do afilhado.

Harry adentrou o quarto do casal rindo divertido, fechou a porta e subiu na cama com o tio.

"Tio Moony, me protege!" Remus, rindo, indicou Harry para debaixo das cobertas. Quando Sirius veio atrás o procurando, claramente irritado, Remus deu o seu melhor para fingir que não tinha ideia de onde a criança se escondera e, surpreendentemente, Sirius foi embora.

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