Flashback
-Abigail !- ouço atrás de mim e olho. Era a minha encarregada.- O patrão disse que quer falar contigo! -avisou e eu acenti.
O medo apodera-se de mim. Não podia ser despedida, não mesmo. E não há razões para tal, porque, aliás, nunca fiz asneiras nas encomendas, dou o meu máximo e entrego tudo sem ajudas, do que me é pedido.
-Rápido! Vai lá! -empurrou-me, aumentando o meu nervosismo.
Caminho até às escadas que vão dar para o escritório, observando todos os olhares em mim. Subo as escadas e no fim destas, encontro uma porta preta, onde bati.
-Entre!- ouve-se e eu opto por abrir mais a porta.
-Posso?- questiono envergonhada.
-Sim! Sente-se aqui! -profere o meu patrão apontando para uma cadeira em frente à sua ampla secretária. -Eu chamei-a aqui para lhe pedir um favor.- declara e eu olho-o com estranheza.
-Que tipo de favor?
-Recebemos uma proposta, vinda de uma grande empresa, para fazermos uns fatos para uma gala.- informa-me e eu continuo a olha-lo com uma expressão confusa.
-E onde é que eu entro?- digo mas logo me arrependo. Não podia responder assim ao meu patrão.- Hm...Desculpe!- acabo por exclamar e baixo a cabeça.
-Como são jovens, eu acho que és indicada para ires. Sabes que não é qualquer funcionária que consegue se abaixar para tirar as medidas.- explicou e eu concordei com a cabeça.
A fábrica é maioritariamente composta por cinquentonas com vida feita e filhos formados. Eu sou a mais nova, com 23 anos, dado que mal acabei o ensino secundário, onde tirei um curso profissional, entrei no mercado de trabalho, pelo dinheiro em casa não ser muito.
Tenho duas irmãs, sendo eu a do meio. Existe a Marli com 26 anos, sendo que esta trabalha numa loja de roupa, e Eva, com 21, e a única da família a ir para a universidade. Vivemos as três somente com a minha mãe, visto que o meu pai faleceu em miúdas. A minha mãe ocupa-se a tomar conta de crianças, como se fosse uma espécie de babysitter, não atingindo nesse trabalho, sequer o salário mínimo.Apesar de não gostar da escola, nunca desejei trabalhar aqui, sitio antônimo de liberdade. Todos os dias somos bombardeadas com horas extras, salários atrasados e boatos de falência.
-Deseja mais alguma coisa?- interrogo e ele nega, dando-me sinal para sair. Levanto-me e caminho para a porta.
-Abigail, tem mais 1400 peças para fazer hoje, por isso despache-se se não quer dar horas extra.- avisa e eu bufo discretamente. Olho para o relógio e perceciono que são 17:20.
Quarenta minutos para fazer 1400 peças. Estou fodida !
(...)
Entro naquele escritório, após ser conduzida por uma secretaria, deveras simpática e bonita. Aliás, o seu look discordava em tudo com o meu. O seu blazer rosa clarinho fazia pandâ com a saia lápis da mesma cor. Uns sapatos agulha de mais de 15 centímetros erguiam a mulher. Por outro lado, eu ia completamente normal, vestida com umas calças de ganga justas, uma camisola branca com decote em V e um casaco a imitar o cabedal.
Quando me desloco para o interior do comodo, visualizo 5 caras deveras conhecidas: os One Direction.
Nunca fui fã, mas simpatizante, sim. Tinha um fascínio por eles que ia para além da voz, e mais concretamente, pela sua aparência. Cheguei, devo confessar, a ir levar a minha irmã mais nova uma ou duas vezes a concertos deles, quando o dinheiro ainda chegava.
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THINGS I CANT ✨
Fanfiction'' -Tu não te importas de ser a 'outra' do Harry e teres um filho dele, sabendo que neste momento ele está debaixo dos lençois com outra ? - questionou e eu neguei. Sim, eu sou a amante de Harry e não me arrependo. '' pat_silva 2019|