10. Retornando ao inferno

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Você é o melhor

E, sim, eu me arrependo

Como eu pude permitir a mim mesma

Deixar você ir?

Agora a lição está aprendida

Eu toquei e fui queimada

Nina Sanders - Ponto de Vista

Meus olhos se abrem assustados. Pisco algumas vezes para me adaptar a claridade e sento-me olhando ao redor. Estou na casa de Justin, especificamente em seu sofá. Não me lembro de ter adormecido, mas isso não me importa agora. Lembranças me vem à mente quando me lembro do que aconteceu.

Oh meu Deus! Escondo meu rosto entre minhas mãos sentindo um pânico se iniciar. Justin agora sabia de tudo. Ele me culparia por matar nosso bebê, e com razão. Um soluço escapa quando penso que não posso recrimina-lo por isso. Ele vai me odiar e terá toda razão do mundo. Por que ele não o faria?

Os passos da escada me alertam automaticamente.

- Você acordou - Justin cruza seus braços e me encara. Ele está com os cabelos molhados, então julgo que tomou um banho. Sempre adorei sua visão assim.

- Eu... - engulo um seco. - Desculpe - sussurro.

Ele nega como se não fosse nada. - Acho que precisamos terminar nossa conversa - assinto. - Mas agora, Abby está terminando de se vestir... - me olha como se quisesse que eu adivinhe o que ele está pedindo. Quando ele percebe que não entendi, ele suspira. - Será que você poderia ir?

Isso dói. Ele me expulsando da casa dele dessa maneira. Sei que eu não tenho direito de ficar magoada, mas mesmo assim fico. - Tudo bem - sussurro me levantando. Encaro-o por um tempo enquanto ele faz o mesmo. Por um momento, gostaria de ter o dom de ler seus pensamentos. Será que ele está me crucificando em seus pensamentos? Será que ele imagina como nosso bebê teria sido? Ele estaria empolgado como está com Tibby? Ela sequer existiria se eu tivesse feito as coisas de forma diferente. Não! Ela só um bebê. Não é culpa dela, digo a mim mesma. Uma parte de mim se corrói por pensar isso, mas outra parte, a parte que ainda está em luto pelo meu bebê, deseja que ela nunca existisse.

- Nina - Justin suspira e para na minha frente. - Eu não estou expulsando você - diz como se entendesse o que eu penso. - Mas eu não quero... - parece escolher suas palavras. - Eu não quero você dentro da minha casa, perto da minha mulher ou da minha bebê - diz. É como um tapa na minha cara.

- Você acha que porque matei nosso bebê, eu poderia ferir o seu? - digo chocada. Eu jamais faria isso com ele. Jamais o faria passar por essa dor, novamente.

- Não! -- nega veemente. - Eu não quis dizer isso! - me olha chocado. - Mas como você acha que deve ser para Abby ter você tão próxima assim? Por mais que ela seja compreensiva Nina, ela não é de ferro.

- Se você acha que ela tem motivos para se incomodar - penso. - Talvez seja porque você ainda tenha...

- Não! - nega suspirando. - Pare de colocar palavras na minha boca, Nina- me acusa. - Você percebeu que quando faz isso, coloca tudo a perder?

- Me desculpe - estou esgotada. Cansada de sempre pedir desculpas.

- Apenas vá, tudo bem? - segura meu ombro. Meu corpo formiga com seu toque, quero mais. Quero que ele ainda queira me tocar. Céus! Eu faria tudo por isso. - Conversaremos melhor em outro momento.

Cacos Quebrados {j.b}Onde histórias criam vida. Descubra agora