1. Dia de Chuva

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~BOA LEITURA.

Quando meus pais se separaram e cada um foi para um lado eu não tive muito poder de escolha, minha mãe mudou-se de Daegu para Seul e meu pai preferiu voltar para o Japão de onde em um surto de raiva esbravejou que jamais deveria ter saído.

Minha irmã mais velha ficou com minha mãe e eu fui para o Japão com meu pai, eu sempre quis voltar para a Coréia do Sul, mas nunca imaginei que seria assim, nessas situações, apenas um vídeo foi o bastante para  desestabilizar a vida que conhecia. 

Nunca achei que ser gay fosse algo errado, ainda assim sempre preferi manter discrição sobre meus relacionamentos, porém uma única demonstração de afeto espontânea em um lugar não tão reservado fez tudo ir por água abaixo, rapidamente, fui do melhor aluno da escola, popular, inteligente, bonito, bom nos esportes um verdadeiro prodígio para o "veadinho" repugnante.

Meus pais apesar de me apoiarem com minha orientação sexual, decidiram que seria melhor voltar para Coréia e terminar o ensino médio lá, não só pelo vídeo, mas também por meu melhor amigo, Jung Hoseok, por nossas mães serem muito amigas crescemos praticamente juntos e agora sua mãe havia falecido, minha mãe que sempre o teve como um filho não hesitou em chama-lo para morar com ela assim que soube do ocorrido.

Quando a senhora Jung começou a adoecer Hoseok mudou, ele se fechou e mal falava como se sentia, começou a trabalhar em um estacionamento e numa loja de conveniência para ajudar nas despesas de casa, suas notas na escola começaram a cair, ele se mantinha forte e nunca dizia como se sentia e apesar de insistirmos muito ele não abandonou os empregos e sempre encontrava tempo para visitar a tia Jung no hospital. 

Ele fez de tudo para ajudar, infelizmente ela não resistiu, e quando deixou esse mundo Hoseok simplesmente desmoronou, após o enterro ele foi morar lá em casa, porém não saia do quarto, não estava se alimentando direito e também não dormia e quando caia de cansaço logo acordava gritando por causa de algum pesadelo.

Eu o conhecia bem ele não estava apenas triste, e foi por isso que não questionei a decisão de meus pais e por iniciativa própria comprei uma passagem só de ida para Seul.

O voo de Tokyo até Seul durava em média duas horas e dez minutos, mas eu estava tão ansioso que pareceu durar uma eternidade e quando o avião finalmente pousou sentia que na verdade havia se passado umas 10 horas.

Fui para a área de desembarque e mesmo estando cheia não tive dificuldade nenhuma para achar minha mãe, pois a mesma segurava com as duas mãos uma placa escrito: "TaeTae o filho mais maravilhoso que uma mãe poderia ter". Seus olhos me procuravam entre a multidão, não pude deixar de sorrir, minha mãe é a melhor.

— Filho! — Ela exclamou. Assim que me viu dobrou a plaquinha e correu em minha direção para me abraçar, pelo visto ela não perdeu nem um pouco da sua vivacidade, continuava tão alegre como sempre, apesar de parecer um pouco cansada e estar mais magra. — Senti sua falta.

— Também senti sua falta, mãe. — Falei retribuindo o seu abraço, aninhando minha cabeça em seus cabelos. — E eu amei sua placa.

— Sabia que iria gostar. — Ela se soltou do abraço e começou a me analisar. — Você está mais alto que eu agora e também está muito magro, não tem comida no Japão? Seu pai não te alimentava não? Á quando eu ver aquele...

— Calma mãe. — A cortei no meio da frase antes que ela dissesse algo realmente feio. — Só resolvi emagrecer um pouco, lembra o que te falei sobre tentar a carreira como ator?

Seu olhar se acalmou um pouco, mas logo ela pareceu brava novamente.

— E precisa passar fome pra isso? — Eu comecei a rir e seu olhar mudou de brava para indignada, como se não estivesse acreditando que eu estava rindo enquanto ela falava sobre algo tão sério.

Boys In Luv | TaeKookOnde histórias criam vida. Descubra agora