Capítulo 6

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  Chegando no refeitório, me deparo com um Peter de casaco preto e capuz com a cabeça baixa. Não sei se deveria ir até ele, eu ainda estou chateada com a atitude dele, porém, acho que ele nem deve se lembrar já que parece estar mil vezes pior que eu. Peguei uma salada de frutas para mim e um pouco de café para o Peter e fui me sentar junto com ele.

- Aqui, café ajuda na ressaca - falei colocando o café na sua frente.

- Oi... Obrigado - falou pegando o café.

- Você nunca bebeu tanto assim né? - perguntei.

- Não, nunca, e eu não me lembro de quase nada - falou alisando o cabelo.

  Claro que não, deve ter bebido a garrafa inteira que dei para ele e se não tentou arranjar mais bebida só para garantir que não se lembraria do nosso beijo.

- Se lembra que você fumou maconha? - perguntei.

- Sim... Isso me lembro, me lembro de pegar com algumas pessoas e depois só me lembro de você fumar também e aí apagou tudo - falou bebendo um pouco de café.

- Pois é... - disse.

- Eu fiz alguma besteira, não fiz? - perguntou parecendo assustado.

  Se você considerar me beijar uma besteira, então sim, você fez e ainda me pediu para beber só para esquecer o beijo, que idiota.

- Bom, você me pediu mais maconha e bebida depois que fomos embora, fora isso, nada - menti.

- Aí, sinto muito Luci, acabei com a sua diversão né? - perguntou chateado.

- Já estou acostumada a beber e depois ter que ficar de babá - falei rindo.

- Eu te garanto uma coisa, nunca mais vou beber tanto assim e fumar maconha - falou abaixando a cabeça.

- Não prometa algo que você não sabe se irá comprir - falei passando a mão no seu cabelo.

  Ele estremeceu com o meu toque e se encolheu mais ainda nos seus braços, por que ele parece ter tanto medo de mim? Eu nunca lhe fiz nada de mal.

- Qual o problema Peter? - perguntei confusa.

- O quê? - perguntou levantando a cabeça.

- Você parece que tem medo de mim, sempre que te toco é uma reação diferente - falei.

- Sério? - perguntou.

- Não se faça de sonso, me diz, qual o problema? - perguntei.

- Eu não sei... Talvez o fato de você parecer sempre está dando encima de todo mundo, e eu não sei se você está sendo a minha amiga ou tentando flertar comigo - desabafou.

- Pera aí, você está com medo de eu dar encima de você? - perguntei rindo.

- Sim, e isso não tem graça - falou.

- Claro que tem! Que merda Peter, eu sei que no começo posso até ter flertado com você, mas, saquei que você é o anjinho que não gosta de garotas como eu - falei fazendo ele ergueu uma sobrancelha.

- Anjinho? - perguntou.

- Sim, anjinho, o senhor inocente, eu ainda não consigo acreditar que você não seja mais virgem - provoquei.

- Nossa, você é muito ridícula - falou.

- Não consegue nem me xingar - falei rindo.

- Luciana, qual o seu problema? - perguntou se irritando.

- Meu problema? Peter, deixa de ser um covarde, você se arrepia com o meu toque e não é porque está com medo de mim e sim se sente atraído por mim, mas, você tem um medo, apenas um, de se apaixonar por mim e não ser correspondido - falei.

Como tudo começouOnde histórias criam vida. Descubra agora