Enemy || Jikook ||

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Sábado, o tão aclamado e esperado dia havia chegado. O clima era típico de um dia não muito bom, desde cedo estava nublado, dando pequenas pancadas de chuva, hora ou outra os raios solares passavam pela camada densa de nuvens, tornando o dia tão escuro quanto à noite. O clima estava ameno, considerando as altas temperaturas que se fazia no verão, porém por outro lado, era bom.

Se dissessem que todos haviam dormindo bem, estariam mentindo, todos estavam sendo comidos vivos pela ansiedade e pelo medo de não conseguirem prever o que aconteceria à seguir. Entretanto, o que lhes restavam era aguardar pelo horário marcado, para finalmente conseguirem entrar em ação.

Os membros da Bangtan aguardavam posicionados entre algumas árvores que existiam à alguns metros da fábrica. Olhavam ao redor atentamente tentando ver algum movimento suspeito e a audição de todos estava aguçada, afinal, precisavam prestar atenção no que acontecia para saberem a hora exata de entrar. As pistolas estavam situadas em suas mãos, prontos para saírem de suas posições à qualquer sinal.

- São duas horas agora, ele deve chegar à qualquer momento. - Namjoon sussurou no ouvido do líder, que sentia suas pernas balançaram incessantemente por conta da ansiedade.

- Jimin, você está pronto? Acabou de dar o horário. - JungKook falou através do walk talk preto em suas mãos.

- Estou pronto. Vamos nessa. - O garoto o respondeu confiante.

Não se passaram dois minutos depois que trocaram essas poucas palavras, e um carro prata estacionou na única ruazinha, de terra, que dava acesso ao local. De lá, desceu o garoto platinado, apesar de tudo estava bem vestido, elegante até demais para o que iriam fazer, porém se fosse para morrer, preferia morrer estiloso e bonito. Passou pelos rapazes lançando-lhes um olhar discreto, deu um pequeno sorriso e em seguida continuou o caminho único que o lugar proporcionava.

Enquanto andava, não conseguiu deixar de reparar nos enormes portões de ferro enferrujado que protegiam o lugar, tudo estava caindo aos pedaços, existia lodo espalhado pelo chão -devido a vegetação próxima e as constantes chuvas,- havia barris largados por todo o pátio, uma escada enferrujada jogada no chão e até mesmo animais, como ratos, podiam ser vistos mortos pelo chão. Era um lugar nojento.

Engoliu seco assim que se deparou com a entrada da fábrica, à partir do momento que passasse por ali, não sabia o que poderia acontecer consigo. Provavelmente Seung Chul estaria ali para o recepcionar, humilhar e lhe matar lenta e dolorosamente, completando enfim sua vingança, porém isso definitivamente não iria acontecer. Não podia acontecer. Ele havia tantas coisas para fazer ainda, tantas coisas que deixou de experimentar, não iria morrer no ápice de sua vida, existia uma pessoa que precisava dele.

O garoto, vestido todo de preto, com um casaco de gola alta, calças de couro, boné e máscara; teve a certeza de que não morrereria, pelo menos não hoje. Juntando toda a coragem que tinha, começou a mover suas pernas de forma apressada até a entrada da fábrica, conforme se aproximava, sentia o ar se tornar mais pesado, mais denso, algo no ar não lhe passava uma sensação boa, seu corpo estremeceu.

Engoliu seco pela segunda vez, seguido de um longo e profundo suspiro, fechou os olhos momentaneamente e depois sorriu convicto de que aquilo era o certo. Sem enrolar mais, seguiu em direção à porta, empurrando-a com força com o ombro, quando a mesma finalmente se abriu, o platinado teve a visão de como era lá dentro. Existia várias escadas enferrujadas devido ao passar dos anos, tinham máquinas e esteiras quebradas, itens confecionados jogados no chão, até mesmo a natureza começava a tomar posse do lugar, nas rachaduras presentes nas paredes, cresciam pequenas plantas.

Adentrou dando pequenos passos hesitantes, olhava ao redor tentando achar alguma alma viva ali dentro e sentiu seu coração gelar ao ouvir passos atrás de si. Parou abruptamente e virou-se para trás, tendo a visão do homem que havia tornado a vida de todos um inferno. Kim Seung Chul estava à sua frente, e se tudo ocorresse bem, seria a última.