Capítulo 2 - O Porão

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No fim da tarde, meus avós se sentaram no sofá quando eu e Jana bebíamos chocolate quente.
_ Vovó, conte-nos histórias - eu pedi.
_ Humm... Claro. Que tal a história de GhostCity? - perguntou vovó.
_ Sim! - Jana exclamou.

"Há algum tempo, um homem resolveu construir sua casa na atual Rua Tumbleweed Nº 13.
Todos o invejavam por estar sempre feliz e as outras pessoas também se mudaram. Dizem que o homem não ficou satisfeito, mas conversava com todos e continuava sorrindo."
_ Que sinistro - falei.

"A cidade estava feita. Mas o homem que a fundou morreu logo depois aos 40 anos. Ninguém sabe a causa da morte, nem encontraram seu corpo. Todos os habitantes ficaram de luto.
Muitas pessoas daqui a partir desse momento simplesmente desapareceram. Mas não fiquem assustados, provavelmente essas pessoas se mudaram sem aviso prévio."

Depois que vovô terminou ouviu-se o estrondo do trovão.
_ Parece que está vindo uma tempestade - disse vovó.
_ Então vamos descansar, querida.
Jana interveio:
_ Más já vamos dormir??! Somos adolescentes, não dormimos a essa hora!
_ Verdade. O que podemos fazer? - perguntei.
_ Lá embaixo tem um porão. Podem explorar.

Antes de vovó e vovô irem dormir nos mostraram o porão. Encostamos na porta e ela abriu, estava bastante velha. Apertei o interruptor e uma luz incandescente iluminou o local.
Descemos a escada e observamos. Era organizado e tudo tinha uma grossa camada de poeira.
_ Nossa! Vamos ter que escavar para encontrar algo - falou Jana.
_ Os avós e sua mania de guardar coisas - eu disse.

Jana muito esperta começou a revirar tudo e eu a ajudei. Nisso pensei em nossa amizade, ela era a amiga ideal: inocente, inteligente e aventureira. Uma perfeita parceira. Pegamos uns livros, mas quando abrimos percebemos que as letras já estavam desaparecendo. Jana jogou-os de lado e fez uma cara de decepcionada. Ela me fez acreditar que livros escondem grandes mistérios, principalmente os antigos. Ouvimos alguns ruídos, mas continuamos. Do porão não dava para escutar muita coisa, mas por uma pequenina janela de vidro que tinha ali víamos os relâmpagos. Observei Jana ficar na ponta dos pés para pegar um livro no alto da prateleira.
_ Espere!
Ela congelou.
_ O QUÊ?!
Perto dos seus pés havia um pequeno baú. Fui até ela, me agachei e o peguei.
_ Que gênio! - ela exclamou.

Sendo assim nós dois nos sentamos no chão. Jana observou a belíssima caixinha com enfeites dourados. Deixei que ela fizesse as honras e abrisse o baú. Dentro dele havia um mapa, eu o peguei e o abri no chão. Examinamos atentamente. Havia alguma coisa de diferente nele.
_ Você conhece esses lugares? - me perguntou Jana.
_ Acho que não. Só tem números e algumas referências - respondi.
_ Esse deve ser na floresta - concluiu Jana observando o desenho das árvores ao redor do número 1 - O que vamos fazer?
Ela olhou para mim. Ajeitei os óculos e sorri.

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