Capítulo 4 - O Cemitério

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Assim que chegamos meus avós, que estavam na sala, perguntaram:
_ Meu Deus! O que há com vocês?
_ Viram um fantasma?
_ Nada – respondi – Só corremos demais.
_ HAHAHA! Adolescentes, sempre mentindo – falou vovó.
Não entendi o que ela quis dizer, mas acho que Jana entendeu, pois suas bochechas coraram.
Segui para o quarto e ela também. Ao chegarmos lá retiramos as mochilas e nos sentamos na cama. Depois de um breve silêncio eu perguntei:
_ Eles estavam mortos?
_ Acho que sim. Mas... Por que se mataram? Aqui é uma cidade tranquila, lembra?
_ Sim. Talvez as pessoas nem saibam que eles estão mortos – observei.
_ É isso! – Jana exclamou levantando num pulo.
_ O quê? – interroguei.
_ As pessoas que "desaparecem" ou "se mudam", na verdade estão mortas nesses lugares!
_ Não é possível – falei.
_ Para saber, temos que continuar! – bradou ela.
Jana tomou o mapa das minhas mãos e colocou o dedo no número dois, que tinha algumas cruzes em volta. Era o cemitério. Fiquei com um pouco de medo do que iria encontrar lá, mas eu precisava seguir adiante. Meus avós nos chamaram para almoçar. Então eu e Jana descemos. Depois do almoço nós conversamos um pouco.
_ E o cemitério, vovó? – perguntei
_ Ah, quase não tem túmulos – respondeu ela.
_ Será que tem algum morto lá? – Jana perguntou.
Vovô riu.
_ Certamente, minha filha.
Ajudamos a retirar a mesa. Avisei meus avós que iria novamente passear pela cidade, pois não vimos tudo hoje de manhã.
_ Essa desculpa não vai durar muito tempo – falou vovó.
Sorri e fui me arrumar. Jana já estava pronta, apenas peguei minha mochila e limpei os óculos.
Descemos a escada correndo e saímos como um foguete. O cemitério ficava um pouco afastado, então pegamos um ônibus até lá. Havia poucas pessoas. Tive a ideia de perguntarmos algumas coisas a elas. Jana anotou algumas respostas: 1) As pessoas eram sociáveis e não comentavam sobre as pessoas que sumiam. 2) Não acreditam em assombração. 3) Normalmente todos os habitantes se reúnem para a missa do 3º domingo. O que nós dois concluímos é que seria difícil encontrar respostas para todas as perguntas que ainda iriam surgir.
Chegamos ao cemitério, estava bem limpo e tinha algumas árvores. Começamos a observar apesar de o local ser apropriado para se encontrar mortos. De início não havia nada de anormal, até avistarmos um túmulo e acima dele uma pessoa. Nos próximos. De perto vimos que era uma jovem, muito bonita por sinal. Ela usava uma calça jeans que era grudada ao corpo, uma camiseta e uma blusa de cetim; seus cabelos eram lisos, longos e castanhos; a boca era coberta por um gloss cor de vinho e os olhos tinham um degradê marrom. No seu pescoço tinha um corte e sangue.
_ Está morta – afirmou Jana.
_ Será que se matou? – interroguei.
Jana observou o túmulo e viu a foto de um menininho.
_ Deve ser filho dela.
_ Será que se matou de saudade? – opinei.
Jana começou a pensar e logo após respondeu:
_ Não! Se ela tivesse se matado haveria alguma faca ou gilete, alguma prova por aqui.
_ Verdade. Mataram ela, e caso alguém encontrasse o corpo pensaria que se matou! –
exclamei convicto.
De repente ouvimos um barulho. Viramos para trás e vimos um vulto. Concluímos que era
melhor sair dali antes de sermos as próximas vítimas.

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