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#1 Trending Topics

— Puta merda, não pode ser! – Marina vocifera, olhando para Laura que estava sentada do lado de fora do prédio, pois havia sido expulsa pelos seguranças. — Perdeu o juízo?

Laura é segurada por um policial, enquanto Lavínia solta beijinhos no ar. Marina encara o policial com um sorriso não muito bom para Anderson.

Nada mal.

— Coração, me diz aqui rapidinho, como é que eu faço pra você me prender também? – pergunta. — Bater, prender, enfim...

— Que pouca vergonha! – Anderson puxa o pulso de Marina para trás, acertando a mão na cara de Lala, que assistia tudo inocentemente. — Lala!!! Me desculpa pelo amor de Deus, não conta pra tua mãe!

— Tá tudo bem, Andy. – Lala sorri e todos percebem que está faltando três dentes em seu sorriso, mas não comentam nada.

  — Tá parecendo a bandeira do Japão. – Laura não consegue conter o riso.

  — Pelo menos agora ela não precisa mais abrir a boca pra beber água.–  Fabiana comenta baixo para que Lala não ouça.

— Lavínia! – Anderson exclama ao ver a antiga amiga em tão "boa" forma.— Quanto tempo, amiga!

— Olha, você para com essa porcaria. – Fabiana fala entredentes. — Arranca o couro dessa vagabunda!

— Você é tão selvagem. – Everton comenta, fazendo a mineira corar.

— Oi, amigo! Ainda não entendi o que toda essa gentalha veio fazer aqui. – Lavínia diz, com um sorriso debochado no rosto e um sotaque nojento, mas que só tinha defeitos porque era dela.

— Não finja que não roubou o roteiro da nossa série, cuc... digo, Lavínia! – Laura berra, arrancando caretas de desaprovação de Marina por conta da desafinação.

— Você roubou o meu coração, o que é muito mais grave. – dispara Lavínia, segurando o queixo de Laura, que espera ela se aproximar para cuspir em seu rosto. — Gosto dos seus fluidos, bebê. E obrigada pela série. Aguardo vocês começarem outro projeto, mas acho que vocês não vão ter tempo, já que um dos seus vídeos de teste está na internet nesse momento.

— Internet? – Mel cutuca Fran perguntando.

— Sim, aquilo que a gente usa pra mexer no grupo e que mata várias vacas espaciais todo dia. – diz, chorosa.

— Mas aquilo não era o celular?

— Esquece. – Fran diz e leva Lala embora.

Todos ignoram Lavínia, afinal nada poderia ficar pior do que já estava. Ainda sim, era preferível ficar em sua companhia do que ser vela de Faberton no escritório, que parecia nome de quadro do Teleton com Faber Castell.

— Você prefere que eu pise no acelerador ou já coloque a chave no contato? – pergunta Éverton, cutucando Fabiana, que sorri maliciosa.

—  Os dois de uma vez, meu queijinho peludo.

— Ah não. – Marina faz cara de enjoo, apoiando-se em Anderson que a deixa cair e sai para ir conversar com Laura. — Filho da puta.

— Oi? – Éverton responde.

— Não você, o outro filho da puta. – Marina responde nervosa e pega o celular para ver vídeos no YouTube.— Acabei de ter uma queda por ele, não pode ser.– murmura.

A revolta dos YouTubers com os trending topics do dia é tão grande que ela, desocupada, decide ver qual é o vídeo em primeiro lugar. Lauro Júnior sobe em seu colo e muito astuto, segura o aparelho celular para que os dois possam assistir ao vídeo.

— Izi nenê da tia, coisa mai lind...

— Xiu, pola! – Lauro interrompe Marina, cutucando Justine, que se aproxima com uma cara não muito boa.

A garota se senta ao lado dos dois e eles assistem ao vídeo.

É interessante, possui 2,5 milhões de visualizações. Trata-se da montagem de um cenário e em seguida o barulho de uma égua correndo e relinchando toma conta da trilha sonora, seguida por uma gargalhada estrondosa e um grande berro de "muffin". Ela já escutou aquilo em algum lugar.

Aos poucos sua mente clareia e ela se dá conta da frase que Lavínia havia dito.

"...acho que vocês não vão ter tempo, já que um dos seus vídeos de teste está na internet nesse momento."

Não pode ser...

— FABIANAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!

... a égua era Laura.

... o relinchar era sua risada.

... as gargalhadas eram de Marina.

... o muffin estava sendo assado por Fabiana e Éverton...

... eles estão na internet.

Foram estes seus pensamentos antes de sentir a escuridão tomar conta de seus sentidos, que já eram uma porcaria, ficar mais tonta do que já era e desmaiar.