bentley.

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Mark estava uma pilha de nervos, os meninos estavam reunidos no vestiário esperando pelas palavras de coragem do capitão e elas vieram certamente atrapalhadas mas eram suficientes. Jogariam contra a YG a campeã passada do citadino então todos estavam um pouco nervosos.

Ele foi o último a entrar em quadra, gostava de ficar sozinho alguns segundos antes de todos os jogos para que pudesse ser exatamente aquilo que esperavam dele.

O jogo foi ruim, Jeno parecia com a cabeça nas nuvens e Jaemin prestes a chorar a qualquer momento, todos os garotos pareciam perdidos também. O empate foi inevitável mas era o suficiente por enquanto.

"Porra, Lee. Você 'tá com a cabeça na bunda?" Juyeon empurra o garoto pelos ombros assim que voltam para o vestiário.

"Desculpa." Jeno sussurra colocando apenas um moletom por cima da roupa e saindo pela porta.

"O que houve?" Mark pergunta a Donghyuck.

"Jeno e Jaemin brigaram." Da de ombros entrando no chuveiro.

O capitão fica sentado nos bancos alguns minutos conversando com o técnico sobre os garotos do time, concordaram em marcar uma reunião para trabalhar eles como uma equipe que deveriam ser. Foi o último a entrar no banho, ele e o caçula Hyunjoon trocaram algumas palavras antes que ficasse sozinho novamente.

Sentia-se um pouco culpado enquanto lavava os cabelos, ele era um péssimo líder e sabia disso, talvez devesse passar o cargo para outra pessoa. Suas pequenas dúvidas acabaram por virar inseguranças, algum dia ele seria bom o suficiente? Para qualquer coisa, para qualquer um.

Mark sempre acreditou muito nas coisas que dizia a si próprio e talvez esse fosse o seu maior defeito.

Depois de secar o corpo e colocar seu calção reserva por ter esquecido de levar calças ele demora ao enfiar as coisas dentro de sua bolsa, estava pensativo ainda sentindo-se culpado pelo fracasso do time.

Não escuta os passos alheios vindos do corredor, só percebe a presença de outra pessoa quando alguém passa pela porta e esbarra em um dos armários.

"Donghyuck?" Chama o primeiro nome que vem em mente.

"Não. É a sua aberração favorita."

Era Jisung, claro que era aquela tentativa frustrada de um punk meia boca. O garoto estava com a maquiagem carregada naquele dia, uma camiseta com a gola cortada que caia por um de seus ombros e aquelas pernas longas enfiadas numa calça preta justa, linda aberração ele era.

"Ah, oi." Mark diz colocando sua camiseta cobrindo o peitoral meio malhado que enchia os olhos de Park. "Como você entrou aqui?"

"Eu tenho meus meios." Ele sorri de um jeito bonito.

Lee penteia o cabelo com os dedos e coloca os tênis nós pés com rapidez olhando para o outro garoto enquanto pegava sua bolsa e mantinha a chave do local em mãos.

"O que você veio fazer aqui?" Pergunta trancando a porta e olhando ao redor apenas para constatar que estavam realmente sozinhos.

"Eu vim ver você." Se Jisung soubesse o jeito que suas palavras percorriam pelo corpo de Mark o arrepiando toda vez que falava coisas como aquela talvez parasse de dize-las daquele jeito, como quem não quer nada.

"Vamos para o carro." Sussurra quando ele se aproxima desviando os olhos para o chão e andando sem olhar para trás.

Quando chegam no veículo Mark permanece de costas e Jisung agarra sua cintura por trás virando seu corpo e o prensando contra a porta.

"Deus, capitão. Eu preciso te beijar." Aperta os dedos sentindo os ossos de seus quadris contra as digitais e puxa seu corpo mais para perto ainda sem beija-lo nos lábios. O pescoço de Mark tinha uma pele macia e Jisung gostava de encher o lugar de pequenos beijos e mordidas, o cheiro de sabonete junto com os murmúrios baixinhos estavam deixando o mais novo sem chão.

"Aqui não." Lee fala pondo as mãos nos ombros largos de Jisung. "Dentro do carro."

Park Jisung sabia exatamente o que estava fazendo, suas mãos apertavam nos lugares certos e sua boca fazia um ótimo trabalho marcando as clavículas alheias, com a destra abriu a porta de trás e empurrou o mais baixo para dentro entrando logo depois. Dessa vez foi Mark quem sentou em seu colo com os dedos desesperados na gola de sua blusa e a boca sedenta.

"Me beija." Pede quando as mãos de Jisung sem querer apertam seu pescoço e ele sente uma onda de arrepios tomando conta de seu corpo. O garoto o faz imediatamente, sugando o lábio inferior de Lee com força e colocando a cabeça para o lado.

"Eu quero te levar num lugar." Park sussurra contra o queixo do capitão que assente com a cabeça mas continua na mesma posição.

Jisung estava ridículo, com a luz do sol que se punha atrás deles o iluminando parcialmente, os fios azuis já desbotados uma bagunça e a boca vermelha e sorridente pronta para beija-lo novamente. Se ele soubesse o quão bonito poderia ser...

"Você sabe dirigir?" Pergunta Mark com a respiração presa na garganta e as mãos perdidas por seu peito magro.

"Sei." Park sorri deixando um beijo tímido  perto de sua boca e deixa um tapa fraco na coxa alheia pedindo que o garoto saísse de seu colo.

Jisung vai para o banco do motorista e Mark para o do carona colocando uma fita dos Beatles - sim Mark gostava de Beatles - para tocar.

Here comes the sun toca baixinho e o mais velho sorri quando Jisung escorrega a mão timidamente por sua coxa enquanto dirige, seus dedos eram grandes e bonitos e Mark meio que queria beija-los naquele momento. A cidade ficava para trás e com ela todas as inseguranças dos dois garotos que pareciam pela primeira vez grandes demais. Murmuravam baixinho as músicas e fingiam que algum dia as coisas talvez fossem ficar boas.

Chegaram a lugar nenhum do fim da fita quando os últimos acordes de The Majesty foram ouvidos e o sol já tinha desaparecido completamente há um tempo. Jisung estacionou o carro de qualquer jeito e eles saem.

"Olha, capitão..." Ele começa colocando o outro entre as suas pernas e sentando no capô do carro. 

"Hum."

Mas Jisung não completa, simplesmente fecha a boca novamente e aperta Mark mais forte em seus braços. Ficam daquele jeito por um longo tempo em silêncio aproveitando a companhia um do outro sem realmente pensarem sobre o que aquilo estava se tornando.

Mark não pensa em Kevin como achou que pensaria, tudo que ele conseguia pensar era Jisung Jisung Jisung e por esse motivo ele entrelaça seus dedos. Parecia algo bobo mas para o mais velho significava bastante, Kevin não gostava de dar as mãos mas Jisung parecia gostar.

[...]

Aqueles pequenos encontros voltaram a acontecer, as vezes Jisung o encontrava no fim dos treinos na sala de xadrez e o beijava como se dependesse daquilo para viver mas em outras ocasiões ele apenas puxava o capitão para dentro do carro e fazia carinho em seu cabelo enquanto sussurrava alguma letra dos Beatles em seu ouvido.

Os outros garotos faziam piadas com as marcas em seu pescoço e perguntavam quem era responsável por elas mas ele nunca dizia, apenas ria baixo e desviava o assunto.

Mark em dias de coragem aparecia no auditório vazio que no almoço era ocupado apenas por Jisung e Chenle e roubava alguns beijos do mais novo quando o outro não estava olhando. Nas últimas semanas isso vinha acontecendo com frequência já que Jeno tinha arrumado uma namorada nova e ninguém gostava muito da garota.

Não tinham um nome para tudo aquilo mas sabiam que gostavam da companhia um do outro e dos beijos, principalmente dos beijos.

Chenle era o único que sabia e Mark no início ficou desesperado quando o chinês pegou os dois aos beijos na coxia do auditório mas aos poucos se acostumou com a ideia e agora até gostava um pouco de ter alguém para saber da existência daquela relação.

Já tinha pensado em parar, em dizer que não podia mais beijar o garoto de cabelos azuis mas desistia da ideia logo em seguida quando o dito cujo sorria em sua direção, era difícil acreditar que algo poderia dar errado quando Jisung o olhava daquela forma, com seus bonitos olhos pintados que brilhavam em sua direção.

Mark já estava apaixonado e Jisung caía aos poucos.

baby blue love - marksungOnde histórias criam vida. Descubra agora