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Capítulo Cinco:
Céus! Jiwoo não via a luz do dia há bastante tempo, estava se sentindo uma vampira. Finalmente decidiu que estava pronta para seguir em frente.
Todos os outros dias, ela andava tendo consultas com o Seo, e por mais que este não aprovasse as ações feitas neste exato momento pela garota, não tinha muito o que fazer. Ela se sentia preparada, então lá estava ela, trancando a porta de sua casa logo após ter saído desta. Seu coração parecia suspirar aliviado, assim como ela. A garota já não tinha mais suas belas marias chiquinhas, pois elas lhe lembravam Yves. Seu cabelo estava solto, e como diria ela, sem emoção alguma; ela estava sem graça. Ela estava cinzenta, e Sooyoung era sua paleta de cores.
Mas oras, não podia pensar nela agora, não a essa altura do campeonato! Passara por tanta coisa, tantas dificuldades enfrentadas, tantos desafios cumpridos, não poderia deixar tudo isso escorrer de suas mãos. Balançou a cabeça, tentando esquecer destes pensamentos que lembravam a mais velha.
Chuu andava calmamente por aí, dando uma caminhada para respirar, com seus band-aids guardados em sua bolsinha. Lembrava-se vagamente das poucas palavras de Johnny, mesmo sabendo que num momento como esse, elas não fariam diferença alguma.
— Oh, Jiwoo, eu não acho que deves sair. Você ainda pode sofrer um heart attack, você sabe! — lembrou-se dele passando a mão por seus fios, lançando-lhe um sorriso. — Sooyoung ainda mexe com seu coração, e caso a encontre, você pode acabar pior do que da primeira vez que nos encontramos.
— Oh, Doutor, mas meu coraçãozinho melhorou!
— Bem, se você diz. Mas entenda, desse tempo para cá, você acabou avançando mais um estágio. Você ainda corre perigo, pequenina! — pegou sua prancheta novamente. Ela ainda lembra do que havia escrito nela. Começava com A.. Oh céus, era amor!
— A-amor?
— Sim, Jiwoo-ssi. Você agora não está apaixonada somente. Você ama Sooyoung. Não é só gostar, não é só se apaixonar; você está a amar.
A menina havia se desesperado. Por que era tudo tão difícil? Poxa, coração, por quê és tão teimoso?! Sempre amando as pessoas erradas, ora essa!
— Doutor Seo, paixão avançada e amor tem alguma diferença?
— Tem, e muita! Agora, você está entregue de corpo e alma à Yves. Seu coração está a mercê dela, ele sempre estará com ela em suas lembranças, por mais vagas que sejam. Sooyoung agora é como uma parte de você, e ela se localiza bem na pior parte: dentro de seu coração. E eu tenho certeza de que ela não irá querer sair. Ah, e além de tudo, as possibilidades de você ter seu coração partido são triplicadas! E você sabe, Jiwoo, ninguém consegue recuperar um coração partido.
Jiwoo estava distraída, com a mão suada tocando o peito esquerdo, coberto por seus vários tecidos de roupas, por mais que a manhã naquele momento estivesse fresca.
Jiwoo queria voltar para casa, estava querendo desistir. Poxa coração!
Mas Chuu pensava consigo. Lutou tanto, se esforçou tanto, não podia deixar esta oportunidade única de recomeçar ser desperdiçada assim, por algo tampouco preocupante.
O que poderia acontecer, aliás? O mais ruim que lhe estava proposto era que Sooyoung aparecesse em sua frente, mas não é como se isso fosse acontecer. Seria tão clichê!
Sentiu-se esbarrar noutra pessoa, indo de encontro ao chão. Levantou a cabeça, e viu em quem se esbarrou. Ah, não é possível. Isso estava mesmo acontecendo?
— Jiwoo? — a garota tinha seus cabelos tão negros quanto suas roupas, sua jaqueta preta de couro sobre sua blusa verde, e seu short de cós alto num azul turquesa chamavam atenção de Jiwoo. Perfeita como sempre. Oh não, agora não, pequeno coração!
Maldita seja Ha Sooyoung, amante dos melhores e piores clichês.
— Sooyoung! Quanto tempo! — com sua ajuda, fora levantada. Era impressão sua ou a mais velha havia ficado ainda maior? Bem, não sabia, mas de algo tinha certeza: precisava sair dali o mais rápido possível.
— Tsc, Jiwoo, acha que vai fugir? — falou breve. Decidiu jogar na lata o que lhe fazia ter noites mal dormidas. — Por que me ignorou por todos esses meses?
— Foram só quatro meses, não exagere.
— Não importa! Poxa Jiwoo, eu fiquei tão preocupada contigo! Eu queria tanto chorar, você não sabe o quanto eu me culpei por tudo isso. Eu quero que você ao menos me explique. — se aproximou, tentando abraçar a sua Chuu. Mas a Kim não podia a abraçar, não podia fraquejar agora, depois de tantas conquistas longe dela.
— Unnie.. Eu não posso ficar perto de você. Você ataca meu coração, unnie! Eu não quero ter meu coração partido, porque eu te amo, Sooyoung! Eu amo você! E não é um simples amor de uma amiga para com outra, amo-te como namorada, o que eu queria que fôssemos. — disse, já sentindo seu coraçãozinho se apertar, trazendo a si aquela típica, mas ainda não bem aceita, dor infernal.
Doía, doía como nunca antes havia doído. Sooyoung pegou-a pela cintura, e deixou-se levar. Secou suas lágrimas, e sorriu para ela. Já sentia o corpo da menor tremer contra o seu, e por mais que soubesse que estava errando em fazer isso, simplesmente o fez. Sooyoung beijou Jiwoo, segurando firmemente seu corpo, para que a mesma não caísse de seus braços.
Fora um beijo um tanto desengonçado, já que Jiwoo estava se contorcendo por inteiro. Tremia, se contorcia, sentia as borboletas, aparentemente indefesas, fazerem estrago não só em seu estômago, mas sim em todo o seu corpo. Já não lhe eram uma única pontada daquelas flechas, todo o arsenal de Sooyoung foram disparadas de uma vez contra o seu coração. Sua respiração descompassada estava, aos poucos, diminuindo a velocidade.
Sooyoung havia provocado um heart attack em Jiwoo.
Quando separou seus lábios, Yves teve certeza de que aquele fora o pior ato que já havia feito. Jiwoo caiu no chão, assim como em seu primeiro ataque, mas ela já não tremia. Sooyoung estava assustada, não sabia o que fazer; certo, um heart attack havia acabado de acontecer, mas e agora? O que deveria fazer?
Tentou se aproximar de Chuu novamente, mas algo inesperado e desesperador aconteceu.
Sooyoung ouviu um barulho alto de algo ser quebrado.
— Oh Deus, não é possível! — Sooyoung sentou-se ao lado do corpo frio, mas ainda sorridente da amiga, com lágrimas nos olhos. Não ouvia mais o bater de asas das borboletas, nem mesmo os gritos de seu pequeno coração.
