11 - Meu Elétron

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- Antony! Levanta, eu sei que você já está melhor! - depois do treinamento pesado de resistência o Anto desmaiou e eu me vi na obrigação de ajuda-lo. O Ruan nunca desistiria do seu recorde pessoal para tal.

Nesse momento eu estou enfadada da primeira aula e com receio de ir a segunda, mesmo assim tento arrancar ele da maca em que está deitado na enfermaria. Antony se enrosca no lençol como se fosse sua alma e isso já está me tirando a paciência.

- Eu estou mal, não está vendo Lê? Olhe para meu rosto, meu corpo. Eu estou péssimo. - o drama realmente era algo significativo em sua personalidade, eu sabia que ele estava bem.

- Estou vendo... Vendo esse seu cu de preguiça! Levanta dessa porcaria antes que eu te derrube dela! - grito, infelizmente paciência não é meu forte. Ele tapa os ouvidos com o travesseiro e finge que não me ouviu.

Respiro fundo para tentar me acalmar, se o diretor desconfia que ele perdeu a primeira aula o teto cairia sobre sua cabeça em segundos. Terríveis segundos. Abro a torneira do banheiro e faço uma bolha enorme de água, o destino dela já é certo, derrubo-a sobre Antony que cai desorientado e encharcado no chão.

- Por todos os sols! Você está maluca? - ele se levanta parecendo um... bem, não existe muita coisa que eu possa compara-lo no momento. Seus cabelos castanho avermelhado estão uma bagunça, a cara amassada e o pijama da enfermaria totalmente transparente. Desvio o olhar para a porta enquanto gargalho da sua situação. - Continue rindo, isso é muito engraçado! Agora me diga onde estão meus óculos!

- Estão comigo, para de drama e vai logo se arrumar. A segunda aula começa em alguns minutos e você não quer deixar a senhora Livier esperando. - ele se dirigiu ao banheiro enquanto eu sentava em uma cadeira próximo a porta para esperar a princesa se arrumar. Estava distraída com pensamentos avulsos quando vejo alguém entrar.

- Hei, Lê. Como você está? - meu coração errou duas batidas quando meus olhos encontram os seus cor de mel. Felipe estava bem aqui em minha frente sorrindo! Como eu consigo respirar dessa maneira? Cabelos dourados em cachos grossos e um sorriso encantador, os óculos redondos que dava a ele um charme único. Felipe era um herói do terceiro ano e um gato nas horas vagas, o fato dele saber meu nome me impressionou. - Você está bem?

- Ah... sim, desculpe! Eu estou esperando o Antony. - eu praticamente me esmurrei mentalmente, ficar com cara de idiota do garoto mais lindo da sala do Antony não era bem o que eu queria.

- Eu vim procurar por ele, sabe sua ausência na sala me deixou preocupado. - claro que deixou, esse garoto é tudo de bom. Assinto sem saber o que dizer, quando eu fico de frente a ele é como se as palavras simplesmente fugissem da minha boca.

- Eu esperava o Ruan aqui. - Antiny saia do banheiro fechando o zíper do uniforme com certa dificuldade. Felipe sorriu ao ve-lo mas logo ficou me olhando novamente, eu tenho certeza que meu rosto está engraçado e agradeço por ser negra, caso contrário estaria parecendo uma pimenta.

- Que bom que esta bem, Antônio. - opa, uma provocação foi isso mesmo que eu ouvi? Achei que os dois fossem amigos ou algo parecido. O olhar matador do Anto se fez presente, porcaria.

- É Antony! Caramba! - antes de ver um show de cores lhe entreguei seu óculos, ele o pos em silêncio contendo algumas palavras de ódio.

- O Ruan não vem, o pai dele o chamou para uma reunião. - está explicado, o regente poderia ser bem inconveniente na maioria das vezes. Antony assentiu e saiu da enfermaria sem falar nada. - Bom, meu trabalho aqui esta feito. Qual sua segunda aula Leticia?

- Senhora Livier, distribuição e organização de moradias alternativas. - dei de ombros respondendo, essa era de longe uma péssima matéria e eu sabia que ele não estava na minhs turma, mas ter sua atenção estava sendo incrível. Não posso negar que tenho um amor sufocado por esse Elétron, esses seus olhos cor de mel me abalam muito.

Numbers Zero - Livro 1(DEGUSTAÇÃO) Onde histórias criam vida. Descubra agora