Capítulo 7

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"Nota da Mary:

boa leitura >.<"



               Na volta para casa SeungCheol continuou pensando na pergunta do amigo. Sabia que aquela coisa toda de anjo negro devia ser forte, afinal não só tinha se provado real quanto parecia acontecer há muitos e muitos séculos, ao mesmo tempo tudo que queria era o libertar. Por mais que JeongHan pudesse contar como era para ele estar preso aquilo, sabia que não devia ser nem ao menos imaginável a ninguém além dele próprio que vivia aquela realidade. Nenhum dos dois disse uma palavra depois que entraram no carro e partiram da livraria.

               -Por que quer quebrar a maldição. – perguntou quando chegaram em casa.

               -Por que você merece isso.

               -Eu já disse... – foi para a sala e se jogou no sofá grande – Isso era o que eu queria antes. Ter pessoas me desejando da forma mais carnal possível e só isso... Como eu disse é uma maldição perfeita para alguém como eu. – ele tentou fazer piada, mas o sorriso foi amargo – Preso na luxúria por toda a eternidade. Isso parece o sonho de muitos homens, não é? – negou com a cabeça agarrando uma almofada como SeungCheol percebeu que fazia quando estava chateado com algo.

               Se aquilo de pessoas o desejando era algo que ele quis há muito tempo, não era mais. Sabia que não. Ele já tinha aprendido a lição. Era como uma criança que chorava por doces e ai a mãe lhe dava um quilo deles, depois de um tempo não queriam nem olhar mais na guloseima. JeongHan não suportava mais a ideia de continuar sendo usado sexualmente ou de qualquer outra forma, mas a maldição seguia o obrigando a isso. Perceber aquele fato fez o estômago de SeungCheol se embolar e pensou que vomitaria ali mesmo. O quão cruel os tais seres "eternos", como o outro parecia chamar anjos e demônios, podiam ser?

               -Você não gosta de sua maldição, JeongHan. – disse com certeza - Não mais. Posso ver isso nos seus olhos, mesmo quando me diz que está acostumado, seus olhos me dizem o contrário. Por isso quero te levar para conhecer a cidade e o máximo que eu conseguir te mostrar nessas semanas.

               O viu se encolher.

               -Estou aqui por você e só por você. Fui para a rua hoje, vi as coisa por mim mesmo e então percebi que não importa. Não faz parte disso aqui. – ele levantou o livro – Não posso fazer isso... – negou com a cabeça - Quando vai entender isso?

               Por que SeungCheol estava fazendo aquilo? Por que ele tinha que o tratar como um ser humano? Logo agora que tinha se conformado que seguir sua maldição sem protestar era o caminho mais fácil. Ele tinha razão. Odiava a maldição e tudo que ela representava e era, mas também era verdade que tinha que acostumado a ela. Era mais fácil obedecer. Só fazer o que se espera é fácil, o difícil é se expor a uma situação completamente nova como aquela que ele estava lhe colocando. Não sabia como agir ou o que fazer. Aquele dia na livraria do SeungKwan foi divertido. Tinha falado com muitas pessoas e isso fora bom. Todas pareciam mais entretidas com seu rosto ou corpo do que com JeongHan mesmo e isso era bom. Não precisava pensar, nem decidir nada, muito menos deixar que elas soubessem o tipo de ser que era. Elas não queriam conversar e descobrir mais sobre seu passado como SeungCheol.

               Se concentrar apenas em um dia de cada vez era o melhor que podia fazer. Não queria ter que se adaptar a algo novo e era isso que SeungCheol queria que fizesse, não se sentia pronto para algo assim.

               -Olhando para você assim todo emburrado quase parece um humano fazendo birra. – SeungCheol tentou brincar empurrando as sacolas para o chão e se deitando no sofá menor, recuperou o livro no chão folheou, olhando os desenhos por algum tempo antes de o colocar sobre a mesinha. Os olhos de JeongHan se prenderam no objeto que era sua prisão com certo ódio.

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