chapeuzinho vermelho

7. A Pequena Batalha

Depois de mais ou menos três semanas no vilarejo Chapéu já pode começar a sentir os primeiro flocos de neve se formando e pouco a pouco as vegetações ficarem com a cor branca do inverno. Ainda assim ela não podia deixar se objetivo de lado e sabia que aquele era o momento certo para continuar a viagem.

Abraham que havia melhorado muito em relação as lutas e ao arco flecha, ainda era ingênuo e inexperiente, mas Chapéu sabia que ele ficaria bem sem ela - já que desde o inicio ele queria um lugar tranquilo para ficar - ele ainda era o mestre em fugir e Chapéu não podia dizer que ele havia feito um mal trabalho até agora.

Ela acordou cedo e foi no ferreiro onde todas as suas encomendas estavam prontas. Harold ainda possuía a mesma voz cansada do primeiro dia, mas ainda assim possuía uma postura forte e desafiadora. Ele a entregou um pacote fechado.

- Suas flechas - ele agachou e pegou uma espada perfeitamente embainhada e a entregou nas mãos de Chapéu - e sua espada.

Chapéu a desembainhou e viu que a espada brilhava, ao contrario da espada de chapéu que possuía lâmina fosca essa brilhava como um espelho e o fio parecia capaz de cortar rochas.

- Parece tão afiada quanto minha. - disse ela impressionada.

- Hunter era realmente um especialista para fazer uma arma quando ele se empenhava. - ela olhou para ele - Mas ele não foi o único ferreiro impressionante da época.

- Como sabe disso?

- Eu e meu irmão éramos aprendizes junto com seu pai. - ele disse olhando nos olhos de Chapéu - Claro que ele era melhor como guerreiro, mas era também um ótimo ferreiro.

- Da forma como você diz e como deixou a espada em perfeito estado acho que você e seu irmão também eram muito requisitados para esse trabalho.

- Pagavam realmente caro pelos nossos serviços e éramos cobiçados como ferreiros por todas as extensões do reino.

- Perdoe-me se não me lembro de você. - Chapéu disse baixo.

- Não tem o que perdoar. Você era muito pequena e assustada. Não acho que se lembraria de um ferreiro qualquer.

- Pelo que você acabou de dizer, suponho que um ferreiro real não seja qualquer.

- Sempre muito educada. Acho que Marieta também teve bastante tempo de lhe ensinar algumas coisas.

Chapéu sorriu em concordância.

- Ela era uma boa mulher. Você a conhecia?

- Ela era irmã da minha mulher.

- Não sabia que Marieta possuía uma irmã.

- Há muitas coisas que você ainda não sabe, mas não culpe seu pai por isso.

- Não o culpo.

- Isso é bom. Acho que não nos veremos por algum tempo, então desejo-lhe sorte na sua jornada e busca. - ele se agachou e pegou algo pequeno como um grão - Se precisar se esconder em meio a floresta use isso e estará segura.

- Agradeço.

Chapéu foi embora sem falar mais nada durante o caminho se lembrando do que David havia lhe contado sobre o brilhante ferreiro. Segundo ele Harold foi um dos muitos que perdeu tudo quando a velha ordem foi destruída e perdeu sua filha e mulher durante o ataque e jurou nunca mais fabricar nenhuma arma para a nova ordem e qualquer um que a servisse. Ela conhecia muitas histórias tristes ao redor por culpa da rainha e mesmo ela era assim e descobrir uma a mais a deixava incomodada.

Ela preparou Rajado e limpou todas as bolsas colocando os alimentos e água de forma organizada e tranquila. Retirou algumas flechas quebradas que estavam na bolsa e adicionou as novas e depois de terminar de organizar tudo as colocou em Rajado.