Capítulo 4: O Caminho para o Oráculo
Depois da batalha, Rafael me apressou para sairmos dali. Minha perna ainda doía, e eu estava completamente esgotado, mas a intensidade do que havia acabado de acontecer não deixava minha mente. As sombras haviam me protegido, destruído as farejadoras e, de alguma forma, eu sabia que esse era apenas o começo.
Enquanto corríamos pelas ruas escuras de Sobradinho, Rafael me explicou que precisávamos encontrar alguém importante para nossa jornada: Clara, uma jovem que ele descreveu como um oráculo. Ela era a única que poderia nos guiar até as três pérolas do tempo.
— Um oráculo? — perguntei, tentando processar tudo. — Como assim, um oráculo? Tipo... alguém que vê o futuro?
— Clara não apenas vê o futuro, Angel, ela o sente. Ela é diferente. É a única que pode nos ajudar a encontrar o caminho certo para as pérolas. — Rafael olhou para mim com seriedade. — E se não encontrarmos essas pérolas, não conseguiremos chegar ao submundo... e você não descobrirá sua verdadeira herança.
Essas palavras me atingiram com força. Minha "herança". O que isso significava de verdade? Quem eu realmente era? As sombras já estavam começando a mostrar um poder que eu não entendia totalmente, e agora parecia que havia muito mais por trás de tudo isso.
Depois de horas de viagem e de passarmos por estradas desertas, chegamos a um pequeno vilarejo isolado. Clara nos esperava lá, em uma casa simples, no meio do nada. Quando entramos, uma jovem de olhos profundos e uma aura tranquila nos recebeu. Ela parecia calma, quase etérea, como se já soubesse o que estávamos passando.
— Eu esperava por você, Angel — disse ela, sem rodeios, enquanto me analisava.
Seus olhos encontraram os meus, e naquele momento, senti uma conexão estranha, como se ela visse mais do que a superfície. O que ela sabia sobre mim?
— Precisamos ir ao Pantanal — Clara falou, virando-se para Rafael. — As respostas que Angel busca estão lá. Ele precisa ouvir o chamado das árvores.
Eu não sabia exatamente o que aquilo significava, mas Clara parecia convicta. Rafael assentiu, e logo estávamos nos preparando para seguir em direção à floresta no Pantanal. Uma parte de mim hesitava. As sombras já me causavam dor suficiente, e a ideia de que eu teria que lidar com algo ainda maior me assustava. No entanto, não havia outra opção. O caminho estava traçado, e as sombras já haviam escolhido seu destino.
**Capítulo 5: O Suspiro das Árvores**
Quando finalmente chegamos ao coração do Pantanal, a imensidão da floresta me surpreendeu. Era como se o lugar estivesse vivo. O cheiro de terra molhada e a brisa leve me cercavam, mas, ao mesmo tempo, havia algo inquietante no ar. As sombras estavam lá, silenciosas, como se aguardassem algo, e eu sabia que a floresta tinha segredos guardados.
— Sente-se — Clara pediu, apontando para uma clareira. — Feche os olhos e ouça. As árvores aqui têm uma conexão profunda com o mundo dos deuses e dos espíritos. Elas guardam a sabedoria que você precisa.
Eu obedeci, sentando-me no chão, tentando acalmar minha mente. Fechei os olhos e deixei o som ao redor me envolver. No começo, ouvi apenas o farfalhar das folhas, o som distante de pássaros e o movimento sutil dos animais ao longe. Mas, conforme me concentrava, os sussurros começaram a emergir, fracos e distantes.
— Concentre-se, Angel — Clara incentivou. — As respostas estão aí, mas você precisa ouvi-las.
A dor de cabeça familiar voltou com força total. As sombras, os sussurros, tudo se misturava em um caos dentro de mim. As árvores pareciam falar, mas eu não conseguia entender o que diziam. Meus punhos se apertaram, lutando contra a dor que irradiava da minha mente.
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Sombras do Cerrado: A Jornada de Angel de la Cruz
AdventureSinto informar-te, pois se busca uma história sobre semideuses romantizada, esta não é nossa realidade! Mesmo tendo lados positivos e negativos, é de entendimento geral que é algo extremamente difícil ser o único semideus do seculo XXI, pois, aquele...