O desastre

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   Por que logo eu fui escolhido para carregar esse peso? Perdi pessoas importantes pra mim, comecei a perder meus sentimentos, eu não quero ser o que ele foi antigamente, não quero me tornar aquele ser horrível e com uma personalidade assustadora, porque logo eu fui ter esse poder?

Meu nome é Lucas Hernandez, tenho 17 anos atualmente, mas essa história começou há muito tempo atrás.

O ano era 2115 quando o desastre começou, o dinheiro havia dominado o mundo, nós humanos tínhamos entrado em harmonia com a raça dos demônios e uma empresa enorme chamada Corpus comprou literalmente o planeta inteiro, os países sumiram e tudo era separado por distritos. Eu morava no Distrito 27, região norte com minha mãe, seu nome era Sarah Hernandez, vivíamos com a minha avó Júlia Hernandez a qual eu sempre chamei de vó Ju.

Minha mãe era uma mulher incrível, era guerreira e trabalhava para sustentar eu e minha vó Ju. Ele tinha 1,67 de altura, loira e com os cabelos lisos e dos olhos azuis, um corpo atlético, uma mulher e tanto, porém nunca a vi com outros homens.

Eu tinha 5 anos nessa época quando a maior tragédia da minha vida aconteceu, o acontecimento que iria mudar tudo que eu pensava sobre o mundo que vivíamos.

O local que minha mãe trabalhava era uma empresa do nosso distrito, porque além da Corpus, outras grandes empresas tinha domínio de cada distrito, a responsável pelo nosso era a Eletric Moon e todos do nosso distrito trabalhavam lá.

Um dia que ela estava de folga estávamos todos no quintal de casa, eu minha mãe e minha vó Ju quando bateram no nosso portão, minha avó disse para entrarmos para casa e eu com medo fui com minha mãe e nós escondemos.

– Quem é? –disse minha avó.

Uma voz respondeu:

– Meu nome é Pietro Gerevini, estou procurando por Sarah Hernandez e seu filho.

Quando minha mãe escutou isso ela correu comigo para os fundos da casa, me colocou em uma espécie de esconderijo e fechou com o alçapão e me disse com o rosto cheio de lágrimas:

– Filho, não saia daí até sua vó mandar, não abra por nada esse alçapão e, por favor, me perdoe por tudo, eu te amo meu pequeno.

Então ela me deu um beijo na testa, e escutei ela andando, porém a porta dos fundos foi arrombada e escuto aquela voz daquele homem de novo:

– Senhorita Sarah Hernandez, você violou uma regra do nosso código de Tabus se relacionando e tendo um filho com um demônio e vocês dois receberam pena de morte.

Nesse momento escondido escutei um barulho de uma espada saindo da bainha e ele perguntando:

– Onde está seu filho?

– Nesse momento bem longe daqui seu monstro – respondeu chorando mais alto.

E então de repente escuto o grito de minha mãe, abro o alçapão um pouco para ver o que tinha acontecido e foi à pior visão que eu tive, minha mãe com uma espada cravada no seu peito.

Minha visão começou a embaçar, meus olhos desciam lagrimas e comecei a me sentir quente, um brilho azul começou a minha volta e então apaguei. Quando acordei estava no colo de minha vó Ju, lágrimas suaves desciam no seu rosto e ela dizendo para mim:

–Calma meu pequeno, vai ficar tudo bem.

A partir desse dia, o meu destino começou.

Agora tenho 16 anos, 1,74 de altura, corpo um pouco magro e pele um pouco morena, meus cabelos totalmente pretos e um pouco encaracolados, meus olhos um tom de azul escuro. Tive uma infância consideravelmente normal, mas isso iria mudar, ainda morava com minha avó e ela me ensinava sobre como tudo era antes, quando existiam países, suas bandeiras e coisas do tipo, eu adorava quando ela me ensinava, eu não podia ir à escola nem fazer muitas amizades com as crianças normais. Eu não perguntava sobre o porquê tinha acontecido aquilo com minha mãe, pois sempre que eu á mencionava, seus olhos enchiam de lágrimas e eu não gostava de vê-la chorar.

A Maldição do EscolhidoOnde histórias criam vida. Descubra agora