A Escolhida

Capítulo 2

A luz invadiu o meu grande quarto, já estava de manhã a noite foi longa, levantei e  olhei no espelho pequeno que havia na parede estava com uma aparência horrível estava com orelhas e com razão passei o resto da noite acordada, fui até o banheiro e tomei um banho, hoje começará mais um ano em uma nova escola

Vesti um uniforme qualquer não estava nem um pouco com vontade de ir, passei uma maquiagem leve para esconder as orelhas, foi difícil dormir, toda hora que eu fechava os olhos o medo voltava e uma imensa dor. Desci as escadas até a cozinha, cheguei no meio da escada ouvir os meus pais conversarem, melhor eles estavam discutindo, me abaixei um pouco para ouvir o motivo da discussão mesmo já sabendo.

- Emma você sabe muito bem a Anne precisa de ajuda, precisamos contar a verdade. - Meu pai falava alto, mas não tão alto para se ouvir do meu quarto.

- Não, se ela não quer, não podemos obrigar Harry viemos para Houston para mudar de vida e tentar esconder o que aconteceu. - Minha mãe falava com uma voz de choro.

O que eles estão falando? O que aconteceu em Boston?

Mudamos para Houston por causa do trabalho do meu pai, mamãe disse que vendemos a nossa casa, mas não entendi muito bem, no dia em que eles falaram que íamos nos mudar eu estava na casa da minha avó Antônia ficamos lá por duas semanas até mudarmos para cá no início desse ano, não me lembro muito, só lembro de que eu estava no hospital e meu pai falou que eu tive um desmaio na minha casa, só me lembro de desmaiar, quando sair do hospital fui direto para casa da minha avó e depois disso me deram a notícia de que nós íamos nos mudar.

- Você precisa entender, ela precisa de ajuda os pesadelos, os gritos, tudo isso está aumentando cada dia mais. - O meu pai falava preocupado enquanto se sentava na cadeira do balcão e colocava a mão na cabeça.

- Não importa! - A minha mãe gritou me fazendo derramar uma lágrima.

Eles estavam brigando por minha causa eu sou a culpada. Decidir acabar com a discussão antes que virasse uma briga, não queria ver eles brigando por minha causa. Terminei de descer as escadas e tossir para eles perceberem a minha presença, na mesma hora eles pararam de discutir.

- Anne! Desde quando você está aqui? - A minha mãe perguntou vindo até mim.

- Acabei de chegar. - Menti. - E o que vocês estavam conversando?

- Estávamos falando sobre a sua nova escola. - Ela falou sem graça e mentindo também.

Soltei um hum qualquer e olhei atentamente para o meu pai que não tirava os olhos do celular.

- Querida... Acabei de marcar o seu psicólogo, amanhã 3 horas, preciso ir. - O meu pai falou guardando o celular no bolso, e pegando a sua bolsa pequena e saindo sem nem ao menos falar mais nada

- Anne você sabe que não iremos obrigar você se você não quiser fazer isso. - Ela falou se sentando no sofá.

Eu irei aceitar é o certo a se fazer eles estão brigando de novo por minha causa, por causa dos meus pesadelos, na verdade já tive muitos psicólogos desde pequena sempre nós estavamos nos mudando de uma cidade para outra nunca entendi bem, mas sempre minha mãe falava que era por causa do trabalho do meu pai que sempre mudava ele de Hospital, pra falar a verdade nunca acreditei nisso mesmo ele trabalhando como médico alguma coisa me diz que não é a verdade.

- Eu vou mãe, eu vou nesse novo psicólogo papai está certo eu preciso de ajuda. - Falei me sentando e dando um abraço nela, tava precisando daquilo.

- Que ótimo, fico feliz. - Ela falou com uma voz feliz, mas senti uma lágrima caindo no meu uniforme da escola. - Precisamos ir eu tenho o meu primeiro caso aqui.