Como era de lei, acabei acordando com aquele magnifico som de despertador, em plena seis horas da manhã. Eu não era dado á acordar tarde mesmo nos fins de semana, mas durante a semana era exatamente esse meu horário, especialmente porque eu tinha faculdade todos os dias às sete.
Pé após pé, eu caminhei em direção ao banheiro, e depois a cozinha, na mesma rotina de sempre... era necessário fazer minha higiene pessoal e comer um pouco se eu quisesse ficar de pé e aguentar mais um dia de prova, não é mesmo?! Mas eu não reclamo: estava preparado pra vencer o mundo e a rotina, um dia mais.
Minha faculdade não ficava muito longe de casa, então eu sempre preferia ir andando mesmo não achando muito seguro. Eu via quase sempre as mesmas pessoas, carros, lugares... mas sabe quando você sente que tem algo diferente pra acontecer? Sabe aqueles momentos que a atmosfera toda indica que algo não está muito certo? Pois foi assim que eu me senti, andando pelo caminho de todos os dias, mas que hoje em particular me parecia bem mais longo.
Assim que finalmente cheguei na faculdade, fui logo conversar e cumprimentar meus amigos e colegas. Fazia questão de passar por todos da turma, sem exceção, e lhes desejar um bom dia... esse é um habito que trago comigo do Ensino médio, pois mesmo sendo algo tão bobo foi assim que consegui quebrar o isolamento social de muita gente naquela sala.
Não demorou muito, a professora surge pela porta, e mesmo que seu humor não fosse dos melhores ela ao menos parecia calma. As provas são entregues, o clima pesa, lagrimas parecem rolar... apenas mais um dia comum na faculdade de arquitetura.
Questões e mais questões... essa prova estava razoavelmente difícil, mas mesmo assim eu não demoraria pra acabar. Assim que isso aconteceu, e já estávamos liberados pra ir, segui meu caminho enquanto ligava pra Omma e lhe avisava que ia demorar um pouco até ir na casa dela cuidar de James. Estava quase pra desligar, quando avistei um carro correndo como se fugisse de algo, e não muito longe alguma coisa jogada no meio fio do lado oposto da rua que eu seguia.
- E..eu... preciso ir.
Desliguei o telefone e sai correndo em disparada nessa mesma direção, pouco me importando se iria ser atropelado no processo... aquele canalha dentro do carro fez a questão de sair correndo e muito provavelmente tinha atropelado um animal de pequeno ou médio porte pra justificar.
Quando me aproximei, vi um cachorrinho, que parecia não ter uma raça definida... sua respiração era ofegante, ele chorava baixinho como se agonizasse e sangrava muito. Minha única opção era recolher o animal dali e ir pra clinica veterinária mais próxima.
Tirei de minha própria jaqueta para envolver o animal em algo confortável e acabei por toma-lo em meus braços da forma mais cuidadosa que consegui para não machucar mais ou piorar seu estado. Devia haver por aqui alguma clinica veterinária, pois eu estava desesperado e sem um carro para me ajudar ali naquele momento.
Guiado pelo GPS achei, exatamente na rua de trás um lugar assim... Logo que o sininho toca para indicar que a porta bateu atrás de mim, eu corro até o balcão mais próximo de forma desesperada. O pânico era evidente em minha voz e olhar.
- Por favor... S-salvem ele!! Ele foi atropelado!! – Eu suplicava, quase chorando porque realmente não queria que ele morresse dessa forma tão horrível. A atendente me olhava com uma expressão neutra como se não ligasse em nada pra minha situação... essas crueldades deviam ser rotina pra ele.
- Entre nesse corredor, primeira porta á sua esquerda... – Retrucou aquela recepcionista, e provavelmente devia ser muito mal paga porque segui com essa mesma impressão que tive dela.
Mal tive tempo de pensar nisso, e antes que ela pudesse terminar eu já corri em direção á essa famigerada sala. As portas imponentes em vidro, e a placa talhada num dourado com os dizeres "Dr. Andrew K. Morris - Médico veterinário" diziam que eu estava prestes a entrar na sala certa.
Pelos vidros, pude ver de relance esse homem belíssimo, forte e alto, do tipo que eu facilmente encontraria na boate onde trabalhava... Eu conhecia inúmeros rostos, mas aquele eu nunca tinha visto. Tentei em vão bater algumas vezes na porta, mas ele não me ouviu ou atendeu pois parecia intrigado com algo... como não podia mais esperar, praticamente escorreguei de forma furtiva pra dentro da sala.
- VOCÊ ESTÁ ME OUVINDO, SEU FILHO DA PUTA?? – Ouvi um grito estridente e feminino assim que entrei, o que me fez dar um sobressalto. Parecia que estava vindo do celular do doutor... seria uma namorada sua? Já estava arrependido de estar ali.
- Você está me ouvindo gritar?! Não, né?? Então por favor abaixe esse tom. – Ele alisava suas têmporas e retirava os óculos... aquilo definitivamente não parecia fazer bem a ele, o que quer que fosse...
- Eu tenho uma surpresa pra você amanhã, docinho... sei que você vai amar, tá bom?! Só que agora eu preciso desligar. Te amo muito.
Ele estranhamente continuou falando, mesmo que a voz feminina não houvesse dito mais nada... sua voz agora era estranhamente serena, e assim que ele desligou seu celular, pude ver seus olhos se enchendo de lagrimas. Foi então, e somente então, que seu olhar se encontrou com o meu, fazendo com que notasse minha presença ali.
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Heyo, Guys... aqui é a sua entidade escritora favorita, Passando pra agradecer a cada feedback recebido. Eu espero de coração que vocês tenham gostado, e não se desesperem pois ainda essa semana sai o próximo capitulo. Adicionem nossa historia a sua biblioteca, deixe sua avaliação e comentário sobre o que achou. até uma próxima!!
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