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Seguimos de volta ao salão principal, minha mãe já fervia de ódio. Com um leve sorriso sarcástico que já carregava comigo, a conduzo para o centro do salão para a grande valsa. Entre olhares de fúria e insultos nada sutis cochichados pelas candidatas, Aurora parecia bem calma. Enquanto isso um grande calor percorria o meu corpo, eu sentia algo de errado, mas aquilo já estava feito. Será que tomei uma decisão precipitada?

Com ela em meus braços dançamos numa perfeita sincronia, o sorriso não saía de seu rosto. E se eu não estiver ficando maluco, pude captar um olhar desafiador para minha mãe, estou a amando por isso. Com o fechamento da valsa sigo em direção aos meus pais, faço um sinal de respeito ao meu pai e volto o meu olhar para Aurora.

- Estou deduzindo que esta garota será sua escolha. - minha mãe diz ironicamente e em um breve gesto de meu pai, ele a detém.

- Primeiramente, o nome dela é Aurora. - digo a encarando e me viro para o meu pai. - Segundo, minha decisão já foi tomada, ela será a capacitada ao cargo de minha esposa.

- Esta é a sua decisão final? - o incômodo de Betânia já irritava Aurora, minha mãe sabia mexer com a capacidade mental de sentir ódio por alguém. E estava usando para seu próprio agrado, ela queria

- Se for incômodo camponesas no baile porquê nos convidou? - ela ergue uma das sobrancelhas e dá um sorriso sutil, senti que dali as coisas poderiam se complicar... Aquela camponesa sabia mexer o jogo ao seu favor.

- Não há necessidade de se exaltar. -  meu pai a tenta conter, porém eu já deduzia que ela sabia o que estava fazendo.

Aurora se vira as dezenas de garotas já meticulosas para saberem a origem de tamanha balbúrdia entre a realeza. Num pigarreio ela se prepara para dizer algo para aquela pequena plateia, consigo sentir nascer um pequeno temor por aquela garota. Ela  pareciaser implacável e decidida, como se fosse realmente traçado que aquilo iria acontecer... e ela fosse reagir.

- De acordo com a nossa legitimada rainha, fomos convidadas para o baile para serem apenas enfeites "rústicos" digamos. - em um breve sorriso continua - Pois de acordo com a realeza não teríamos chances de virar princesas.  - ela disse e a plateia se revoltou em feições de irritação. Nunca havia subestimado ninguém, porem pude me surpreender com a coragem e inteligência de Aurora Peterson. Talvez esse tal destino a reservou para mim de alguma forma.

- Aurora querida... - Betânia tentou se mostrar sutil.- Só queria compreender com meu filho se esta é a sua única saída. - um olhar de desdém comprova sua hostilidade com ela. Minha mãe fervia de ódio, o rosado de suas bochechas viraram um vermelho escaldante misturando com o fervor de raiva.

- Está incomodada por ela ser camponesa, mãe? - digo me divertindo com a piora da conversa. Eu iria testar a capacidade de irritação dela até o fim.

- Bom se for assim, teríamos que revogar Betânia do cargo pela sua origem... camponesa. - segurei minha risada e notei que o rei tentava o mesmo, até que meu pai fez um sinal para abrandar aquela discussão. Não deixaria que minha mãe fosse humilhada daquela forma.

- Aurora se comporte! - cochicho ao pé do seu ouvido e ela sorri.

- Perdoe me pelo meu comportamento. - fez uma pequena pausa para um suspiro.- Não pude evitar.

Betânia transmitiu fúria em um irônico sorriso, ela se levanta e analisa Aurora de cima a baixo, eu me afasto para que não me queime nesse fogo de ódio das duas. Betânia escolheu um protesto de silêncio e deixou o salão indignada. E a mando do rei foram solicitados dois guardas para a vistoria da rainha até o horário em que o baile terminasse.

Querida Aurora: O amor pelo poderOnde histórias criam vida. Descubra agora