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Capítulo 1: A aceitação.A partir que eu caminhava mais perto do poço central, avistava uma grande aglomeração de jovens exaltadas em uma pequena barraca de jornais que havia ali, todas eufóricas em busca de notícias que que ocorrera no palácio e o andamento do grande baile de Cristal.
Particularmente tentava me desviar de qualquer tipo de pensamento que induzisse a aquele baile a duas semanas, desde que completei meus quinze anos, fui treinada para ser a escolhida, que mediante a todas as garotas, minha tia me dizia que eu continha a beleza e a sabedoria invejável que herdara de minha mãe desde que nasci.
Ao observar aquelas donzelas fora de si, me sentei a beira do poço e analisei meu reflexo pálido e intrigante na água enquanto minhas mãos tamborilavam o pequeno balde desgastado que trazia comigo.
Compreendia que aquela poderia ser uma imensurável chance, diante das que poderia surgir durante minha vida. Para quem viveu escassa de qualquer luxo ou privilégios, poderia enfim ter uma bela noite como nobre, iria valer muito a pena.
Ao lembrar que estava demorando, rapidamente me debrucei no poço e peguei a água, respingos gelados entravam em contato com meu rosto trazendo arrepios, o clima de Whiteville era frio, onde a nevasca tomara conta quase o ano inteiro, porém ninguém reclamava, muito pelo contrário, faziam grandes proveitos do tempo melancólico e acinzentado que traziam os dias.Meus passos se apressaram pelo caminho, o tempo já escurecia, onde morava era um lugar mais afastado das outras casas, uma jeitosa casa com um pequeno jardim que eu própria cuidava.
Ao abrir a porta meu olhar encontrou diretamente os foscos olhos azulados de Joana, minha tia, e percebi que havia feito algo de errado quando ela já me esperava inquieta.- Aurora... – ela interrompeu a frase com um longo suspiro para se acalmar.
- Sim tia, podes falar. – disse colocando o pequeno balde em um canto da sala e chegando mais perto.
- O baile de Cristal será amanhã. – Com uma de suas mãos geladas em minhas costas, ela me direciona para uma confortável poltrona da sala.
– Está preparada querida?Aquela simples pergunta me fez avaliar tudo que já tive que passar...estudos, lições de costura, avaliar postura, como se portar a mesa ou diante das pessoas, e os usos certos das palavras e feições.
Tudo isso no caso seria necessário para a avaliação no baile, em critérios que minha tia me ensinou, cada detalhe seria perceptível.- Sim tia, estou muito ansiosa a espera de amanhã. – digo em meio ao um sorriso amarelado.
- Deveras, não se esqueça de escovar seu cabelo antes de dormir. – Joana deu um beijo em minha testa e sorriu. – Estarás encantadora amanhã.
- Em suas mãos, não tenho dúvidas ... - retribuí o beijo e segui em direção ao meu aconchego em meio ao caos da minha mente.
O sótão é meu local predileto, tanto que quando mais nova decidi que ali seria meu pequeno mundo. Era simples e acolhedor, havia uma janela grande no teto com as bordas de madeira azuladas, porém estavam se desgastando com o tempo, logo abaixo continha uma simples cama, e era ali observando os pássaros ou as estrelas, que eu conseguia desviar minha total atenção de qualquer coisa que pudesse afligir.
“Esta noite será apenas mais uma noite normal” dizia para mim mesma tentando contornar aquela situação de dúvidas.
Então me banhei e escovei meus cabelos, gostava da sensação de passar os dedos deslizando delicadamente nas mechas onduladas, então se levantei e peguei um pequeno caderno em minha escrivaninha, sua capa era de couro e continha uma fitinha azul que o moldava, me fazia lembrar de minha mãe, que morrera quando eu tinha apenas quatro anos de vida. E neste pequeno “diário” as sensações mais estranhas e os melhores pensamentos o tomavam conta em meio a simples palavras.
28 de maio de 1765
Caro amigo...
Minha mente está em caos, pois amanhã será o grande dia no qual me preparei a anos. Não consigo compreender o porquê de tudo isso, porém sinto que devo fazer pela minha mãe, as histórias que me contava do palácio e sua exuberância, vinham com uma pequena fagulha de poder reencontrar Esteve, meu pai, novamente.
Acredito que ela foi enganada pelo homem cujo seria meu pai. Não encontro sentido no motivo de usar sua vulnerabilidade e a engravidar sem que tenha considerações com o futuro da criança. Bem, mas ao menos contenho a certidão de casamento dos dois em minha escrivaninha, é a única lembrança de meus pais antes da minha mãe... falecer.Tenho que ir descansar, pois amanhã será um longo dia...
Toda noite o escrevo, acredito que em meio a essas poucas palavras minha mãe é capaz de sentir o que se passa em minha mente.
Guardo meu caderno e sigo em direção a minha desejável cama, estava muito cansada, e não poderia passar aquela noite em claro por conta do meu nervosismo.
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Querida Aurora: O amor pelo poder
RomansaAurora White Peterson, uma "plebéia" com sangue nobre, tenta conquistar seu posto na realeza em nome de sua falecida mãe. Mas nunca imaginou que seu passado poderia esconder provas de um suposto assassinato, e que mesmo diante de perigos, ameaças e...