Voltando a mesa de jantar, todos aguardavam ansiosos. Jhon subiu ao quarto para tomar um banho rápido, e logo desceria para dar a "notícia importante".Enquanto John ensaboava o rosto uma névoa encobria seus pensamentos.
Em sua mente passava um filme, um filme triste sobre como as coisas começaram a dar errado.
A traição (descoberta da pior forma possivel), o aborto, do qual ele sempre vai carregar a culpa, a luta que foi afastar a sombra do divórcio da sua família, por fim o divórcio se foi mais deixou a depressão instalada em Marta e logo em seguida a falência.Enquanto a água levava o sabão de seu corpo pensava em quantas desgraças um ser humano seria capaz de aguentar até chegar ao seu limite _E por Deus, como estava perto do seu limite_ pensava ele.
Jhon desligou o chuveiro, enrolado na toalha se dirigiu até o espelho da pia, seu reflexo parecia cansado, como se esses últimos 3 anos o tivesse envelhecido 10. Surgiram rugas ao redor dos olhos, e os poucos cabelos brancos que tinha agora dobrará de quantidade, tornando lhe um homem semi grisalho _Talvez uma tinta de geito nisso_ dizia a si mesmo _Agora as coisas vão melhorar, vamos começar de novo, tudo do zero_.
São 19:30.
Todos aguardavam na cozinha até que Jhon descesse. Um silêncio incômodo se fazia presente, quase como um convidado indesejável sentado ali com eles.
Marta estava a beira do fogão preparando o jantar, enquanto as meninas estavam sentadas a mesa.
Beatrice a mais velha já estava impaciente com toda aquela situação, não entendia o porquê de tanto mistério.
Foi mandada vir da escola direto pra casa pois os pais precisavam ter uma "reunião de família", e como ela detestava reuniões de família.Da mesa olhava para a mãe enquanto preparava o jantar, picava as verduras e mexia a panela de molho tudo com a mão direita pois na esquerda ostentava uma taça de vinho já pela metade, hábito que ela adquiriu no ultimo ano.
Já era a quarta taça que Bia via a mãe beber desde que chegou da escola.
Mas quem pode culpa lá por isso, com tudo que já passou e com a vida que levava, era de se esperar que o ser humano procurasse refúgio em algo.
Bia nao concordava com o hábito de beber da mãe, principalmete porque sabia dos anti depressivos que a mãe tomava, e sabia com certesa que essas coisas não deviam ser misturadas.Certa vez alertou o pai sobre isso, e quando questionada, Marta dizia que só bebia uma tacinha de vez em quando, e que isso a fazia bem.
O pai como sempre alheio ao que acontecia na casa não deu muita importancia ao fato. Isso se repetiu umas 2 ou 3 vezes, então Beatrice desistiu e resolveu simplismene ignorar ou pelo menos tentar não dar tanta importância aquilo. A mãe nunca chegou a ficar bêbada de verdade, então porque se preocupar?Olhando de onde estava Beatrice sentiu uma imensa tristeza pela mãe, ela tinha apenas 12 pra 13 anos quanto o casamento dos pais entrou em colapso.
Ela lembra dos dias em que a mãe esteve internada, pois pedera o bebê.
Dessa vez era um menino _Como a mãe queria um menino_ foi um grande golpe pra ela, pra todos na verdade.Os meses seguites foram seguidos de briga e discussões constantes, malas feitas e desfeitas, ameaças de partidas, pedidos de perdão as vezes sinceros as vezes com um tom de "tanto faz eu só quero acabar com isso".
Viu a mãe se afundar cada dia mais na tristeza que carregava consigo, aquela mulher forte foi se apagando até restar o que restava hoje, uma mulher apática que fazia o que tinha que fazer para levar a vida. Encontrou o vinho como muleta, e agora se arrastava pelos cômodos da casa como podia. Uma assombração da mulher que um dia foi.
Beatrice é puxada de volta a realidade quando seu telefone vibra,é uma mensagem do Ana.
_Bia o que vc está Fazendo? Bora comer uma pizza?
Ana era sua amiga do colégio, melhor amiga na verdade, as duas gostam das mesma músicas, das mesmas bandas, usam roupas parecidas dividem até a mesma maquiagem, estudam na mesma sala desde o 3° ano, quando se tem 16 anos esses são os laços mais forte que você consegue ter com alguém.
_Não posso. Estou numa parada de família_respondeu pra ela rapidamente_ Mais tarde te ligo.
Segundos depois outra mensagem:_Mais o que é??? Alguém morreu???
_Não sei ainda, minha mãe disse que tem uma notícia pra dar pra gente, mais tarde te falo o que é_respondeu meio irritada com a insistência dela_Tchal!!!_
terminou a mensagem e desligou o celular._Afinal o que há de tão importante que eles estão fazendo esse suspense todo?_ pensou ela.
Duda já está inquieta na mesa.
Duda é a filha do meio ela tem 10 anos, uma boa menina de personalidade forte, como ainda não entrou totalmente na adolescência está naquela fase em que acredita que os pais são super heróis. E por fim Alice, a mais nova, 5 anos, sem nenhuma preocupação na vida, seu universo se resume a brinquedos e desenhos animados.
Jhon finalmente desce as escadas.
_Nossa Jhon, que demora!!!_disse Marta já impaciente_as crianças estão com fome.Na verdade ninguém estava com fome, Bia estava mesmo era curiosa para saber o motivo de tanto mistério, Duda estava prostada com o rosto na mesa reclamando o tempo todo de não ter nada pra fazer e Alice já havia desistido de esperar, a tempos já estava vendo desenho.
_Você já falou alguma coisa pra elas Marta?_ perguntou achando que ela talvez já tivesse estragado a surpresa.
_Ainda não estamos esperando você para dar a notícia_disse, enquanto ia a cozinha buscar uma travessa de macarronada que seria o jantar.
Marta colocou Alice na mesa, todos se serviram. Era a vez de John tomar a palavra.
_Então chega de mistério_disse Jhon com uma tom empolgante em sua voz.
Todos os olhares se viraram para ele.
_NÓS VAMOS NOS MUDAR!!!.

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A Entidade
HororTodos merecem um recomeço. Era nisso que acreditava a família Thompson quando na tentativa de fugir de sua vida destruída se mudaram para Red River. Mais nem sempre as coisas saem como o esperado não é mesmo. Em meio a um turbilhão de aconteciment...