capítulo *2

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2014

O relógio marcava 19:hrs, estavam todos reunidos em volta da mesa de jantar, uma mesa de carvalho antiga que a muito pedia uma restauração, marcas de copo e ranhuras se estendia por toda ela, marcas essas feitas pelos vários cafés da manhã e jantares de Natal que a família Thompson sediara em sua casa em épocas festivas, épocas essas que a muito fora extintas do calendário da família. Uma família que no passado era conhecida pelas festas de aniversários abundantes e calorosas, onde o local era inundado de refrigerante e risos de crianças que ecoavam por toda a casa, jantares Natalinos que reunia toda a vizinhança, a tradicional decoração que costumava ser a mais bela das casas da rua Garden, lâmpadas iluminavam toda a extensão do telhado e emolduravam um papai Noel pomposo com todas as suas 9 renas, uma havia se perdido na última nevasca, o que não diminuía em nada todo o esplendor da decoração.
Mas esse tempo havia acabado...

Marta, a matriarca da família, fez questão de que todos estivessem presentes, pois Jhon tinha uma notícia importante pra dar.

O relógio marca 19:15, a maçaneta da porta range de um lado para o outro, estalando com o enfiar das chaves, todos se viram para olha-la, Jhon chega da rua, o semblante caído como de um lutador que acabou de perder a luta já no último round, o cansaço é evidente em seu rosto.

Jhon já estava desempregado a 1 ano depois que viu chegar a falência de seu grande sonho, seu consultório de psiquiatria. Ele se viu obrigado a fechar as portas depois que seu sócio e até então amigo Marcos Ston o levou a falência.
Marcos e ele se tornaram amigos na faculdade. Quando se formaram Marcos comprou uma pequena loja na Av Backer uma das principais avenidas no centro da pequena cidade de Silverstone, trabalhavam juntos desde então, em um consutorio modesto porém charmoso , mais do que amigos tornaram-se sócios, porém ele se endividou e perdeu o imóvel, no qual trabalhavam, para saldar a hipoteca com os bancos. Jhon havia investido todo o seu tempo e economias naquele projeto que arruinara, sem ter outra opção, vivia agora, entre uma consulta particular e outra, sem ter muito retorno financeiro.

Foi um choque para Jhon, ele que havia dedicado seu sangue, suor e lágrimas para realizar o sonho deles, descobrir que Marcos gastava todo o dinheiro das prestações da hipoteca do imóvel com jogo e bebedeira.

Ele se culpava, sabia dos vícios do seu amigo e mesmo assim não fez nada pra ajudar, afinal, ele não sabia que a situação de Marcos estava assim tão grave. Como tudo na vida achava que eram só alguns goles, talvez uma ou outra noitada com as garotas do bar da rua Bruks, noitadas essas da qual ele até já partipara de algumas, a pretexto claro, de jartares formais de negocios ou de ter ido ver "um paciente mais reservado" o fato dele chagar em casa cheirando a bebida e perfume barato era algo que ele sempre foi bom em esconder de Marta, bem quase sempre.

Em defesa própria ele dizia a si mesmo que já tinha seus próprios problemas pra cuidar, com esses "problemas" incluía também Marta.

Marta lutava contra a depressão a 3 anos desde que descobriu uma traição de Jhon (uma entretantas outras não descobertas), na ocasião ela passava por momentos complicados o estresse, fatores emocionais e tudo isso somado a uma grande perda . Como o choque que sofreu na fatídica tarde em que foi ao consultório de Jhon
Marta estava grávida de quase 3 meses na época, após uma de suas aulas de pilates numa academia no centro de Silverstone,_Pilates vai fazer bem para o bebê_ dizia a obstetra. Comprara alguns bolos e uma torta de limão em uma padaria local próximo a academia_Jhon adora torta de limão, vou fazer uma surpresa_ pensou ela.

Chegou e viu que o consultoria parecia vazio, Shirley a secretaria não estava na pequena recepção feita de tijolinhos coloniais, davam um toque rústico ao local, ela mesmo havia ajudado a escolher aqueles tijolinhos.
Passou pelo balcão da recepção, indo direto para a porta branca do consultorio que ficava logo atrás, pensou ter ouvido um barulho, talvez um ruído, mais ignorou aquela luzinha vermelha que apita bem no fundo de nosso subconsciente (aquela que todos nós, por mais que tentamos negar, sabemos que está lá).
Ela segurava com dificuldade sua bolsa e as sacolas na mão, equilibrando com cuidado a torta de limão que esperava comer junto ao marido tomando um bom café. Abriu a porta de uma só vez como costumava fazer, a torta tombou para um lado os sacolas caíram para o outro tamanho choque da cena a qual presenciar a
Uma jovem prostada por sobre a mesa de Jhon, semi nua, a saia levantada rente a cintura formando uma especie de cinto, sua blusa branca de um tecido que parecia cetim estava aberta deixando a mostra seus seios que balançavam com o movimento de vai e vem feito por John, que por sua vez estava encaixado entre as pernas da mulher sua mão rodeava a cintura dela, as calças abaixadas até os joelhos suor escorria em sua testa. Parou de súbito quando viu o barulho da porta se abrindo, da mulher entrando e da torta de limão se eapatifando no chão. Tudo aconteceu em menos de 30 segundos mas para ambos pareceu que toda a cena acontecia em câmera lenta, Marta ainda teve tempo de registrar a bunda branca de Jhon enquanto fazia seu último movimento de vai e vem dentro daquela moça, cena que mal ela sabia, mais nunca iria esquecer.

A ver sua mulher entrando Jhon se recompôs, ao menos tentou, da melhor forma que pode, a moça levantou rapidamente da mesa abaixando a saia, e fechando os botões da blusa, seus olhos passearam pelo pequeno consultório procurando por algo, mais o que?? Há sim ali estava, sobre o abajur de canto amarelo estava pendurado a calcinha daquela moça, amarela quase do mesmo tom do abajur, tão minúscula que talvez até um olhar aguçado de um caçador teria dificuldades de encontrar se não soubesse o que estava procurando.

_Marta o que você está fazendo aqui?_ perguntou Jhon com a voz falhando num misto de panico e vergonha.

_O que eu estou fazendo aqui? O que eu estou fazendo aqui??? O que vc está fazendo seu seu.....
A voz falhou, sentiu uma pontada nao conseguiu distinguir de onde era, seu sangue fervia de raiva seus olhos brilhavam uma chama intensa.

_Marta vamos conversar eu posso te explicar isso.....
Jhon vê Marta se dobrar por sobre o ventre, seus lábios se serram numa careta de dor.

Enquanto isso a mocinha cata sua bolsa em cima da cadeira e sai pela tangente.

_Marta você está bem???
Jhon se apressa para alcançar a mulher quando ela tomba para o lado,
Marta cai de joelhos sendo apoiada pelas mãos de Jhon, as mesmas mãos que minutos atrás segurava a cintura daquela mulher.
_Marta você está bem????
Pergunta Jhon aflito, da sua boca ele vê balbuciar algumas palavras quase inaudíveis.

_O que foi???_ pergunta de novo.

_SEU FILHO DA PUTA!!!

Tudo se escurece Marta cai.

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