"E-eu matei alguém"

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Avisos

[Este capítulo ficou um pouco maior do que eu planejava, but, vale a pena]

[Este capítulo contém descrição de desmembramento, caso seja sensível ao tipo de leitura não leia]

Recebi 35 mensagens idênticas durante toda a semana, Harry não desistia de tentar me ajudar da maneira errada. Quer dizer eu acho errado roubar as pessoas, não é forma certa de conseguir as coisas. Entrei na sala pensativa e parei ao ver alguém sentado no meu lugar, minha expressão deveria ter sido a pior porque o cara levantou sem jeito e sentou na carteira ao lado:

- É seu lugar? Eu não sabia

- Me desculpa, eu, não é meu lugar... ah, me desculpa

Ele sorri e percebo o olhar enquanto em sento na carteira, olho ele de relance sorrindo, observo os cabelos castanho claro cortados recentemente, os olhos são da mesma cor do cabelo, em síntese ele tem o rosto muito bonito, o pescoço tem uma mancha, marrom também. Não consegui ver o resto, mas nem preciso para dizer que ele é muito bonito. Afasto os pensamentos sem graça porque provavelmente eu estava encarando ele por minutos:

- Espero ter agradado a visão - ele sorri graciosamente e noto o sotaque diferente com ausências das consoantes.

- Você é de onde? - perguntei encarando ele rispidamente

- Algum lugar no interior da Inglaterra. O sotaque é tão diferente assim?

- Muito, não é grosso como o daqui. - faço o comentário baixo ouvindo ele rir.

O rosto dele se transforma em careta e ele solta um riso baixo balançando a cabeça negativamente. O professor entra na sala e alguns alunos entram correndo logo depois, no decorrer da aula trocamos olhares e piadinhas sobre como deveria ter sido a história do jornalismo. Particularmente eu estava adorando ter ele ali, uma amizade em meio ao caos Harry é bom, a aula terminou e guardei meu caderno, dessa vez sem demorar. Levantei torcendo para que ele pedisse para eu esperar e meu pedido foi atendido por Afrodite pois o sotaque pediu para eu esperar. Saímos da sala caminhando juntos, ele contou sobre a família, como decidiu vir para cá e pediu ajuda para se movimentar no campus. Expliquei o que consegui, afinal, eu estava aprendendo também, quando ele apontou uma placa percebi as tatuagens no braço, eram delicadas e pareciam ser importantes, havia uma frase, mas quando tentei ler ele abaixou o braço. Olhei o papel dele e reconheci o número do quarto, expliquei cuidadosamente para que ele não se perca. Ele agradeceu e seguiu o caminho dele, senti meu celular vibrar, Harry novamente, ensaiei meu tom mais grosso possível e atendi:

- O que você quer?

- Eu preciso da sua ajuda - o tom de voz dele era sério e trêmulo

- Eu não posso te ajudar com nada no momento

- Por favor, eu realmente preciso da sua ajuda Catarina

Contei até cinco antes de querer desligar o telefone

- Tudo bem, quer ajuda com o que?

- Temos que falar sobre isso pessoalmente, eu te encontro em seu quarto?

- Você sabe qual é?

- Sim

Ele desligou o celular no mesmo segundo, senti meu coração palpitar cada vez mais rápido dentro do peito e caminhei rapidamente em direção ao dormitório, quando me aproximei a porta estava entreaberta, entrei rapidamente e fechei a porta atrás de mim. A sombra se levantou e ele veio me encontrar, procurei seus olhos, estavam frios e arregalados, os ombros estavam para baixo, o corpo esguio estava mais magro, seu rosto estava pálido.

|| I'm in love with a criminal || h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora