um, seis, quatro

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O relógio marca 9h20min quando Liam acorda.

Ele sente o peso da noite passada emitir um alerta em sua cabeça, como uma dor leve, mas ainda incômoda.

Ele chegou para o dormitório por volta das 4h15min; estava sob efeito de álcool, ele não perde a oportunidade. Ele não se esforça para lembrar de muito, e não dá a mínima. Ele pode fazer isso novamente na próxima oportunidade.

Indisposto, Liam preferiu não responder às quatro mensagens de sua mãe, o pedindo que estivesse pronto para o retorno das aulas na Universidade de Aarhus. Ela está longe, mas ela faz de tudo para estar perto. Ele sabia que não estaria, de qualquer forma. Afinal, quem realmente se importava com a primeira semana de aulas após os encerramentos de períodos? Liam não está empolgado, então ele faz pouco caso.

Neste momento, Liam quer alguma bebida que não seja álcool. E seu corpo precisa de um banho, também.

Ele ergue seu rosto e a visão periférica o permite notar uma pequena mancha vermelha em sua camisa, próximo ao seu ombro, provavelmente de uma das garotas com quem ele ficou na noite anterior. Ele está, mais uma vez, orgulhoso por esta ser a única coisa com a qual ele tem que lidar depois. Liam deixa claro que ele não precisa de lembranças no outro dia, nenhum tipo. Ele dispensa números de telefone e marcas de dentes em seu pescoço. Antes de qualquer coisa, ele costuma deixar claro que, para ele, é sempre casual.

Ele acha que, pelo menos, dois professores já foram apresentados aos calouros. Quando julga duas horas de atraso como suficiente para um tempo perdido, Liam decide pegar suas coisas e ir para o banheiro.




A movimentação nos corredores é quase nenhuma, Liam observa. Antes de ir até a sala da primeira aula, ele decide passar pelo quarto de Louis, já com a garantia de que o outro está acabado. Louis é exagerado na maioria dos aspectos de sua vida.

Liam bate duas vezes na porta. Ele espera um pouco, ele não quer encontrar Louis pelado enquanto se troca, mas ele decide entrar quando não obtém resposta.

Louis está um caos em sua cama, é a primeira coisa que ele nota.

Ele tem seu braço direito jogado sobre o criado mudo. Seu cobertor está praticamente no chão, sendo suficiente apenas para uma de suas pernas, onde Liam não sabe como, mas se encontra o travesseiro.

— Cale a boca! — Louis diz, abruptamente. Ele tenta agarrar o travesseiro, mas falha.

— Eu não disse nada. — Liam continua parado.

— Mas estava pensando em dizer. Liam, eu estou uma merda, cara. — ele reclama, sua voz sendo abafada pelo colchão. — Eu só quero continuar aqui. —

— Quanto você bebeu? — Liam pergunta.

— Eu não tenho ideia. Eu só vou ficar aqui por mais uma hora ou um dia. O que exatamente você quer? — 

— Você está fazendo grande caso. É o primeiro dia, nós precisamos, ao menos, responder a uma das cadernetas. — Liam avisa. — Eles pegarão no meu pé, você já tem noção de como funciona. —

— Eles nunca cumprem com essa merda da forma que dizem. — Louis diz. Se há alguém menos interessado em estudos do que Liam, este é Louis.

— Óbvio que eles fazem. Você acha que não fazem porque nunca está lá. — Liam ri. — Eu acho que restam, tipo, mais quatro aulas e é suficiente por hoje. Levante-se, vamos! —

inde i rummet  ziamOnde histórias criam vida. Descubra agora