Sua existência me corrói.
O som gélido da sua respiração ecoa por cada canto da casa. As paredes tem as marcas e gritam seus sussurros. Eu ouço seus murmúrios, suas queixas, seus palavrões.
Eu ouço seu choro.
É cheio de dor, de sofrimento e mágoa, e cada parte de suas emoções agem no meu interior da mesma maneira que um antidepressivo gera uma falsa alegria.
Mas seu choro não drena minha dor.
Não. Ele a piora. Transforma em um banquete farto para meus fantasmas mais sombrios, e, ali, eles matam sua fome.
Sua existência me corrói.
Tira as partes bonitas e me transforma em um bicho. E eu me torno aquilo que você me vê.
E você me vê como um monstro.