Acho que perdi uma parte dessa história.
Não me lembro do momento exato em que comecei a gastar minhas energias te abominando. Não lembro o momento exato em que meu coração foi despedaçado por você.
É, querido. Você foi o primeiro que me decepcionou e tirou a venda dos meus olhos.
Não existe inocência no mundo senão a de uma criança, e estas talvez também estejam perdendo. Não há magia nem conto de fadas, não há nada que me faça acreditar que você faria diferente. Porque você é aquele que comete o mesmo erro mil vezes e nunca acerta.
Então, por que me cobras? Você me lança toda a culpa como uma espada cravada nas costas. Mas... E os seus erros?
Por que você nunca assume seus erros? Por que não se deixa ver que o gosto da sua respiração é amargo, que suas palavras são venenosas, e que seu punho é o mais pesado dos punhos?
Por que você nunca assume?
Eu sei, eu sei. Culpa é algo pesado. Talvez até mais que os tapas que você desferiu em meu rosto. Mais pesado que seu punho no meu olho.
Eu sei que você sabe de tudo isso, mas se recusa a tirar a venda dos seus próprios olhos.
Então, deixe-me dizer, cara:
Sua existência me corrói.
