Capítulo III - Y no puedo olvidarte

410 18 2
                                    



Desamparada, Anahí precisava recomeçar sem ele. Não apenas sem ele, mas com o coração destroçado, sem uma parte de si. Por mais que tentasse, não conseguia tirá-lo de seus pensamentos. A insônia a perseguia, mal se alimentava. Dulce Maria, bem como os demais, temiam que Anahí tivesse uma recaída da anorexia, ou se deixasse levar por uma depressão. A ruiva então passava praticamente todas as tardes ao lado da amiga, amparando-a.

- Ele está sofrendo tanto quanto você Any. – a ruiva disse afagando as costas de Anahí que chorava. A loira olhou-a e meneou com a cabeça, suspirou.

- E porque não está aqui do meu lado?

- Você sabe como Poncho é explosivo.

- A única coisa que eu sei é que a culpa toda recaiu sobre mim, e é injusto. – Anahí falou enxugando as lágrimas. – Vou embora do México.

- Como? – Dulce indagou confusa.

- Estou indo para Los Angeles, preciso me afastar de tudo o que me faz mal, e nada melhor do que começar por Alfonso Herrera.

A fama e o reconhecimento mundial com a novela Rebelde e a banda RBD lhe trouxe prêmios, novas oportunidades e novos projetos. Viver em Los Angeles em meio a inúmeros artistas mundialmente famosos era um sonho desde criança, e após o rompimento doloroso decidiu realizá-lo.

Pela janela observou a cidade ficando cada vez menor. A partir daquele momento começaria uma nova vida, focaria apenas em sua carreira. Tudo o que viveu até aquele dia ficaria para trás, como uma lembrança.

- Chega de chorar Anahí, vida nova daqui para frente. – disse a si mesma.

E partiu sem despedir-se de ninguém pessoalmente. Apenas deixou uma carta para cada um dos amigos, inclusive para Alfonso. Apesar de estar magoada, dele ter sido completamente idiota, o amava com todas as suas forças. Poderia muito bem ter cedido ao pedido de perdão dele semanas depois, porém naquele momento quem estava magoada, ferida.

- Te amarei eternamente. – ele disse a enlaçando pela cintura, então selou os lábios.

- Até que a morte nos separe? – Anahí indagou brincalhona.

- Além da morte. – ele falou a fitando. – Você é como tatuagem Anahí, estará para sempre em meu coração, aconteça o que acontecer. Eu sempre irei te amar. – declarou Alfonso e os olhos da loira marearam, emocionada com aquela pequena declaração.

- Você é a minha vida Alfonso Herrera. – ela sussurrou emocionada e o beijou com paixão.

De fato aquele sentimento que nutria por Alfonso era como tatuagem. Embora distantes, sempre estaria em seu coração, em suas lembranças, na memória.

Durante meses evitou contato com Dulce ou Maite, a fim de afastar-se das lembranças para esquecer-se do passado. Porém ser uma figura pública tinha suas desvantagens, e Dulce e Maite conseguiram o endereço da amiga. E na primeira oportunidade, ambas foram conhecer Los Angeles mais a fundo, e divertir-se nas noites na companhia de Anahí, recordando-se dos velhos tempos. Claro que o assunto Alfonso Herrera vinha a tona em todas as conversas.

- PAREM! – Anahí gritou, levando as mãos à cabeça – Proíbo de tocarem no nome dele novamente.

- Vai continuar negando que ainda há paixão, amor, fogo? – Mante indagou sorrindo maliciosa.

- Alfonso é passado. – ela murmurou, então mordeu o lábio inferior – Um passado gostoso que me deixava sem fôlego, mas acabou.

- E como está gostoso! – Dulce disse se abanando e Anahí a olhou boquiaberta, incrédula – Não precisa ficar com ciúmes, ele é todo seu, somente seu, inteiramente seu.

- Se continuarem com isso podem ir a um hotel. – murmurou irritada a loira.

- Que absurdo! – exclamou Dulce – Ser punida por falar apenas verdades.

Verdades que lhe eram dolorosas. Verdades que apenas a faziam recordar das palavras frias de Alfonso a acusando, chamando-a de irresponsável. Ela queria tanto quanto ele dar aquele passo no relacionamento, tanto que dividiam um apartamento e já pensavam na decoração do quarto, nas cores, nos padrinhos e madrinhas.

- Eu serei a madrinha. – Dulce disse empinando o nariz, pôs-se em frente a Anahí e Alfonso, que estavam sentados lado a lado em um sofá.

- De forma alguma! – Maite protestou parando ao lado de Dulce e a empurrou com o quadril. – Eu serei a madrinha.

- Meninas, relaxem! – Alfonso disse rindo. – Ambas serão madrinhas, para evitar brigas.

E as lembranças também eram dolorosas, como facas cortando o coração. As últimas noites foram longas, não conseguia dormir. Sua mente viajava nas recordações do passado, nos momentos que viveu com ele. Acreditava que era por estar de volta ao México, oito anos depois para curtir merecidas férias sem data prevista para terminar. Dulce havia lhe garantido que Alfonso estaria em uma viagem a trabalho, então não correria o risco de trombar com ele durante seu descanso. 

Que Hay Detrás Del Último Adiós?Onde histórias criam vida. Descubra agora