Prólogo

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Mantinha os olhos verdes grudados na loira que virava um shot de tequila atrás do outro. Fazia algumas horas que estava ali, na boate onde costumavam se reunir com a banda e amigos mais íntimos nos fins de semana. Os olhos estavam completamente atentos à loira que estava debruçada sobre o balcão.

Anahí já o havia visto logo que chegou. Alfonso estava a perseguindo fazia uma semana, como uma pedra em seu sapato. Será que ele nunca se cansava de ser saco de pancadas? Estava persistente demais e aquilo a irritava profundamente. Temia acabar cedendo, sendo seduzida novamente por ele. E depois, novamente, ele pisotearia em seu coração, em seus sentimentos.

Alfonso perguntava-se a todo momento como ela conseguia beber tanto. Estavam de luto por uma grande e dolorosa perda e ela reagia bebendo descontroladamente? E ainda dando vexame, expondo sua imagem assim para a mídia. Tudo bem que ela nunca ligara para que os sites de fofoca, imprensa falavam ou pensam dela. Porém agora Anahí estava passando dos limites. Teria de intervir ou a ex noiva entraria em coma alcoólico. Caminhou até o balcão e sentou-se ao lado ela.

- Já chega, bebeu demais por hoje. – disse arrancando o copo das mãos dela. Anahí olhou-o feral e trincou os dentes. Quem era ele para proibi-la de beber?

- Não me lembro de ter contratado uma babá. – murmurou cruzando os braços sobre o peito. Girou o corpo fazendo com que os cabelos batessem no rosto do moreno.

Alfonso deu dois passos largos e a segurou pelo braço. Anahí olhou furiosa para o moreno, que rapidamente a soltou.

- Anahí, por favor, controle-se. – ele sussurrou e ela gargalhou debochadamente.

- Você é quem na fila do pão Alfonso? – perguntou ironicamente. Ele estava mesmo lhe exigindo satisfações depois de tudo? Definitivamente Alfonso Herrera não a conhecia tanto quanto parecia. - Faz um favor? – indagou e ele assentiu. Ela sorriu cinicamente e olhou no fundo daqueles olhos verdes que tanto amava e que havia a machucado profundamente - Desaparece, some da minha vida. – falou agressivamente. Alfonso sentiu como se tivesse levado um soco no estômago, uma apunhalada dolorosa no coração. - Estou seguindo em frente com minha vida, não vou ficar vivendo do passado.

- Você não está em sã consciência. – o moreno disse rapidamente. Com certeza a bebida estava alterando as faculdades mentais da loira - Vou relevar o que disse e...

- Estou perfeitamente bem Alfonso Herrera. – ela disse rispidamente o interrompendo. O que Alfonso queria? Que esquecesse todas as acusações, palavras frias e dolorosas? – Se achou que eu reagiria com declarações, que ficaria chorando aos seus pés por perdão, está redondamente enganado meu querido.

- Aqui não é um bom lugar para discutir a relação. – ele murmurou pegando-a no braço e a arrastou para um canto do recinto. Anahí puxou o braço com violência.

- Que relação Alfonso? – perguntou irônica - A que você colocou tudo a perder quando jogou toda a culpa sobre minhas costas? Não, obrigada. Não estou a fim de remoer o que aconteceu. – falou, deu as costas, novamente jogando os cabelos no rosto do moreno outra vez. A loira parecia curtir fazer aquilo. Anahí voltou ao bar, sentou-se e virou outra dose de tequila. Alfonso suspirou, pediu paciência e foi atrás dela novamente. Como podia ser tão teimosa?

- É assim que está seguindo com a sua vida? Enchendo a cara feito uma viciada?

- Cale a boca. – alertou-o.

- Não me mande calar a boca. – ele rebateu irritado.

- Não me mande calar a boca! – ela o remedou. – Me deixe em paz Alfonso! – exclamou batendo as mãos sobre o balcão - Vai procurar uma puta pra te satisfazer que a falta de sexo está te deixando muito rabugento.

- Não fale assim, você sabe que a única mulher que amo é você.

- É piada não é? – indagou com um deboche na voz, meneou a cabeça. Era inacreditável a postura de Alfonso - Uma pegadinha? Cadê as câmeras? – perguntou olhando para o teto, embaixo do balcão, sobre ele, fingindo procurar por algo.

- Já lhe pedi perdão, eu agi pelo calor do momento. – Alfonso choramingou e ela rolou os olhos - Podemos superar tudo isso juntos. – ele falou tocando-a no ombro. Anahí retirou a mão dele.

- E eu já disse que não! – ela alterou o tom de voz, lançando um olhar gélido a ele. – Aliás, afaste-se que você está atrapalhando o meu flerte com aquele loiro gostoso. – ela disse apontando para o mesmo, olhando com luxúria para um homem loiro de olhos claros, extremamente musculoso, que olhava para a Anahí.

- É sério isso? – ele sussurrou. Enciumado tampou o campo de visão dela, ficando de costas para o loiro, escorou-se no balcão e a encarou. Anahí tombou a cabeça para trás e riu.

- Eu vou transar hoje. – ela falou provocando-o, levantou-se, bateu o copo no balcão. – É verdade esse bilhete. – ela disse e mandou um beijo no ar para Alfonso. Começou a gargalhar e Alfonso rolou os olhos. Anahí estava muito bêbada.

- Eu te levo pra casa. – apressou-se em ir atrás dela. Anahí parou, girou o corpo para olhá-lo. Inacreditável. Alfonso estava parecendo um cachorrinho atrás dela. Quando mais precisou do apoio dele, não esteve ao seu lado. Apenas acusou-a, humilhou-a. Agora ele teria que arcar com as terríveis consequências. Ninguém o mandou cutucar onça com vara curta.

- Vai pro inferno Herrera! – gritou erguendo o dedo do meio da mão direita enquanto caminhava para a porta de saída.

Alfonso sentiu todos os olhares sobre si. Apressou-se e foi até Anahí segurando-a pelo braço, puxou-a e seus corpos se chocarem. Anahí sentiu tanto nojo que jurou ter uma súbita vontade de vomitar. Olhou-o seriamente e cuspiu na cara do moreno. Com o ato Alfonso soltou-a. Apenas observou o chicotear do longo cabelo loiro escuro sumirem de seu campo de visão. 

Que Hay Detrás Del Último Adiós?Onde histórias criam vida. Descubra agora