Capítulo VI - O encontro inesperado

448 19 10
                                    


Godofredo latia, lambia-a desesperadamente e a loira gargalhava. Abraçava-o, afagava-o. Como sentiu saudades daquele cachorro! Depois de tantos anos o animal ainda recordava-se dela. E isso era maravilhoso.

Alfonso observava a cena paralisado. Sentia receio de aproximar-se. Maite empurrou-o e ele não se moveu. Então o empurrou com vontade e o moreno cambaleou. Maite seguiu o empurrando.

- Estás com algum problema Maite?

- Quando uma mula empaca, necessita de outra para ajudar. Na falta da mula burra Anahí, serve eu.

- Eu não posso Maite. – ele murmurou. Maite bufou, deu a volta e parou a frente de moreno de braços cruzados.

- Você não pode ou não quer? Queria tanto vê-la, tocá-la, beijá-la, possuí-la e agora está fazendo cu doce?

- Não quero machucá-la mais, só isso.

- Vai tomar no seu orifício auricular situado no hemisfério norte, ao centro de seu corpo. – Resmungou Maite. Alfonso soltou uma gargalhada. – Vai logo agarrar a loira e tirar os atrasos!

Alfonso respirou fundo, estremeceu. Seu coração acelerou mais e mais. Deu alguns passos e parou para observá-la, contemplá-la. Os raios de sol sobre a pele dourada, bronzeada, vulgo cor do pecado, o faziam sentir o calor emanar por seu corpo. A queria de volta em seus braços, em sua vida. Desejava-a com todas as suas forças.

- VAI FICAR MARCADO GODÔ! – gritou Anahí. Os gritos dela fizeram com que um pequeno sorriso brotasse nos lábios do moreno.

Anahí ajeitava o cabelo em frente ao espelho do camarim, pronta para gravar a novela, uma cena com Alfonso, quando sentiu uma mordida em sua cintura.

- Vai ficar marcado Poncho! – reclamou erguendo a blusa se olhando no espelho. Ele a agarrou por trás e mordeu em seu pescoço, beijando-a em seguida. A loira gemeu baixinho.

- Eu quero mais é que todos saibam o quanto te amo. – ele sussurrou ao pé de seu ouvido.

- ALFONSO! TERRA CHAMANDO ALFONSO! PONCHO! – Maite dizia estalando os dedos. – Anahí está partindo com o Godofredo junto!

Alfonso chacoalhou a cabeça e saiu em disparada rumo ao carro. Aproximou-se e deu três batidas no vidro. A loira virou-se e o viu, seu coração quis saltar pela boca. Seu corpo enrijeceu.

- Acelera Dulce.

- Eu não! Ser acusada se sequestro não é minha meta de vida. – a ruiva falou, fez um biquinho entre os lábios e levou o dedo indicador até o botão, abrindo o vidro.

- Devolve o meu cachorro. – Alfonso falou rapidamente, ofegante.

- Ele é meu também. – Anahí rebateu, tentando não olhá-lo. – Vamos embora Dulce, estou cansada e preciso relaxar.

Dulce teve vontade de dizer "O Poncho se encarrega disso", mas julgou que aquele não seria o momento para tal comentário. Sorriu maliciosamente, clareou a garganta e olhou para um e depois para o outro.

- Eu sugiro que compartilhem a guarda da criança. – sugeriu a ruiva e Anahí rolou os olhos. – Ele é bem grandinho e pode decidir com quem quer ficar. – disse enquanto destravava a porta do carona.

Ao perceber que a porta estava destravada, Alfonso abriu-a e segurou Godô pela coleira. O cachorro rosnou, mostrando os dentes e quis mordê-lo.

- Parece que Godô escolheu com quem quer ficar. – Anahí falou sorrindo cinicamente a ele – Arre vou air Herrera!

O moreno deu um passo para trás. Dulce ligou o carro e saiu cantando pneu. Godofredo sempre a escolhia. Anahí sempre foi sua preferida.

Anahí estava deitada sobre a cama de casal assistindo televisão enquanto afagava Godô. Alfonso saiu do banho com os cabelos molhados vestindo apenas uma cueca boxer. Sentou na cama ao lado de Anahí e ouviu o cão rosnar. Caminhou até a porta, abriu-a e apontou para fora.

- Fora Godô!

- Deixa ele bebê! – disse a loira toda manhosa.

Alfonso voltou para a cama e tentou se aproximar da loira, mas o cão voltou a rosnar, mostrando os dentes. Se continuasse ali, com certeza receberia uma mordida.

- Sério isso? Você a deixou ir embora outra vez? – Maite indagou-o, fazendo com que voltasse a si.

Alfonso ignorou-a, enxugou a lágrima que escorria em sua face e foi embora.

Amar dói, machuca, fere e deixa cicatrizes que nem o tempo pode curar, pois em algum momento elas podem voltar a sangrar.

Que Hay Detrás Del Último Adiós?Onde histórias criam vida. Descubra agora