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   No intervalo da segunda-feira fui falar com Yerim. Seria rude se eu interrompesse o curso das coisas por mensagem, e eu não podia deixar mais nenhum dia passar.

    Enquanto eu falava, ela pacientemente ouvia, desenrolando uma bala de uva preguiçosamente e enfiando na boca.

- Eu sei o que está fazendo, Seungwan. – ela comentou, me encarando. – Isso vai te destruir em algum momento.

    Chutei uma pedrinha, suspirando.

- Vou dar um jeito. Não sou estúpida.

    A loira segurou meu maxilar com delicadeza.

- Sei que não. Você é apenas preciosa demais. Não deixe esses sentimentos te consumirem, sim? – não era a reação que esperava dela, mas assenti, grata. – A gente se vê por aí.

    Selou meus lábios uma última vez e entrou no refeitório.


    As semanas passaram e tudo parecia correr bem. Seulgi já não se encontrava com Jaebeom com tanta frequência, e nos encontrávamos quase todo dia na praça após as aulas.

    Uma tarde em particular, recebi uma mensagem sua avisando que precisava ajudar seus pais com um assunto da pizzaria, mas que passaria de noite para me buscar e darmos uma volta.   

    O aniversário dela estava absurdamente próximo, e com ele o dia em que abriríamos as cartas que escrevemos para nós mesmas três anos atrás. Meu coração disparava enquanto eu levantava a madeira meio solta do chão do meu quarto sob a qual escondemos os envelopes. Eles estavam lá, quando me convidando a levar adiante a ideia louca que tinha me ocorrido.

    Eu sabia que provavelmente estragaria tudo, mas já não conseguia me deter. Era isso ou deixar me levar e beijar Seulgi num momento de guarda baixa.

    Com as mãos tremendo levemente pela ansiedade, peguei um papel, uma caneta qualquer, e comecei a escrever.

sleepover - seuldy/wenseulOnde histórias criam vida. Descubra agora