Capítulo 7 - Death Keeps Knocking on my Door

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E assim, o dia da lembrança chegou.

Basicamente, um dia inútil em que todos escreviam cartas para os mortos.

Faith não via o ponto disso. Não é como se os mortos fossem lê-las.

Mas ela entendia a razão. Era para nunca esquecê-los. Lembrar que eles foram algo muito especial para um de nós.

Talvez um parente, um amigo... ou até uma pessoa aleatória que você matou.

- Hey, Raf! - disse Faith, indo em direção ao garoto. Nas últimas semanas estavam ficando bem próximos. Não só por serem da mesma alcatéia agora, mas também por estarem se tornando amigos. Muito próximos. - Então, para quem sua carta vai? - embora achasse a tradição ridícula, sabia que todos a realizavam.

- Minha ex-namorada. Cassie. - disse ele, a encarando. - E aí, conseguiu falar com Alaric sobre o vôo?

- Sim. - disse ela, com um sorriso ao saber que ele se lembrou. - Ele foi bem leve na verdade. Falou que eu precisava de um tempo fora. Quase morri duas vezes em pouco tempo. - disse ela.

- Então? Já se decidiu?

- Sim, definitivamente vou visitar minha tia Rebekah. Vai ser divertido. O vôo sai ainda hoje, mas mais tarde, afinal, é de madrugada agora.

- Hope me disse que você faz isso todo dia da lembrança. Por quê? - perguntou ele, tocando na ferida de Faith, que desviou o olhar.

- Enquanto todos tentam se lembrar, eu tento me esquecer. - disse ela, olhando para os pés.

Ele fez uma cara de quem pedia perdão, fazendo ela simplesmente dar um pequeno sorriso.

- Enfim, visitar minha tia Bex é sempre o melhor quando eu quero esquecer meus problemas. - disse ela, encarando a porta, que lentamente se abria, um pé entrando no local.

- Cass? - perguntou ele, quando a menina entrou por completo.

- Raf?

- Cassie? Essa é a garota morta? - perguntou a loira, insensível por um momento.

- Sim. - disse ele, olhando para ela.

Hope foi a primeira a descer as escadas, vendo o seu diretor tentando torturar o monstro.

Quando eles saíram, Faith voltou.

Ela tinha dois sentimentos, um totalmente o oposto do outro.

Um seria a atitude de um herói; o outro de um vilão.

Então ela fechou os olhos com força antes de entrar no porão.

- Você sabe, nunca senti um cheiro de morte cercando sua irmã tanto... mas você... o seu é diferente. - disse.

- Estou cansada das pessoas dizerem que somos diferentes. Sim, nós somos. Agora, por que você ressuscitou Cass?

- Todos nós temos uma missão. Ela só queria pelo menos ter uma última conversa com o pobre garoto. - disse ele, sorrindo ao ver a menina revirar os olhos.

- Você pode fazer isso? Trazer as pessoas dos mortos?

- Se você quer alguém de volta. Só me traga a faca. Eu definitivamente o farei. - disse, tocando no assunto que a dividia.

- Não. A faca não estará nas suas mãos tão cedo. - disse a loira, o encarando de lado.

"Uma pedra no meu sapato", pensou ele. De fato, parecia que a menina tentava observar sua alma.

- Faith? - chamou o dr. Saltzman, vendo ela encarando aquele monstro. - Vamos ir! - disse ele, num tom autoritário. Faith apenas observou o monstro de lado antes de sair do local.

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