(2x1) - "Never Give Up Hope"

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Faith acordou novamente naquela casa. Estava um pouco deprimida. Mal falava com Rebekah, o que assustou a mesma. Faith nunca fui uma pessoa quieta com sua família. Nunca.

Porém, naquele verão, ela mal tinha trocado uma palavra.

Ninguém sabia o que havia ocorrido.

- Faith! Hoje é o dia de te levarmos de volta para Mystic Falls. - disse Rebekah, entrando no quarto animada.

- Posso não voltar para a escola Salvatore? - perguntou, em um tom que sua tia nunca havia ouvido antes. Era uma mistura de tom deprimido com súplica.

- Querida, você finalmente está aprendendo a se controlar, a controlar sua sede de sangue, vai ser muito melhor para você se você voltar para uma escola com pessoas que entendem essa sede, e não para uma escola humana.

- Eu não aguento mais aquela escola. Landon, Josie, Lizzie... Rafael em forma de lobo e Alaric foi demitido. Eu quero ir para a pública. É a melhor para mim. - ela olhou para o lado rapidamente, tendo flashes de luz e sentindo seu braço se arrepiar. Sentimento de gêmea. Hope estava morta, portanto ignorou isso. - Por favor, tia Bex.

- Eu não tenho nem poder para fazer isso. Pergunte à Freya. - disse Rebekah, mesmo sabendo que não deixaria a menina sair do internato.

- Você sabe que ela não vai deixar. - disse indignada.

- Bem, ela é quem tem sua guarda. - respondeu, feliz por pelo menos ter tido uma conversa com ela nas férias. - Vamos, já arrumei suas malas e seu vôo sai daqui trinta minutos.

- Por quê vocês estão mil vezes mais protetores?

- Imagine como é receber uma ligação de Alaric dizendo que sua sobrinha está morta e com a humanidade desligada e quando ela finalmente volta, não nos conta nada?

Faith se despediu de todos. Quando entrou no avião, sentiu aqueles flashes voltarem. Ignorou eles.

Ela permitiu uma lágrima escapar de seu rosto frio. A lágrima por ser a única que se lembrava de Hope.

Ela voltou para a escola no final da tarde, sendo recebida por Dorian. Ela o ignorou completamente e voltou à seu quarto. A cama de sua irmã, vazia, a fez suspirar. Já chorou muito, ela não queria o fazer hoje.

Colocou um de seus vestidos, dessa vez um preto, e saiu à noite.

"Feliz 4 de Julho", pensou ao ver aqueles fogos.

Ela se transformou na floresta, como sempre fazia quando estava triste ou furiosa.

Paralisada, pareceu perceber que havia algo de diferente. Foi tentar seguir seus instintos, mas apenas chegou a tempo para ver Josie e Landon se beijando. Fechou os olhos, a magia correndo por suas veias.

"Não posso fazer isso, não posso, não posso..."

Mas quando os abriu novamente, não conseguiu se controlar. Landon se curvou, segurando seu braço.

Ela percebeu o que fez logo em seguida e correu de volta para dentro da escola, se trancando em seu quarto, tentando controlar as suas emoções que estavam a flor da pele.

A janela estava aberta, o que ela estranhou, já que tinha certeza de que havia fechado a mesma.

A cama de Hope estava um pouco bagunçada, e o armário tinha algumas roupas fora do lugar original.

O diário de sua irmã havia sumido.

- Ótimo, estou ficando paranoica novamente. - disse, sem perceber a presença da ruiva que desistiu de tentar falar com ela ao pensar que talvez ela estivesse mais feliz sem ela também. Hope pulou a janela sem se preocupar com os ossos quebrados e Faith continuava deitada, os olhos fechados.

- Por que eu sou a única filha de Klaus Mikaelson que sobrou? - perguntou a si mesma. - O mundo estaria tão melhor se Hope estivesse aqui. Simplesmente cuidando de tudo e impedindo esse relacionamento ridículo entre Josie e Landon. Se eu tivesse sumido, certamente o mundo estaria melhor. - disse, usando o prisma que Emma usava.

- Sabe, você passou meses comigo, e simplesmente me ignorou. Agora quer conversar comigo? - a forma de sua tia Rebekah apareceu na cama de Hope.

- Sim, pois quero conversar com meu sub-consciente. Ou melhor, com a tia que se lembra da Hope e como ela era terrivelmente melhor que eu.

- Até parece que em algum momento eu priorizei Hope. Isso era coisa da Mary. Sempre amei vocês duas igualmente.

- Eu sei. Mas agora, eu estou tendo uma crise existencial. As pessoas mais importantes para mim, sem ofensa, morreram. Minha mãe, meu pai, e agora minha irmã. Eu sabia que eu iria ficar deprimida, eu só não sabia que iria... ficar tão mal. Além disso, todo momento que passo nessa escola me faz ter vontade de ir embora e desligar minha humanidade novamente. Eu não consigo ser o que eu preciso ser. Eu não consigo ser a Hope, eu não posso fingir que eu sou um herói.

- Hm, eu não sei o que dizer. Você quer que eu aja como sua tia que não sabe de metade das coisas que você anda fazendo ou como seu subconsciente que sabe mais do que você?

- Meu subconsciente, já não deixei isso óbvio?

- Ok, então acorde. O universo não escolheu como plano reserva para você para tomar as mesmas decisões que a Hope tomaria. Ele quer uma Faith poderosa, e que faz questão de demonstrar isso ao mundo. Uma Faith cheia de raiva e com exércitos de híbridos. Uma Mikaelson como eles são conhecidos no mundo: criados como monstros, aberrações da natureza. Ele quer uma garota que acha que está no controle, e na verdade está sendo manipulada por sua magia negra. Faith. Você está em cima do muro agora. E não parece que você quer sair. A qualquer momento você pode escorregar e cair para o lado que você considera ser o lado "mau". E sabe o que é o pior? Você não acharia tão ruim.

- O quê, eu...

- Nem adianta mentir para si mesma, Faith. Ou esqueceu que eu sou você? Eu sei exatamente o que você pensa de todos os assuntos. E sinceramente? Você odiaria ter que tomar essa decisão, mas aproveitaria se tivesse a chance de se tornar o ser mais temido na face da terra. Ainda mais agora que não tem a Hope para te julgar se você tomar uma decisão que você considera errada.

A loira encarou a mulher.

- Você deve estar sentindo raiva de mim agora. Sempre sentimos raiva das pessoas que nos contam a má notícia. Das pessoas que te lembram. Pois é mais fácil culpar elas do que mudar as atitudes. - disse ela, em um tom sério. Mas logo sorriu. - Mas... nunca desista da esperança. Tudo vai acontecer como tem que acontecer.

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