— Você deveria procurar um psicólogo, já pensou nisso? — Foi o que eu disse.
Ela levou as mãos ao peito, fazendo-se ofendida.
— Olha aqui — Começou ela, se aproximando mais alguns centímetros, com aqueles seios enormes balançando em seu top branco, que não combinava nada com seu short de cintura alta. — Você se mudou agora pra cá e..
— Olha aqui, você! — Rebati eu.
— Izuku, pelo amor de Deus, o que está fazendo? — Desta vez foi minha mãe que se pronunciou, tão branca, que eu a perguntaria mais tarde se queria pegar uma corzinha na praia.
— Pelo amor de Deus, digo eu! — Olhei para a minha mãe, para logo voltar a Momo, a encarando — Garota, eu não quero o seu namorado. Aliás, se você não percebeu — Dei alguns toquinhos na maca, que estava na minha frente. — Ele não se levanta. Nada aqui levanta. E tenho certeza que você está entendendo o que estou dizendo, E talvez esse deva ser o motivo do seu estresse! — Digo eu.
Talvez eu deva ter sido um pouco rude. E talvez eu, mesmo que sem querer, atingi algum ponto crucial da relação dos dois. Bem, com certeza atingi. Porque a garota levou as mãos a boca, com os olhos já marejadas e disparou pela porta, correndo. Acompanhada de uma amiga — Que só então percebi a sua presença — Ela era baixa, parecia estar desligada do que estava acontecendo, com seus fones no ouvido, mas se ligou quando a garota saiu correndo. E me disse quando passou por min.
— Cara, qual o seu problema?
O meu problema? Hãn... para começar a minha família está falida, sem dinheiro nenhum. Precisei deixar minha faculdade de arquitetura nos Estados Unidos. Meu ex namorado, shindou, me deu um belo pé na bunda. E vim parar no fim do mundo, de um dia para o outro. Como se já não estivesse suficientemente bom, estou de baba de algum postergais ou sei lá o quê. Então, acho que tudo bem eu estar estressado. Isso aí. É normal explodir as vezes, qual é! Eu estava dando o meu melhor, e ela estava insistindo em me provocar. Pensei eu. Estou certo. Mas ainda sim com um pé na culpa.
Tento sair da frequência dos pensamentos e balanço a cabeça.
— Certo. — O rapaz de óculos e roupão azul diz, meio tímido. — levem o Shouto para o quarto, enquanto vou passar as atividades diárias para o senhor... o senhor?
— Izuku — Respondo eu.
A maca começa a ser levada de volta pelo corredor, onde havia varias portas de madeira e quadros de flores esparramados. A recepção era simples, com uma bancada, algumas cadeiras. E bem, o meio, onde nos estávamos.
— Caramba, não acredito que você disse aquilo. — Disse a Uraraka, se desencostando da parede — Tipo, você colocou ela no lugar dele, e ninguém em sã consciência arrisca falar desse jeito — Ela finge uma tosse, olhando ao redor — Você sabe, Shouto não iria gostar.
E isso foi como um tiro para o alto, me fez despertar. Ele estava lá, claro, não deveria estar, mas não que isso o importasse muito. De braços cruzados, o rosto preso numa carranca, me encarando. Ele percebeu, e deu alguns passos até min.
— Voce não tinha o direito de dizer essas coisas — Disse Shouto para min, a única pessoa que podia ouvi-lo. Dei de ombros, fingindo não tê-lo ouvido.
— Eu só não queria que ela achasse que eu tenho algum tipo de interesse nele, porque eu não tenho. Não tenho mesmo. — Respondi para a morena.
— Você está me ouvindo, não está? Eu sei que esta! — insistiu ele.
— Ela só está... meio, Hãn... estressada. Isso tudo tem sido difícil, e ela tem segurado tudo nos ombros, quero dizer, a comunidade, as organizações e tudo. E — Apontou ela para o loiro, que estava sentado em uma das cadeiras, encarando o chã — O Bakugou sempre quis o controle dessa parte da comunidade, com Shouto desse jeito, você já deve saber o que aconteceria.
E foi como se ele pudesse ouvir, mesmo que ela tivesse sussurrado.
— Eu vou ficar de olho em você — Se levantou ele, com as mãos no bolso — intrometido.
E foi passando, esbarrando nossos ombros.
— pelo que eu sei — Me virei — Não sou só eu o intrometido aqui. — Eu Disse, mesmo não devendo dizer, mas apenas saiu. E eu estava fazendo as minhas ultimas orações quando aconteceu: Ele sorriu de canto, um sorriso torto. Balançou a cabeça e desceu as escadas. Como quem não tivesse escutado nada.
Maravilha! Um soco a menos na minha cara.
Depois disso eu precisei ficar meia hora assinando alguns termos de responsabilidade. E Descobri mais tarde que Iida, o enfermeiro chefe, me ajudaria em boa parte de tudo. "Eu sou muito grato a ele" foi o que ele repetia freneticamente. Eu não o culpo, afinal, pelo pouco tempo que estou aqui, descobri que muita gente era grato a Shouto, principalmente pela diminuição nas trocas de tiros, que constantemente aconteciam, mas já não acontecem mais.
A volta para casa nunca me pareceu tão longa, e não estou falando exatamente do percurso... A minha mãe estava tão quieta que chegava a ficar sufocante, mas achei melhor assim, ela realmente acha que eu pirei total.
Entramos porta a dentro, e me direcionei para o meu quarto, me jogando completamente na cama, sentindo-me totalmente drenado.
— Esses caras colados na sua parede são nojentos — eu o ouvi, mesmo que embargado no sono, com a voz bem no fundo, e abri um dos olhos.
Ah, não! Me sentei tão depressa na cama, de modo que a minha visto ficou turva por alguns segundos. Ele estava lá.
O cabelo era dividido num tom branco e vermelho, quase iguais aos seus olhos heterocromaticos, que mesclavam num azul intenso e um marrom levemente acinzentado. Ele estava lá, de braços cruzados, julgando meus posters.
— O que está fazendo aqui? — Perguntei na minha voz de sono.
— Não tenho para onde ir, estou preso a você — Rebateu ele, se virando e colocando as mãos no bolso. — E sobre hoje... eu não vou permitir que você fale como quer com a minha namorada! — Uivou o postergas
— Shouto, eu não comecei nada! Você estava lá. — Disse eu em minha defesa.
— Ela só estava com ciúmes
E ciúmes lá e motivo para ser uma louca desgovernada? Eu pensei em dizer, mas achei que já estávamos nervosos o suficiente.
— ah, claro, como se eu tivesse algum tipo de interesse num garoto como você. — Deitei novamente.
Ele ficou em silêncio por um tempo, para logo dizer.
— Como eu?
— É.
Eu devo ter ferido o orgulho hétero dele, Ótimo, Outra bola fora.
— alguns... digo, varios dos.... que são iguais a você me procuram, sabia? Eles me acham, Hãn, atraente. Muito atraente.
— ta bom, Senhor Atraente — Fiz aspas com as mãos — mas se você disser "Os iguais a você" de novo, vamos ter problemas.
— Já temos problemas — Responde ele, nitidamente irritado.
— Você nem faz ideia — Digo eu. — Vim para esse lugar para dançar, só pode! Inclusive...
Me levantei, puxei o lixo e comecei a andar em volta dele, enquanto Shouto me observava.
Comecei acariciando meu rosto e descendo as mãos para o abdômen, colocando as mãos por dentro da camisa, deixando as definições levemente aparecerem.
— O-o que está fazendo? — Gaguejou ele
— Eu to sensualizando, dançando. Ou melhor, sensualixando, que é o que você acha que estou fazendo para a sua opinião, de achar que preciso aturar menina com alguns parafusos a menos porque o namorado dela não gosta que destratem ela.
— Você não tem o direito de...
Nessa hora o meu celular toca. Opa! Mensagem nova.
Hey, Deku!
Adorei te conhecer hoje. deixa eu te contar, hoje à noite vai ter uma baile, você quer ir? Tipo, você precisa muito ir, comigo, claro! O Bakugou está comemorando o aniversário. Vamos? Vai ser super divertido. Vou te apresentar varios gatinhos, e olha, eu pago a primeira bebida. Beijinhoooo! Aguardo a resposta, hein!
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Dane-se, Meu Bem!
FanfictionA vida de Midoriya sempre lhe pregou peças, quero dizer, as vezes é normal uma ou outra coisa sair do lugar, mas não tudo, não é? Ele se vê entre a cruz e a espada quando sua família decreta falência, é obrigada a voltar para o Brasil; Comunidade da...