A fúria do Gelo

Origem do mundo, dos povos e guerras

A criação do mundo, segundo os Primeiros Povos

Antes das Eras Primordiais, existia um grande dragão branco e negro chamado Hajoör. Esse ser simplesmente existia por si só, sem necessidade de outra forma de vida. Ele vivia entre grandes dimensões que se misturavam e dançavam juntas.

Um dia Hajoör sentiu-se solitário e então, com um agito de sua grande cauda, separou as dimensões, criando mundos distintos, e assim nasceu Terrilyon, que mais tarde seria conhecido como o Plano dos Deuses. Sobre esse mundo, Hajoör lançou uma nuvem de chamas, da qual foram criados os três Deuses Primordiais: Durlath, o Deus da Guerra e da Paz, um guerreiro grande e forte; Allath, a Deusa da Magia e da Medicina, semelhante ao que conhecemos como elfos; e Yorath, a Deusa da Discórdia e da Inveja, uma elfa como sua irmã, porém com a pele acinzentada.

Hajoör gostou muito de sua criação e já não se sentia sozinho. O Grande Dragão, então, começou a ensinar para Durlath, Allath e Yorath como poderiam criar vida.

O tempo passou e Durlath percebeu que o mundo ainda estava vazio. Era somente um monte de terra seca e sem vida. O Deus da Paz decidiu, portanto, criar seres para povoarem esse novo mundo. Dessa decisão surgiram os primeiros animais e as primeiras criaturas, inclusive algumas cópias de Hajoör, seu criador.

Allath gostou de tudo o que Durlath criou e apaixonou-se por ele. Aquilo causou inveja em Yorath que, para não ficar sozinha, criou os primeiros povos: os elfos negros, elfos da luz, elfos do fogo, elfos glaciais e os elfos da floresta. Ela os fez parecidos com a própria forma pois era particularmente vaidosa. Cada um desses povos se mudou para um lugar de Terrilyon, onde formaram suas tribos.

O tempo continuou passando e Yorath não se sentiu satisfeita. Decidiu então gerar um filho. A Deusa escolheu um dos elfos da luz, os que mais se destacavam aos olhos dos Deuses, e com ele gerou Oste, uma criatura sem face, e por isso tão atraente para todos, que caíam em seu encanto ou lutavam eu seu nome. Essa criatura foi reconhecida por Hajoör como o Deus do Amor e do Ódio.

Com o passar dos séculos, Oste se apaixonou por Allath, e ela por ele, o que despertou a raiva do Deus da Guerra, que quebrou montanhas até seus punhos sangrarem. Desse sangue nasceram os orcs, um povo guerreiro e feroz que adorava batalhas e morte. Durlath aproveitou-se desse povo para montar um exército que marchou contra Oste. Yorath, vendo a batalha que se desencadeou, acabou interessada naquele povo também. Novamente pegou um dos líderes e com ele gerou Guult, um feroz e imenso orc vermelho-sangue que, assim que nasceu, devorou o pai e com seus ossos criou um martelo. Usando esse martelo, Guult fez com que a terra tremesse e nascessem os vulcões nos quais o orc vermelho criou a primeira forja, onde passou a viver e criar artefatos, sendo reconhecido por Hajoör como o Deus da Forja e dos Trabalhadores.

Ao perceber a guerra que se iniciava entre Durlath e Oste, Hajoör sentiu-se muito amargurado e triste e então, para distrair os dois lados da batalha, o Deus Dragão criou Luth, Deusa da Lua e da Serenidade e Nuth, Deus do Sol e da Proteção, duas entidades gêmeas que, de tão bonitas, fizeram com que o povo orc esquecesse da guerra e formassem as primeiras vilas.

Guult gostou muito das vilas daquele povo orc e decidiu ensiná-los a arte da forja e do trabalho. Tudo parecia em paz, até que Oste e Allath tiveram uma filha: Ashntor, Deusa da Furtividade e dos Ladrões, pois constantemente era pega roubando os Livros Sagrados de Hajoör. Yorath ficou novamente com inveja e uniu-se a Durlath para destruir seu filho. Da união dos dois nasceu a raça dos Homens e dos Anões e também Arvine, a Deusa da Caça e dos Viajantes. Porém a criança não nasceu com uma aparência agradável a Yorath, que a jogou do alto de uma montanha.