A pure love

Aquele com o consolo.

Carol's Point of View

As coisas estavam finalmente boas, ter Limns todos os dias comigo, conversar com ela, isso já se tornou o meu hábito, ela tem sido uma ótima amiga, sempre me conta as coisas que acontecem com ela, mas até hoje eu sou uma verdadeira mentira pra ela, eu não tive coragem de contar para ela quem eu sou de verdade, que eu sou uma pessoa sem amigos, que não estudo e que não tenho a mesma condição financeira que ela. Talvez eu simplesmente tenha medo de depois de contar isso a ela, nossa amizade acabe, e que esses dias não tenham significado nada pra ela.

Eu olhava para as estrelas, sorrindo, como sempre vivo agora, minha vida está totalmente diferente, parece que finalmente eu consegui colocar os trilhos nos seus devidos lugares. Limns é alguém muito grossa, já ouvi várias vezes gritos dela e da mãe, mas comigo ela é tão diferente, e tão...compriensiva. Sempre ouço as brigas dos pais dela, normalmente pela tarde sempre ouço gritos.

Estava tão concentrada nos meus pesamentos que nem ouvi pequenas batidas na minha janela, senti medo, lembro de ter assistido aquele filme que tem o boneco assassino e isso me deixa totalmente arrepiada. Me cobri dos pés a cabeça e fiquei em silêncio, mas a batida não parava.

Ok Carol, vamos não seja tão medrosa, é apenas o vento!

Tirei a cabeça do cobertor devagar e olhei em direção a janela, dando de cara com Limns que sorria, o que ela estava fazendo aqui? Levantei sorrindo também e fui até a janela, abrindo ela em seguida.

Carol-O que faz aqui? - Perguntei confusa. Limns era muito esquisita em alguns sentidos, porque ela está a essa hora na minha casa? E porque ela não usou a porta?

Limns-Eu posso ficar com você? - Sussurrou e só aí que eu percebi que ela estava chorando, seu rosto estava um pouco molhado e ela estava vermelha.

Carol-Tá tudo bem? - Perguntei e dei espaço para ela poder entrar e a garota logo subiu e passou pela janela, entrando no meu quarto e tirando o capuz do moletom cinza que ela usava.

Limns-Briguei com o meu pai e ele disse que eu sou uma inútil!Foi horrível, ele não deveria ter falado aquilo, eu...Eu sempre tento ser uma boa filha, mas ele nunca nem siquer olha para mim, ele só quer saber do Vitão ou do trabalho, e briga comigo quando eu não faço as coisas do jeito dele, mas eu faço o possível e o impossível para ser uma boa filha e ninguém repara nisso! - Limns sussurrou derramando mais lágrimas e a única coisa que eu fiz, foi puxar ela pela mão e abraçar ela.

Carol-Não acredita nele, o que importa é que você é maravilhosa, é linda e se preocupa com todos. Eu sei que ele é o seu pai mas ele está enganado em dizer que você não serve pra nada! - Eu realmente estava com raiva dele, a Limns é a melhor pessoa que eu já encontrei na vida, ela me tirou da terra e me levou para conhecer o universo. Ela cuida de mim!

Limns-Posso dormir com você, apenas hoje? - Eu deveria deixar? E se amanhã a minha mãe abrisse a porta e me visse com Limns? Mas ela era a minha amiga e se eu não aceitar e ela não gostar mais de mim. - Se você quiser tudo bem, eu não vou ficar triste.. - Abaixou a cabeça e voltou para a janela. Quando ela estava pronta pra sair do meu quarto eu me pronunciei.

Carol-Tudo bem Limns, só tenho medo que a minha mãe me veja com você... - A garota voltou até mim e se aproximou do meu rosto dando um beijo ali.

Limns-Já que não quer que a sua mãe veja, eu acho melhor trancar a porta! - Foi até a porta e girou a chave trancando ela, e eu apenas deitei na cama, deixando um pequeno espaço pra ela. 

Carol- A minha cama é de solteiro, mas acredito que se a gente se apertar um pouco vai dar. - Falei e ela deu um sorriso e veio na minha direção e se deitou ao meu lado. Aquilo com toda certeza era novo pra mim, eu mal mente conversava com as pessoas e agora eu estou dormindo com uma garota, com Limns. Queria me aproximar mais dela, e poder abraçar ela, mas achei melhor não, talvez ela possa não gostar e eu não quero ser uma amiga grudenta.