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Normani e eu andamos até o parque. Foi muito bonita a cena. O dia estava esolarado. Normani usava um short curto e uma blusa que mostrava sua barriga perfeita. Suas mãos entrelaçadas umas nas outras. O cabelo preto e azul estava solto e balançava quando o vento passava. Além do piercing no lábio e a recém tatuagem no pescoço, ela iria passar como uma menina normal de 19 anos.

– Então, Dinah. O que você cursa mesmo na faculdade?

– Bem, eu estou estudando música. O que você acha de me contar a história por trás das suas poucas tatuagens? – Normani sorriu e olhou em volta parando em uma pequena lanchonete na nossa frente.

– Eu vou te dizer mas só se a gente tomar alguma coisa. Eu estou com calor. 

Eu concordei e atravessamos a rua, abrimos a porta da lanchonete e fui atingida pelo ar gelado que fazia lá dentro. Normani suspirou felizmente levantando o pescoço e fechando os olhos para sentir o ar. Sentamos na mesa e a garçonete veio logo perguntando o que queríamos. Ela pediu um refrigerante gelado e eu um suco de morango.

– Tudo começou aos 11 anos. Eu estava impressionada com todas essas coisas pretas. Ouvia Nirvana, Guns and Roses. Minha mãe brincava me chamando de filha rebelde. Então, no início dos 13, eu briguei com meus pais porque tinha feito minha primeira tatuagem. No início, eles se assustaram mas aceitaram. Não queriam perder a única filha. Comecei a usar deliniador e coloquei o piercing no lábio e alargador. Eu terminei o ensino médio quando tinha 17 anos e eu já tinha algumas tatuagens. Então eu conheci Camila. Ela desenhava muito mal, depois ela foi aprendendo e ela já tinha tatuagens. Acho que você poderia dizer que eu encontrei minha irmã que perdi na maternidade. Cerca de 6 meses depois eu me formei e nós mudamos para área da loja. Eu sou Georigiana, como você sabe, e Camila é de Cuba. Nós juntamos toda nossa economia e compramos a loja. Foi um sonho que se tornou realidade.

Ela suspirou e eu dei um sorriso de canto.

– Interessante sua história Manibear.

– Manibear? – Ela sorriu. E eu só queria enfiar minha cara em algum buraco e nunca mais sair.

– É... Desculpa.

– Está tudo bem. Eu gostei.

– Sério?

– Yep. Manibear. Interessante.

Camila POV;

Eu limpei a tinta em sua pele enquanto conversávamos e fiquei surpresa que Normani não deu pra trás no seu “encontro” com Dinah.

– Como você está? – Eu perguntei. Sua pele estava vermelha da ligeira irritação da agulha.

– Apenas agradável. – Ela respondeu. Sorri pro sarcasmo. – Então, qual é deste encontro da Dinah e Normani? 

– Normani é pansexual. – Eu disse. Ela acenou com a cabeça. – Uma pena Dinah ser hétero né? Iria ser bonito elas namorando. – Lauren gargalhou. – O quê foi garota? – Eu perguntei confusa.

– Não diga a ninguém mas, a Dinah ela não é... – Ela sussurrou.

– Você tá falando sério? Lésbica de armário? Mas que merda! 

Caímos na gargalhada.

– É o que acontece com você Camz, parece que você gsta de garotos. – Ela disse.

– Às vezes. 

– Bi? – Dei de ombros e ela sorriu.

– Nunca cheguei tão longe com uma garota. – Eu menti.

The TattooistOnde histórias criam vida. Descubra agora