Conforme a lei

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Durante a vida, após a morte, em tudo, de pouco em pouco.

Atrás de um túmulo, em cima da torre, deitado virado, vistando o horizonte.

Sentado na rede, descansando na janela, batendo um vento de encontro com o peso dos pés.

Imagino, creio, percebo, eu sei.

De tudo que já vi, 

Gravei, 

Desde meu primeiro choro, 

Ao meu último perdão.

Desde meu primeiro encontro, ao meu último beijo,

Roubado,

Mas foi.

Encontrar, 

Viajar, 

Saber que depois de ver, não verei mais.

Das palavras embaraçadas que uso, todas são minhas e minto se digo que não. 

Minto com vergonha. Minto de vergonha. Isso é a verdade. 

Ou não.

Eu minto.

Agora vejo, lá no fundo, um fundo qualquer, um vermelho qualquer, um preto qualquer,

Uma pessoa qualquer.

Mesmo eu já tenha gostado de vermelho, de preto e dela. 

Só é uma cor,

Só é uma pessoa.

Conforme a lei do estatuto dos amores rompidos, esse é um começo tanto quanto triste, mas a final, para haver final feliz,

Tem que sofrer.

E mesmo assim, 

Sofrendo, 

Ás vezes não há final feliz.

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