Cap. 6 - Aquele com potencial para ser o mais forte de nós.

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Dois anos se passaram desde que eu fui adotado por Ted Hilbert e sua esposa, ele logo tratou de me inscrever no sorteio para a Escola dos Caçadores e por sorte eu passei. O primeiro ano eu mantive meu foco nas matérias escolares e em passa de ano para me tornar um aluno graduado.

Alunos graduados são aqueles com os melhores desempenhos, tanto intelectual quanto físico. Esse era o primeiro passo para eu concretizar meu sonho, e assim eu fiz, ao passar me tornei um graduado assumindo o posto de Aluno Sargento. Comecei a ter meu potencial reconhecido cada vez mais pelas pessoas e fui adquirindo certos "rivais" que competiam pela primeira colocação de cada patente e eu claro não me interessava muito por isso então me mantive em primeiro apenas na média intelectual, o suficiente para ganhar medalhas e na nota comportamental eu deixava a minha "rival" Lynna Thea Madelyn, a única que eu considerava a altura de assumir o primeiro lugar e no futuro ser a Coronela e comandante dos alunos.

Logo mais um ano se passou e eu alcancei o 8° ano, foi nesse ano que eu fui conhecendo todos aqueles que no futuro eu chamaria de companheiros. O primeiro que eu conheci foi Trevor Montgomery, ele já era estudante quando eu entrei na escola, porém repetiu no 7° e agora está na mesma sala que eu, na sala C, ele age como um irmão mais velho com alguns novatos e ajuda eles a se acostumarem com ambiente do colégio.

Outros dois que estão na minha sala e se aproximaram de mim são os dois desleixados da sala, Cick e Matt, eles não são irmão mas são bastante amigos. O Cick é bem ativo, um pouco tarado e bem cabeça dura as vezes, já o Matt é bem calmo, um pouco preguiçoso e também um pouco tarado, fora o detalhe que ele não vive longe do seu vídeo-game portátil.

Através desses três que eu conheci as garotas da outra sala que são amigas deles. A mais difícil de se lidar é a Mary Ann, ela é sempre meio explosiva e parece que está sempre prestes a pirar e sair xingando todo mundo. Ao lado dela está a pequena e fofa Annie que apesar da aparência tem bastante responsabilidade e serve como a voz da razão para a Mary. E por fim mas não menos importante está a Lara Stuart, que me era familiar de certo modo, ela assim como Annie é uma pessoa carinhosa e preocupada com seus amigos.

[...]

Era Outubro, após a aula, uma tarde chuvosa e em como mais um dia normal a aula tinha sido monótoma. Eu estava me dirigindo até a área da quadra, pois era onde nosso grupo de amigos se encontrava. Conversamos todos normalmente como sempre e com eles eu me sentia de certa forma incluído, eles apesar de nenhum deles conhecer meu passado eu sabia que mesmo sabendo, eles não se importariam.

A conversa prossegui junto com algumas brincadeira, até numa dessa esbarraram em Lara e ela quase caiu e eu por reflexo a segurei. Todos paralisaram e ficaram observando, sobrando para Mary lançar alguma gracinha.

-- Uii que clima rolou ai agora hein. - falou ela rindo logo após.

-- Muito engraçado Mary. Mas por favor... Já chega ta bom? - disse Lara com o rosto um pouco corado, agradecendo mentalmente pelo fato do transporte escolar ter chegado.

Mary acatou ao pedido dela e assim todos se despediram e cada um seguiu seu destino, eu, Lara, Trevor e Matt em direção ao transporte e o resto do pessoal, que mora na cidade ou em outra diferente da minha, segui sua rota.

Durante o trajeto, a conversa seguiu normalmente, eu e meus dois amigos conversando sobre as futuras possíveis missões que poderíamos aceitar quando montássemos uma equipe e Lara mais afastada conversando com uma conhecida, mas de vez em quando olhando disfarçadamente para mim. Não posso negar que ela é realmente bonita e sempre que estou perto dela sinto que já a conheço de algum lugar, não consigo lembrar de onde, mas sei que tudo isso no fundo faz meu coração bater um tanto forte perto dela, principalmente depois de hoje, depois do meu reflexo em segurá-la.

[...]

No dia seguinte durante o intervalo, o nosso grupo sempre se juntava e papeava bastante, porém algo fez com que parte do nosso tempo fosse gasto com outra situação. Dois garotos, um da nossa turma e outro da turma do 9° ano, ambos estavam discutindo sobre algo, mas o clima esquentou e ambos começaram a brigar.

Eu como graduado tentei separar a briga com a ajuda do Trevor, porem o garoto tinha uma certa força e resistia ferozmente. Já cansado daquela situação tentei sobrepôr a força dele, e aos poucos eu ia conseguindo sentir uma força brotando em mim e assim continuou até sem querer arremessei o garoto a uma curta distância.

Todos ao redor ficaram surpresos pois notaram certamente que eu não estava empurrando-o era como se eu tivesse emitido uma onda de choque o jogando ele. Após eu ajudar o colega a levantar os Caçadores chegaram para ver o que estava acontecendo e no fim levaram eu e os garotos para o Corpo de Alunos, setor que cuidava da parte disciplinar dos alunos.

Chegando lá os dois alunos começaram e se explicar, enquanto eu  apenas esperava minha hora de perguntar porque exatamente eu havia sido chamado junto com os "brigões". Quando eles terminaram as portas do Corpo de Aluno se fecharam atrás de mim quando eu entrei.

  -- Então senhor Oghami, pode me explicar qual a sua relação com acontecido e o que houve após a sua intromissão? - Perguntou o responsável pelo setor, o Sub-Tenente Grant, um homem de tamanho mediano, cabelos curtos e negros, meio gordo e com tom animado, mas ainda assim, insinuador e debochado.

-- Então senhor, eu estava apenas conversando com meus amigos e notei a briga, logo tentei apartar, porém me senti um tanto estranho e acabei empurrando os dois não sei bem como.

-- Empurrou, você diz? - Perguntou ele ainda naquele tom que sinceramente é um tanto irritante - Há boatos que dizem que você arremessou os dois, outros que dizem que você usou alguma técnica. Você não usou nenhuma não é?

-- Logicamente não senhor, eu não tenho conhecimento de nenhuma técnica, visto que eu ainda não estou no ensino médio e que não tenho nenhum treinamento de magia ou de combate. - Falei usando meu tom mais formal na tentativa deconvencê-lo a me deixar sair dali o mais rápido o possível.

-- Entendo... -  Ele falou de modo que parecia estar pensando em algo - Bom, nós aqui do Corpo de Alunos vamos investigar essa situação, mas quero que vá até a enfermaria e diga que eu mandei fazer uma avaliação em você.

-- Sim, senhor. Posso me retirar agora? - Perguntei recebendo a afirmação logo após.

Após sair do setor me dirigi à Enfermaria, me perguntando o porquê do Sr. Grant ter recomendado uma avaliação.

A avaliação é um processo que mede a quantidade e o fluxo de energia que o corpo produz e libera naturalmente. E uma pessoa só tem alterações em sua energia quando inicia seus treinamentos de combate, pois começa a descobri qual seu elemento base e aprende algumas técnicas básicas. Estranho, pois como eu disse, eu ainda não iniciei meus estudos e de acordo com o cronograma desse colégio isso só acontece quando os alunos chegam ao primeiro ano do ensino médio.

Enfim, só me resta continuar o meu caminho.

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⏰ Última atualização: Jul 11, 2020 ⏰

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