O Monstro

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Quantas pessoas tiveram a vida arruinada por um monstro? Provavelmente, mais do que sou capaz de contar. Muitas dessas pessoas jogam a vida fora, procurando vingança, procurando exterminá-los. Imagine o choque que seria para elas se descobrissem que os monstros que tanto temem são obra de uma organização? Não importa quantos monstros eles matem, estamos aqui para continuar a trazer seus piores pesadelos à vida.

Me chamo Athena. Eu criava monstros para a MOBs, a organização responsável por grande parte da dor e sofrimento existentes em Minecraftia.

Eu era considerada, por todos, uma das bruxas mais importantes daquele local, tendo criado vários monstros que modéstia à parte, são um sucesso.Porém, tudo mudou quando eu falhei ao agarrar um projeto ambicioso de mais para mim.

O objetivo da MOBs era criar um monstro invencível, capaz de aniquilar o Ender Dragon e o lendário Dragão do Nether (que na minha opinião,não existe) como se fossem apenas dois pedaços de merda alados.Esse trabalho foi designado à mim, e como era secreto, eu não tive ajuda alguma.

Eu criei o Wither, um monstro que se parece com o esqueleto de mesmo nome. Porém, ele não tem membros, tem costelas enormes e duras que protegem o núcleo principal, três cabeças com outros três pequenos núcleos dentro (estes são para ataque) e é capaz de voar e se regenerar.Aos meus olhos e aos olhos de meus superiores, ele era um monstro poderoso e tinha um grande potencial.

Mas havia um problema: Ele não tinha alma.

É óbvio: nenhum ser vivo pode sobreviver sem uma alma. Então, eu criei uma artificial, com objetivos, personalidade e comandos pré-definidos.

Eu estava muito orgulhosa de minha criação...até a mandarem para o The End. Não sobrou nada dele pra contar história.

Depois desse fracasso, minha ligação com a MOBs foi rompida e eu voltei a morar num pântano, sobrevivendo de poções e feitiços para andarilhos, planejando um futuro ataque à empresa que me colocou de lado.

Parece um motivo idiota para se vingar? Pode ser, mas de qualquer forma, eu já planejava destruí-la.

Voltei a estudar livros de criação de monstros, a fim de começar a trabalhar num novo projeto. Eu havia aprendido bastante com meu último fracasso, e não cometeria o mesmo erro duas vezes.

Eu estava dentro de minha casa, um lugar minúsculo e fedorento, mas é o que eu tenho e preciso me contentar no momento.Sentada de frente para minha escrivaninha, comecei a desenhar alguns esboços tentando visualizar como queria que minha criatura fosse.

O primeiro esboço foi só para aquecer. Era um monstro que lembrava uma serpente marinha, capaz de nadar rapidamente e de se infiltrar em lugares pequenos, como por exemplo as entradas secretas da MOBs no fundo do mar.Apesar de legal, descartei a ideia pois não queria me limitar muito.

O segundo esboço era o de um dragão com escamas duras de cor lilás, chifres longos e bem afiados nas pontas, bem como as garras, espinhos e a ponta de sua cauda. Seria capaz de nadar, utilizar magia e até mesmo de se teleportar. Descartei pois dragões são criaturas grandes, com o gênio problemático e caras de se fazer. Eu levaria meio século só para conseguir os ingredientes e outro meio século só para treiná-lo. Descartado.

Do terceiro esboço pra cima eu comecei a perder a paciência e a desenhar umas coisas bem aleatórias até perceber que havia me desfocado completamente do objetivo.

Estava num total bloqueio criativo, então decidi que o melhor a se fazer era um monstro com aparência humana.

Mergulhei minha pena na tinta preta e comecei a traçar um jovem na faixa dos vinte anos de idade, não exagerando no físico dele. Eu havia aprendido direitinho que não se pode exagerar nessas coisas.

O sol já estava se pondo quando terminei meu desenho, e admito que fiquei impressionada com os resultados. Nunca fui muito boa em desenhar pessoas, então essa tinha sido uma conquista pra mim.

Pendurei a folha com a tinta fresca numa corda com os pregadores para secar. Em seguida, fui até uma pequena estante e busquei nela um guia de alquimia. Quando achei, o abri procurando uma nota escondida, contendo a lista de materiais que eu precisaria para criar meu monstro. Felizmente, a maioria dos materiais eu poderia comprar numa vila a alguns quilômetros daqui.

Como a noite já havia caído, terminei de arrumar minhas coisas e fui dormir, pois amanhã seria um dia cheio.

Procura-se Uma AlmaOnde histórias criam vida. Descubra agora