Olhos se abrem. Batimentos cardíacos aceleram. Sangue ferve nas veias. Tudo neste caos irrepresenta os princípios de uma vida saudável e avizinha nossa existência com aquilo que há de mais robótico. Não é expectado que este tumulto macabro seja visto como aceitável. Efeitos mortíferos se disseminam e a saúde é esmagada. Num mundo assimétrico e irrefreável, o lema é: resultado imediato, acima de tudo. Respeito à própria vida, abaixo de todos.
Não se pode perder um único segundo para pensar ou planejar as incumbências com maior detalhamento. O que tem suma importância neste estilo tóxico e danoso de vida é a mortal correria para auferir ganhos. Não importa se são falsos ou como o sepulcro caiado, pois o parâmetro amplamente utilizado é a visualização de números, sendo eles profundos ou supérfluos.
Enquanto faz uma coisa, já pensa na próxima. Assim, é ativado um ciclo sempiterno de submissão à uma visão cronológica do dia. Cada dia possui minutos e segundos milimetricamente modelados para uma rotina automatizada. Portanto, é de vital importância uma ruptura com esse modo destrutivo de vida. Contudo, como será possível fazer essa mudança de vislumbre acerca do cotidiano?
Não há funcionalidade em enxergar tarefas conectadas num efeito dominó. Cada uma deve ser vista de maneira visceralmente única. Toda garra do sujeito deve ser entregue em cada uma das missões, excluindo pensamentos que assimilem ou entrelacem a vivência do presente momento com outras atividades. Ações ínfimas ou épicas podem ser feitas com grandíssimo cuidado e qualidade.
Seja um processo moroso ou relâmpago, o que realmente importa aqui é ter a certeza de que todas as energias foram direcionadas para a execução indefectível da atividade desejada, desvinculando-a de potenciais atribuições de uma lista infinda de itens por fazer. Desta forma, a produtividade será milhões de vezes maior, uma vez que tudo é feito com esmero e minúcia. O ciclo natural do universo lhe recompensará fortemente no instante em que menos aguardar.