- Sabe de uma coisa, Thomas? Quando te vi, senti que já te conhecia de algum lugar, mas não me lembrei de onde, então resolvi deixar de lado. - Zoey falou enquanto se levantava com Thomas, saindo da sala. A última aula antes do intervalo foi de sociologia, e chegou a ser bem entediante escutar o professor sonolento falando a aula inteira.
- Eu não tive essa sensação, acho que senti diferente. - Ele caminhava ao lado de Zoey quando respondeu, até que chegaram na fila do almoço. - E você estuda aqui há pouco tempo? Não parece ter muitos amigos, acho..
- Desde o primeiro ano do ensino médio. E não, não tenho. - A garota respondeu, dando um sorriso sem se importar muito. - Até ano passado minha amiga Elisa estudava comigo, mas ela se mudou para a Califórnia, então só conversamos via internet. Ela é Brasileira, o sotaque dela é muito legal. Sabe quando a pessoa fala naturalmente? É desse jeito.
- Uma vez eu conheci um Brasileiro lá no Texas, ele estava fazendo intercâmbio. Era um cara divertido mas não conversamos muito. Ele está na minha lista de amigos no facebook que eu não entro mais, e já deve ter voltado para o Brasil também. - Thomas prosseguiu com o assunto e então ambos pegaram suas bandejas, os pratos e os talheres, passando com elas nos balcões de refeição. Em seguida, foram á procura de uma mesa vazia para sentar.
Uma das únicas mesas vazias era a do canto mais próxima da quadra, então se sentaram lá e Zoey não deixou de perceber como Thomas reparava em seu prato, até que o garoto resolveu perguntar.
- Você só come isso?
- Sim, e não estou com tanta fome. Comi uma pera hoje mais cedo. - Ela respondeu um tanto desanimada, deixando claro que comer não era uma das coisas que mais gostava. Assim foi o almoço, a aula de artes também foi um tanto mais tranquila como as anteriores, pois as provas trimestrais haviam terminado. Por último, outra aula de geografia, em que todos precisavam ficar em silêncio se não quisessem escutar a Sra. Dorothy gritar.
Zoey assistiu a aula com mais atenção, já que a primeira ela realmente não se interessou. Copiou a matéria e após longos minutos o sinal de saída finalmente foi tocado. Os dois caminharam juntos até o portão de saída, onde com muita timidez, Thomas pediu o número do telefone dela.
- Você não precisa ter vergonha disso também. - Falou enquanto digitava o número na tela do celular dele. - Eu realmente sou tranquila quanto a isso.
- Estamos na saída e eu estou morrendo de vergonha, acho que agora posso sair correndo. - Ele riu após falar, então a acompanhou para pegar a bicicleta e foram caminhando juntos até o portão do pátio. - Você mora pra que lado?
- Pra lá. - Zoey apontava o dedo para a direita. - Logo atrás daqueles prédios.
- Mas você mora em apartamento? - Thomas caminhava com Zoey, que empurrava a bicicleta para acompanhar os passos dele.
- Não, em casa mesmo. Moro com a minha mãe.
O caminho não foi tão longo, ambos foram distraídos enquanto conversavam, mas logo á frente avistavam umas faixas amarelas presas nas calçadas e ao redor de um prédio. Bem no topo, estava em chamas, e foi se espalhando rapidamente por todo o comprimento do edifício. Algumas pessoas estavam sendo socorridas por ambulâncias, enquanto outras conseguiram sair a tempo. Havia muitos bombeiros, policiais e repórteres ao redor, inclusive uma mulher estava com um pano sobre o nariz e a mão machucada, sendo segurada por um bombeiro.
- Minha filha, minha filha está lá em cima! - Ouvia-se da mulher, deixando claro o motivo do desespero. Thomas olhou nos olhos de Zoey e em questão de segundos começou a correr, ultrapassando as faixas amarelas de proteção.
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Blue Dream
AdventureZoey é uma garota normal e tem uma vida normal, mas em questão de alguns dias sua vida se torna turbulenta e agitada após conhecer um garoto que, de alguma forma, apaga sua memória e muda o destino de ambos. Quem garante que isso não é uma mentira...