Capítulo VIII - Mundos

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Eram 15:30 da tarde quando Thomas recebeu uma mensagem de Zoey, dizendo que ia até seu apartamento para o trabalho escolar que haviam recebido naquela manhã. O garoto sentiu a felicidade percorrer suas veias pois quem sabe seria uma boa oportunidade para conseguir beijar a garota. Assim que escutou algumas leves batidas em sua porta, correu para atender.

- Eu já sei de tudo! - Zoey avançou no menino, começando a empurra-lo.

- O que? Zoey, fica calma. - Thomas respondeu enquanto tentava segurar os braços da menina que se moviam rapidamente. Quando finalmente conseguiu, a fez olhar em seus olhos. - Fica calma e conversa comigo.

- Eu sei de tudo, Thomas. Eu sei que você é um psicopata que volta no tempo e fica brincando com a vida dos outros. O que custava me contar?

A garota olhava diretamente nos olhos dele enquanto seus braços estavam cruzados e seu rosto bem mais vermelho e fechado do que o normal, expressando a raiva que sentia também através de suspiros lentos e altos.

- Estava com medo de como você ia reagir.. - Thomas falou um pouco baixo, soltando devagar os braços da menina. Suas mãos estavam trêmulas e, para sua sorte, seu pai não estava em casa para escutar aquilo.

- Ia ser bem melhor do que a minha reação quando descobri isso sozinha, ou melhor, através da minha mãe. - Zoey começou a se irritar mais e mais. - Ou melhor, a ex namorada do seu pai, seu inútil.

Após essas últimas palavras, Thomas teve muito trabalho para conseguir acalma-la e, desta vez, sem precisar de nada, somente uma frase que a chamou muito atenção.

- O que você sabe é superficial. Se me escutar, eu conto tudo! 

- Fala logo! - Zoey ainda estava de braços cruzados, então o garoto a trouxe devagar para o sofá, onde ambos se sentaram.

- Escuta, eu sei que o que eu fiz foi muito errado mas Zoey, todas as vezes que tentei conquistar você, eu não consegui, tenta me entender..

- 'Todas as vezes'? 

- Exatamente, em todos os universos em que eu fui e consegui te encontrar, nenhum consegui te ter para mim. - Thomas falou e conseguiu ver como a menina o olhava de uma forma preocupante. - Mas eu sempre a protegia quando podia. Ou melhor, até te encontrar em algum mundo paralelo e tentar novamente ficar contigo.

- É por isso a sensação de te conhecer.. Você me persegue, você é um psicopata. Um psicopata maluco! - Ela se levantou após falar isso, quase gritando, então Thomas a puxou mais uma vez, segurando suas duas mãos, as deixando próxima de seu rosto.

- Não! Não pense assim por favor. Lembre-se de Jack! - O garoto falava nervoso e com um tom um pouco desesperado. - Jack é como eu, olhe como ele e Elisa são felizes. Zoey, por favor..

- Acho melhor você partir para outro mundo, Thomas. Porque neste você falhou outra vez.

A menina falou friamente, virando-se de costas e saindo pela mesma porta. Ela estava extremamente confusa já que todos esses anos sempre pensou que o mundo fosse diferente do que ela via em séries e filmes na televisão, mas não era, era exatamente igual. Enquanto isso, Thomas olhava perplexo para a porta que antes estava aberta, e agora encostada graças ao vento que entrou pela janela e a empurrou. O garoto se colocou de pé e a fechou com força, fazendo um alto barulho percorrer o corredor daquele andar. Em seguida, atirou-se no sofá.

- Inferno! - Suas mãos foram até seu rosto, onde as pressionou um pouco sem acreditar no que havia acontecido. Respirou fundo e se decidiu. - Não, eu não vou partir, Zoey.

Aquela noite foi um pouco difícil para ambos dormirem, mas ainda assim, nenhum enviou mensagem para o outro. O dia seguinte na escola foi um tanto vazio para ela pois, além de sentir um pouco a falta de Thomas, ele não estava presente. Chegando em casa, não havia mais mensagens dele em seu celular e nenhuma chamada perdida de Elisa. Talvez ela tenha perdido dois amigos.

O próximo dia foi a mesma coisa, Thomas não estava presente. Isso começou a preocupar Zoey. O que ele poderia ter feito? Decidiu enviar uma mensagem para o celular dele no fim da aula e então, esperar uma resposta. 

A garota caminhou até sua bicicleta e pedalou até uma pequena lanchonete ali perto, pensando em levar um pedaço da torta favorita para sua mãe. Assim que chegou, desceu da bicicleta e foi direto ao balcão.

- E aí, Nick? - Zoey enxergava o menino somente do queixo para cima, mesmo sendo baixinho, havia 13 anos. Pelo uniforme que o mesmo usava, ela deduziu que ele estava prestes a ir para a escola. - Onde tá Dona Lucy?

- Oi Zoey, ela foi pagar uma conta mas já tá de volta. Vai querer o de sempre?

- Exatamente. - Ela respondeu enquanto Nick se abaixava para pegar um dos pedaços de torta, então ele começou a analisar e procurar o maior pedaço. Anabella era uma amiga antiga de Lucy e com isso, Nick e Zoey também ficaram amigos, mesmo ele sendo três anos mais novo.

- Prontinho, acredito que seja para a tia Ana. - Ele falou rindo, pois sabia bem quem gostava desta torta. - Mais alguma coisa? 

- Só isso mesmo, valeu Nick. - Zoey pagou em dinheiro e colocou a sacolinha no pulso para voltar a pedalar, mas enquanto pegava a bicicleta, conseguiu escutar uma voz atrás de si, dizendo 'Oi, Zoey.' Quando se virou, teve uma surpresa.

- Charles?


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⏰ Última atualização: Feb 17, 2019 ⏰

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