Com certa dificuldade para levantar, Camus se pôs de pé e se aproximou do escorpiano detendo-se entre suas pernas. Um leve tremor se espalhou pelas costas de Milo que o observou em um silêncio doloroso. Logo, os joelhos do francês cederam por conta de um súbito espasmo e foram de encontro ao chão.
Mirando as íris cor de avelã com nítida preocupação, Milo as considerou por alguns segundos. Não havia raiva ou reprovação implícita por conta do que tinha feito, ao contrário, o aquariano parecia querer devorá-lo. Chocado com essa constatação, ele esperava outra reação do amigo como um soco no nariz ou um chute numa região sensível, então já havia se preparado psicologicamente para isso.
Abaixo dele, os olhos de Camus que transmitiam um estranho fascínio e excitação brilharam ainda mais ao encontrar os azuis do escorpiano. Um tanto quanto perdido e atordoado, o grego sentiu-se quente de repente, ele mal poderia colocar em palavras o quão irreal e confuso aquele momento se tornou.
Com sucesso a poção feita por Afrodite se provou muito eficaz; assim que o francês foi beijado pelo outro uma conexão intensa foi criada e ele havia sido cativado definitivamente. Camus era capaz de enxergar uma aura ardente e sedutora ao redor de Milo que o atraia mais e mais para perto dele.
Como um grande felino seu movimento seguinte foi sutil e ousado ao mesmo tempo, o aquariano pressionou as coxas fortes do loiro as usando como apoio para içar seu próprio corpo e escalar para o topo do corpo de Milo. Sentando em seu colo confortavelmente ele o puxou para perto e sussurrou uma ou duas frases em sua língua materna.
O grego por sua vez não entendeu nenhuma delas, mas a entonação sensual e o hálito quente em sua orelha eriçaram todos os seus pelos.
— O que isso quer dizer, Camus? Está bêbado ou algo assim? — Agitado, ele questionou desviando o olhar do ruivo para sua metade de inferior que já começara a latejar. — Pare com isso, você não está no seu normal.
— E você está? Algo embaixo de mim diz que não... — propositalmente, Camus ondulou o quadril sob Milo e este parecia suar como se estivesse debaixo do sol escaldante de 40 graus.
— Pare de brincar comigo — o tom do grego soava como um alerta. — Se afaste agora ou...
— Ou?
— Eu não vou me segurar.
— Não tenho intenção de parar e também... Quem está dizendo para você se segurar? — murmurou entorpecido, encarando os lábios do escorpiano que pareciam mais tentadores do que costumava lembrar — Você me beijou e me provocou primeiro, não lembra? Meu corpo está queimando por sua causa, não vai fazer algo a respeito?
— Camus... Eu falo sério.
Os braços se enlaçaram no pescoço do escorpiano que respirava pesadamente abalado pela proximidade e pelo comportamento do amigo, não conseguia e nem poderia se afastar ao vê-lo daquele jeito tão incomum e desinibido. Era difícil de acreditar, mas a sua fantasia mais profunda estava prestes a se concretizar.
— Je te veux maintenant... (Eu quero você agora)
Naquele momento o desejo falou mais alto que dúvida e Milo só pôde se entregar ao seu anseio mais sincero. Ele o puxou para um beijo repleto de luxúria e volúpia, agarrando os fios escarlates de forma possesiva arrancando um gemido longo de Camus.
As mãos buscaram de forma urgente os botões da camisa de linho, estourando um por um para ter acesso à pele clara que ardia em chamas. Separaram-se sôfregos e sem ar trocando um olhar cumplice cheio de duplos significados. O aquariano buscou apoio sobre o peito de Milo, sem forças para se sustentar estava à mercê daquela febre que só poderia ser aplacada pelo grego.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Magia do Amor
FanfictionCamus vem tendo sonhos um tanto quanto, inapropriados com seu melhor amigo, Milo. Desesperado e em busca de respostas para as perguntas que lhe tiram o sono, ele descobrira que a origem de seus pesadelos não ficaram só no mundo dos sonhos.