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As memórias dolorosas e sentimentos confusos de repente me atingem. Consigo voltar ao sombrio dia em que tudo aconteceu se apenas fechar meus olhos.
O sol já não aparecia há muito tempo na movimentada capital coreana. Durante o dia havia chovido bastante e naquela noite não estava muito mais diferente, costumava ficar triste com isso pois adorava a luz do sol e a energia que emanava por todos os lados. Não meu levem a mal, o frio é legal.. ficar bem apertada com as minhas cobertas durante uma noite inteira.
Mas sentar no jardim com os pés descalços e a bunda na grama molhada pelo orvalho, absorver vitamina D provida pelo sol de verão enquanto minha mãe trazia torradas recheadas de geleia e suco de laranja tão frio que suava pelo copo.
Desde pequena sempre tive medo dos trovões, dos relâmpagos e raios, por esse motivo corria para os cobertores dos meus pais em busca de proteção. Sendo a única filha eu me sentia sortuda por ter toda a atenção apenas para mim.
Naquela noite um trovão me acordou e em seguida um outro cortou os céus, mais uma vez corri na direção do quarto no final do corredor mas ao passar pela sala a confusão chamou minha atenção.Meu pai estava bêbado e minha mãe gritava que ele não passava de um homem imaturo. Entre os dois havia uma grande mala que o mais velho tentava jogar no chão porém minha mãe a puxava de volta.
- você nunca faz nada direito! Deveria ter me casado com uma das suas irmãs... mas eu tive que escolher o coração no lugar da razão.
Cambaleando e balançando-se de um lado paro o outro, meu pai apontava o dedo para a cara de minha mãe enquanto seus outros quatro dedos seguravam o pescoço de uma garrafa de álcool.
O papai sempre andava com uma na mão quando estava em casa.- tudo bem, então se eu for embora não irei fazer mais nada que você, o maioral, ache errado. Vou buscar minha filha e nós vamos embora. - reverenciou para o mesmo e tentou passar, mas foi puxada de volta pelo braço.
- a minha filha você não leva para lugar nenhum! - gritou.
- olha para você, seu bêbado! Como acha que conseguirá cuidar de uma criança sozinho? Trabalha o dia inteiro quando não está se embriagando em algum bar qualquer... acha que eu a deixarei aqui com você? - puxou as mãos do papai para longe dela. - se estou sendo expulsa então devo levá-la comigo.
Meu pai foi o primeiro a desferir um tapa no rosto da mulher, tão forte que a fez cair de joelhos no chão e o som da colisão ecoar pela casa.
Impulsionei-me para ir até ela em socorro mas ao notar minha presença ali, fez um sinal para que eu continuasse escondida.
Quando erguida do chão, vi o momento que a mesma recebeu o segundo tapa que apenas não a fez ir ao chão dessa vez pois o maior segurava-a pelo braço.Ela tentava se defender, ele a agredia mais uma vez com um outro tapa. Um dos mesmos assim que acertou seu rosto, novamente a fez ser jogada no chão e colidindo com a cabeça contra a mesinha de vidro e os vasos que ficavam sobre.
A mesa quebrou com o impacto e a última coisa que me lembro foi de ver um pedaço de vidro, atravessando a testa de minha mãe enquanto seu sangue já sujava em volta todo o tapete branco no chão.Eu vi minha mãe ser assassinada pelo meu pai e não pude fazer nada para impedir.
Deveria ter sido desobediente, correr em sua direção e evitado que meu pai a batesse. Mas estava assustada demais para reagir, eu me odeio por isso.
[...]
Com meu pai preso e minha mãe morta, minha guarda ficou com o único parente vivo que tinha alguma capacidade de me proteger. Essa pessoa era a irmã do meu pai, minha tia Sumi que me criou como uma filha na casa onde trabalhava.
Me lembro do dia que mudei e conheci toda a família Kim.
Eu estava traumatizada e assustada com toda a mudança repentina para uma casa nova, saí do carro da conselheira tutelar trazendo nas costas apenas uma mochila rosa com um arco-íris desenhado. Dentro haviam alguns poucos pertences como roupas e uma foto dos meus pais, trouxe comigo pois sabia que não nos veríamos novamente, principalmente minha mãe.
Eu não queria esquecer do seu rosto jamais.
A mansão da renomada família Kim costumava ser uma fazenda. Mas conforme os negócios do Sr. Kim foram crescendo trazendo cada vez mais dinheiro e patrocínios, tivemos que nos mudar para a cidade de Seul.
A mesma cidade onde morava com meus pais.Gostei de ver todo aquele verde, me fazia esquecer da minha dor pois assim como o simbolismo da cor verde... tinha esperança que superaria tudo aquilo.
- eu sinto muito querida.
Tia Sumi abraçou-me no instante que colocou seu olhos sobre mim. Tia e eu não costumávamos a ser próximas, ela saiu da casa dos meus avós muito cedo para viver a própria vida e nossos únicos encontros eram no natal quando ela aparecia de surpresa. Tudo em minha cabeça ainda estava muito confuso e fiquei desligada do mundo por um tempo
- vem, vamos entrar... vou te mostrar onde fica o nosso quarto.
Lembro-me de ter me perdido uma vez dentro daquela enorme casa. Mas foi tudo culpa do senhor Taehyung! Taehyung... meu primeiro amigo na casa nova.
- você é a Youni? Oi, o meu nome é Kim Taehyung! - falou o menino que estava todo tímido, escondido atrás da saia da mãe.
- Kim... Tehun?
- não, é Kim Tae Hyung! - falou pausadamente, finalmente aproximando-se de mim. - Sumi, deixa eu leva-lá para brincar lá fora?
Tia Sumi olhou-nos com as sobrancelhas arqueadas antes de concordar. O garoto entrelaçou nossos dedos e pude notar que suas mãos estavam enfaixadas enquanto ele me puxava para outra direção, acompanhado de outra outra garota mais nova.Senhor Taehyung e eu sempre fomos tão próximos. Desde o primeiro dia que nos vimos. Mas não sei o que mudou entre nós dois, o mesmo anda estranho e fazendo coisas que não acho corretas.
Bebendo muito, saindo com várias mulheres e chegando tarde...Esse não é o Taehyung que eu conheço.
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𝐌𝐘 𝐏𝐄𝐑𝐒𝐎𝐍𝐀𝐋 𝐌𝐀𝐈𝐃, kim taehyung [ bts imagine ]
Fanfiction┌────────────── · · · · │ ❛ minha criada pessoal ❜ │ kim taehyung, imagine fanfic └────────────────── Depois da morte brutal da mãe pelas mãos de seu próprio pai Youni apenas tinha a sua tia Sumi. Sozinha e...