Capítulo 43

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     Dois dias se passaram, dois dias que não havia conseguido pregar meus olhos por um minuto, dias esses em que Youni permanecia imóvel naquela cama. Respirando com ajuda de aparelhos e a dormindo por altas doses de sedativos para amenizar sua dor. Os médicos nos avisaram que ela havia perdido bastante sangue devido a uma fratura nas costelas e o impacto de sua cabeça.

Quando estamos caindo, nosso primeiro e impulso é tentar proteger nossa cabeça, porém ela já havia sofrido uma pancada nos degraus e desmaiou antes de parar de cair, por esse motivo não conseguiu proteger sua cabeça.

Ainda não havia nenhuma previsão de quando ela acordaria, as doses de medicação já estavam sendo diminuídas.
Enquanto isso não acontecia, estava revezando os horários com Sumi e Misoo para cuidar de Youni e ter certeza que ela não ficaria sozinha nenhum segundo.

Deitado na poltrona ao lado de sua cama era visível o quanto ela dormia tão calmamente. Meus olhos vagaram por todo o gigantesco cômodo, fazendo-me devanear sobre o quanto o espaço se passaria facilmente por um quarto de hotel.
Se não fosse por um motivo: os aparelhos e monitores apitando e ecoando. Eles eram a única coisa que não deixavam aquele quarto silencioso.

Levantei da mesma poltrona e caminhei poucos passos até Youni.

Com minha mão sobre a sua, usei o polegar para deixar uma breve carícia, queria que Youni soubesse e sentisse que eu estava ali por ela, não importa por qual motivo. Alguns longos segundos passaram e eu apenas continuei a fita-lá como um bobo loucamente apaixonado.

Haviam alguns cortes por seu rosto, mas cobertos por exíguos curativos na sobrancelha e no canto de sua boca.
A cabeça enfaixada pelo tecido branco não me impediu de deixar ali um selar apaixonado.

- sua tia já deve estar chegando para ficar com você, mas eu vou voltar logo. - usei meu polegar para secar uma lágrima que havia se formado no canto de seus olhos - eu vou voltar logo para você... - trouxe sua mão até meu rosto e deixei ali um beijo longo.
Nesse momento a porta abre e Sumi passa pela mesma.

- senhor Taehyung, por que não vai para casa e descansa um pouco? - Sumi colocou sacolas sobre o balcão, guardando algumas bebidas e lanches dentro do frigobar.

- tudo bem, já estou indo. - deixei mais um beijo na testa de Youni e corri meus dedos pelos fios tão negros e tão longos. - eu te amo, espera por mim okay? - meu corpo recusava-se a deixar ela ali, mas eu entendia que se ela soubesse que não estou cuidando de mim mesmo, com certeza seria repreendido.

Sorri ao me afastar da cama, buscando pelo meu celular e carteira sobre isso criado mudo.

- tenha cuidado no seu caminho de volta, não esqueça de se alimentar bem e descansar bastante. - Sumi me pegou de surpresa com um abraço. Então puxou meu corpo para longe  do seu e notei as lágrimas em seus olhos. - meu menino já está tão crescido, nunca vou esquecer da primeira fralda sua que troquei.

Mesmo confuso com sua atitude, não contive o sorriso que surgirá.

Seus braços me envolveram uma última vez antes que eu alcançasse a maçaneta da porta. Olhei para Youni, meu corpo se recusava a ir mas acabei atravessando a saída.

[ YOUNI'S POV ]


     Ouvi a maçaneta da porta fechar e a chave girando na fechadura em seguida.

- está tudo bem, Taehyung já foi embora. - tia Sumi falou e as lágrimas já desciam pelo meu rosto e molhavam todo meu pescoço.
A dor em meu peito, a sensação de estar traindo a única coisa boa da minha vida eram sentimentos mais que evidentes. Os braços da mais velha me envolveram em um enlace de proteção, eu me permitir chorar ainda mais o que sentia.

[ flashback on ]

Para conseguir abrir meus olhos tive que usar toda a força restante no meu corpo, eu queria lutar, queria acordar e voltar para o Taehyung. O abraçar forte e dizer que tudo de pior já havia passado.
As luzes começaram a alcançar minhas pupilas e o lugar a minha volta ganhou forma outra vez.

Meu corpo não conseguia mexer, era como se estivesse acordada em um sonho, que logo foi despertado quando olhei para o lado e haviam alguns médicos de um lado, do lado oposto estavam minha tia Sumi e o sr. Kim junto de seu secretário.

Pisquei algumas vezes, sentindo o sangue novamente percorrer minhas veias.

- o procedimento foi um sucesso, a paciente está acordada. Vamos dar início aos testes para termos certeza que não houve nenhuma sequela. - enquanto eles faziam os mesmo testes diversas vezes, esperava por Taehyung mas ele não estava lá.
Meu coração doeu ao não vê-lo ali.

Os médicos me pediram para fazer várias coisas como seguir à luz, piscar uma vez para sim e duas para não.

Quando pensava que aquilo não haveria mais fim, os médicos saíram do quarto me deixando a sós com tia Sumi, o Sr. Kim e o seu secretário. Com ajuda da mais velha consegui me sentar, parece que já faz uma eternidade que não movimento meu corpo.

- o-onde... o Taehyung está? - minha voz estava falha mas eu precisava saber, eu quero ver ele mais que tudo no mundo.

- o senhor teve que ir para casa, não sai do seu lado o dia inteiro. Mas ele precisava de um tempo para ele também. - suspirei aliviada, ele logo viria me ver. - mas, existe algo que precisamos te contar, você só deverá ser forte para ouvir isso.

Meu coração já palpitava forte e com força dentro de meu peito, milhões de coisas se passaram por minha cabeça.

- nós descobrimos que a sua queda da escada não foi acidental. - o secretário do sr. Kim se aproxima de mim com um tablet e o me entrega para dar play em um vídeo.
Ao fazer isso uma imagem da câmera de segurança inicia.

Na imagem é possível ver um homem aguardando no canto da parede, como se estivesse esperando algo. Até que no fundo eu saio do quarto do senhor Taehyung e caminho na direção da escadaria. Na imagem eu tento me virar, me lembro de ter sido quando senti o calafrio estranho, mas o homem me empurrou e nesse momento rolei brutalmente escada abaixo.
O homem correu novamente até a janela e fugiu de volta.

- após termos acesso a esse vídeo, corremos para investigar e encontramos uma lixeira e uma escada naquele lugar. Achamos que esse homem as usou tanto para subir quanto para fugir. - o secretário ditou. - estamos fazendo as buscas mas ele não deixou nenhum sinal ou rastro.

- consegue reconhecer esse rosto? - minha tia coloca a mão sobre meu ombro.

Volto o vídeo para o início e congelo a imagem, todo meu corpo sofre um baque e sinto ar frio percorrer minha espinha.

- esse é... esse homem... - as palavras parecem faltar em minha língua, travando no meio do caminho. - esse homem é o meu pai.

𝐌𝐘 𝐏𝐄𝐑𝐒𝐎𝐍𝐀𝐋 𝐌𝐀𝐈𝐃, kim taehyung [ bts imagine ]Onde histórias criam vida. Descubra agora