𝐌𝐘 𝐏𝐄𝐑𝐒𝐎𝐍𝐀𝐋 𝐌𝐀𝐈𝐃, kim taehyung [ bts imagine ]

Capítulo 42

⠀ ̊⏜︵⠀˳⠀๋⠀ ⏜︵✿︵⏜ ⠀ ꫶⠀๋⠀⏜⠀᮫⠀⠀ ̊

     Youni já estava na sala de cirurgia faziam quatro horas e nesse meio tempo ninguém veio nos dar nenhuma notícia. Andava de um sala para o outro da sala de espera, sentindo o ar ficar cada vez mais pesado em minha volta.
Jeonggyu e meus pais estavam aqui ao lado de Sumi, Jungkook e Misoo também haviam acabado de chegar, eles vieram correndo quando souberam o que aconteceu.

Nenhum de nós falava nada, apenas torcíamos para o melhor acontecer.

Impaciente, sentei em uma das cadeiras mais afastadas e só então olhei minhas mãos. Elas ainda estavam manchadas pelos sangue de Youni. Por entre meus dedos trêmulos, velhas lembranças passaram por minha mente.

[ AUTORA'S POV ]

     Taehyung tinha apenas dez anos de idade, mas já sofria de uma séria crise de ansiedade.

Seus pais estavam ocupados demais com as aulas preparatórias do seu perfeito filho mais velho ou com as aulas de etiqueta da querida filha caçula. O que restava para ele?
A sensação de estar sozinho naquela enorme casa de campo ou de ser o filho menos preferidos de seus pais, trocado pelos seus irmãos.

O garoto já não sabia como deveria lidar com aquelas situação e apenas passou a se isolar cada vez mais em seu quarto.
Envolvido em livros e no seu próprio mundo particular.

Mas foi em uma noite que tudo mudou.

Todos da família Kim estavam reunidos na mesa de jantar para mais uma refeição em família. Taehyung estava sentado na cadeira entre seus irmãos, como típico filho do meio vivendo em nepotismo hereditário.
A senhora Kim fazia questão de cortar a carne de Jeonggyu enquanto exclamava orgulhosamente o quanto as notas do primogênito eram perfeitas.

- mais uma vez meu Jeonggyu tirou nota 10 em matemática, mamãe está muito orgulhosa de você! - a senhora se levantou um pouco e deu a volta na mesa até o garoto. Colocando seus braços em volta dele, fez questão de cortar a carne que ali havia no prato.

- como era de se esperar, o próximo presidente da nossa empresa precisa ser perfeito! Continue assim meu filho, com suas notas e todo o dinheiro que investimos em sua educação.... não esperamos menos que o seu trabalho duro. - sr. Kim cortou um pedaço do filé e levou até a boca, seguindo de um gole na taça de vinho tinto.

Taehyung só conseguia ouvir todo aquilo calado, mastigando sem fazer o mínimo de barulho para não ser notado.

- e quanto a você, Taehyung, como está indo na escola? - o menino encolheu os ombros e devolveu o garfo para o prato, olhando fixamente para aquele pedaço de carne mal passado em sua frente.
Sem saber o que responder, apenas continuou calado.

Se esperavam a perfeição de Jeonggyu, o que diriam se descobrissem sobre a nota 8 em matemática de Taehyung.

- Taehyung, por favor responda seu pai quando ele te pergunta algo. - sra. Kim voltava para seu assento.

- desculpa, pai. - Taehyung mexia nas pontas de seus dedos como um sinal de ansiedade, apertando suas unhas e as puxando. Quebrando as mesmas. - eu... e-eu tirei 8 em matemática.

O Sr. e Sra. Kim ficaram calados por um momento, apenas olhando para o garoto.

- nota 8? - o Sr. Kim repetiu e Taehyung apenas assentiu brevemente. - bem, teremos que contratar um professor particular para você, passa muito tempo lendo livros de fantasia.

- e-eu... - o garoto abriu a boca para se desculpar porém foi interrompido.

- papai, eu ganhei o solo no recital de natal. - Eonjin, filha caçula, falou animada.
Taehyung conseguiu finalmente suspirar ao saber que havia se livrado de uma bronca maior, conseguindo voltar a comer.

Em um determinado momento, o garoto estava cortando aquele mesmo pedaço de filé quando a faca escorregou da carne e foi em direção a sua mão, abrindo ali um corte.
O sangue começou a surgir na abertura e sujar o pano branco em cima da mesa.

No mesmo instantes todos alarmaram e a sra. Kim correu até o mesmo, pressionando um ferimento com o pano de prato.

Naquele momento, quando a atenção estava em Taehyung, ele não ficou intimidado ou nervoso pois havia percebido que enquanto sua mão sangrava, os outros ao seu redor finalmente estavam preocupados com ele.
A senhora Kim e o senhor Kim a todo momento o perguntavam se ele estava bem.

Aquele corte estava doendo, muito, mas a dor parecia sumir perto do carinho vindo de seus pais.
Aqueles incidentes começaram a acontecer com mais frequência, e o garoto parou de se sentir excluído em sua própria família.

E durou um tempo, até o dia em que uma garotinha órfã apareceu em sua porta. Aquela menina parecia realmente se importar com ele, e toda a necessidade de se machucar para ganhar atenção acabou se esvaindo.

Ele não precisava disso para ter a atenção ela, pois aquela mesma menina órfã, o amava por tudo o que ele era e não apenas suas atitudes.

[ TAEHYUNG'S POV ]

     Olhei para minhas mãos e aquela cicatriz entre o pulso e o dedão voltou a doer novamente.

Ouvi passos se aproximando do corredor e ao olhar naquela direção vi três médicos caminhando na nossa direção. Não hesitei em ir o mais rápido até eles, com meu coração amarrado ao pé de tão aflito.

- a cirurgia foi um sucesso. - o doutor disse antes mesmo de me dar a oportunidade de perguntar, aquelas palavras tiraram um enorme peso da minha consciência e meus ombros. - a paciente já foi levada até o quarto onde está recebendo os devidos cuidados.

- ela sofreu um grande trauma na cabeça então temos que esperar até que a mesma acorde da anestesia para ter certeza que nenhum dano ou sequela foi causado. - o outro médico então falou. - mas podemos dizer, como médicos, quero maior risco já passou.
Todos na sala, deu para sentir o quanto ficamos aliviados.

- muito obrigado. - agradeço ao médico e abraço Sumi com força.

Ela está bem, é tudo o que importa.