Capítulo 44

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     A última palavra saiu como um sussurro.

     - como... ele ainda deveria estar pagando pelo crime que fez contra minha mãe. - lágrimas de raiva surgem em meus olhos.

- pelo o que tudo indica ele foi liberado de sua pena por boa conduta na cadeia. Tentei recorrer para que isso não acontecesse mas, eu não consegui. Sinto muito Youni. - tia Sumi se ajoelha ao chão e implora por meu perdão de mãos juntas.

- tia não faça isso, você não me deve perdão. - tentei ir até ela mas meu corpo não respondeu bem, ainda estava recuperando suas forças.

Naquele momento eu só podia sentir como o ódio me consumia ao simples imaginar que meu pai... que esse monstro foi solto por boa conduta. Todo o sofrimento que ele causou, todas as noites gritando e chamando por minha mãe.

Ele nunca poderá tirá-la de minhas lembranças felizes, talvez o meu ódio seja apenas um sentimento inexplorado de pena compulsiva.

- Youni, temos que contar mais uma coisa... - sr. Kim falou. - para a sua segurança e a segurança de sua tia, nós achamos que seria melhor se vocês duas deixassem a Coréia por um tempo. - meus olhos não conseguiram continuar secos, só em pensar na possibilidade de abandonar Taehyung e tudo aqui. - eu mandarei vocês duas para os Estados Unidos, lá vocês ficarão seguras.

- senhor Kim eu não posso simplesmente deixar tudo, eu não posso deixar...

- sei como isso é uma difícil escolha, você ama meu filho - o mais velho chegou próximo o suficiente para enxugar a lágrima que deslizava por minha bochecha. - sim, eu posso ver nos seus olhos o quanto o ama, mas ficar aqui é arriscado demais tanto para você, quanto para Taehyung.

De fato, não duvidaria em mil anos que Taehyung pularia em frente a uma bala se fosse necessário.

- eu não posso arriscar que ele se machuque... - Inspirei fundo o suficiente para meu peito expandir com o ar frio que me invadia até a alma. Estão nos separando mais uma vez, mas se for para que ele fique a salvo, eu sou capaz de abrir a mão da minha felicidade para entrega-lá nas mãos que me trouxeram tanta um dia.

Recostei minha cabeça contra o travesseiro da cama, fitando o teto branco vi tudo o que tivemos de passar até chegar onde estamos hoje.

Não, eu não posso deixar que o machuquem!

- então, o que você decidiu? - tia Sumi tocou minha mão com a sua, buscando alguma forma de me reconfortar. Nem mil abraços conseguiram.

- tudo bem, iremos para os Estados Unidos, mas antes... eu preciso escrever uma carta, não posso ir embora sem me despedir dele. - Sr. Kim concordou enquanto deixava o quarto do hospital.
Tia Sumi me entregou papel e caneta antes de segui-los até o lado de fora.

Tudo que restou, um quarto vazio mas tão lotado das emoções que meu coração gritava agora... enquanto o céu chorava do lado de fora, aqui dentro eu chovia.
Segurei a caneta com mãos trêmulas, molhando o papel com tinta e lágrimas.

[ flashback off ]

E agora aqui estou eu, fugindo para proteger o homem que amo.

[ TAEHYUNG'S POV ]

     Eu me sentia pela primeira vez em dias, capaz de derrotar sozinho o maior dos exércitos que aparecesse na minha frente. Bem, foi uma das melhores noites que tive, mas não entra no meu top 5... todas eu passei com Youni.
Para ser sincero, meus momentos mais felizes foram ao lado dela.

Se seu sorriso estivesse ali, ele estaria de mãos dadas com o meu.

- aonde está indo tão cedo com tanta pressa? - me assustei ao ver Jeonggyu na sala com algum livro em mãos que não consegui identificar. - na verdade, nem precisa responder irmãozinho! Mande melhoras para Youni.
Não sei o que deveria responder, então apenas acenei positivamente enquanto procurava pelas chaves do meu carro.

[...]

Eu passei por uma banca de flores antes de seguir para o hospital, as rosas que trouxe comigo ontem já devem estar murchas. Hoje elas parecem mais lindas que qualquer outra em um campo na primavera.

O corredor até o quarto de Youni se encontrava vazio tão frio, o que era de se estranhar por não estar sendo preenchido pela voz de Sumi conversando com minha namorada que mesmo dormindo, parecia gostar quando sua tia falava sobre como o dia estava radiante.

A porta estava aberta, estranhei de cara.

Mas nada se comparou a cena que vi ao entrar no quarto.

A cama completamente vazia mas havia uma pessoa no quarto, uma enfermeira que trocava os lençóis brancos.

- desculpe, acho que entrei no quarto errado. - foi o que tentei acreditar até ver que o número na porta ainda era o mesmo. - com licença, o que houve com a paciente que estava internada neste quarto?

- ela já foi embora, senhor. Ontem os médicos assinaram sua alta e ela deixou o hospital na mesma hora. - a enfermeira se aproximou com um envelope em mãos. - isso foi pedido para ser entregue ao jovem que viesse procurá-la.
Tudo estava fazendo minha cabeça rodar em círculos agora, mas os círculos tinham uma rachadura que me obrigava a saltar.

Saltar na direção de algo que não era bom.

Meus olhos corriam pelas linhas e mais linhas que preenchiam toda aquela folha seguidos pelas lágrimas que acumulavam, embaçando minha íris.

- deve haver uma engano, não entendo por que ela escreveria algo assim para mim! Não, deve haver algum erro...
Corri até a recepção o mais rápido que pude, perguntando sobre Youni mas tudo que a recepcionista podia me dizer e que elas de fato haviam saído ontem depois que fui para casa.

Não, isso não pode estar certo!

Youni não pode ter ido embora assim!

Isso não pode estar acontecendo!

𝐌𝐘 𝐏𝐄𝐑𝐒𝐎𝐍𝐀𝐋 𝐌𝐀𝐈𝐃, kim taehyung [ bts imagine ]Onde histórias criam vida. Descubra agora