As flores.

22 3 0
                                    

Sempre gostei mais de flores e plantas que de pessoas. As plantas transmitem uma paz enquanto as pessoas estão sempre em guerras e caos. Foi assim na volta à escola, adolescentes gritavam e riam tornando tudo bem mais agitado.
Tenho dificuldades comunicativas devido ao tempo que passei reclusa em casa, portanto apenas cheguei e fui para a sala sem olhar muito para as pessoas.
Diferente dos filmes e séries ninguém parou para olhar quem era a garota nova que tinha chegado. Quando a professora entrou me apresentou para a turma de forma natural:
-Bom dia pessoal. Mais um ano letivo se inicia, e esse ano teremos projetos muito importantes que irão precisar de todo o apoio da classe. Também temos aqui uma aluna nova, qual o seu nome querida?.- Ela era uma mulher magra e morena, usava uma saia azul justa e um colete por cima da blusa que combinavam com meu estilo.
- Me chamo Helena Vistckácio.
-Seja bem vinda Helena.
-Obrigada.
-Então alunos, começaremos o ano falando de literatura. Abram seus livros na página 23.

Segunda-feira, 14:15 hrs

Não acredito em amor à primeira vista, mas não imaginava que me interessaria tanto por um garoto sentado ao meu lado na aula. Depois depois um tempo de apresentações eu descobri seu nome, se chamava Erick Levin e segundo ele, deseja cursar arquitetura. Ele tem o cabelo preto e cacheado um pouco comprido, usa óculos, tem um estilo meio hippie e covinhas lindas quando sorri.
A escola não foi a parte mais difícil do meu dia, ninguém me incomodou e algumas meninas até falaram comigo durante o intervalo e me convidaram para sentar com elas. O maior problema tive quando cheguei em casa, minha mãe tinha ido comprar um presente para mim em comemoração ao primeiro dia de aula e um motorista alcoolizado bateu o carro nela.
Fui até o hospital e encontrei meu pai sentado numa cadeira com um olhar triste e preocupado. Logo que cheguei o abracei.
-Pai, qual o estado da mamãe?
-O médico disse que não sabem ainda filha e que devo esperar .-Ele disse e logo começou a chorar, percebi então que a situação estava crítica e o consolei tentando não mostrar o quanto eu estava nervosa.

Segunda-feira. 23:30

E foi assim que aconteceu. Ficamos esperando e o médico apareceu, no seu semblante já se via que as notícias não eram boas.
-Então doutor, como minha mulher está?-
Meu pai logo se levantou num desespero.
-Infelizmente senhor Júlio, sua esposa não resistiu a cirurgia.

Depois dos sonhos.Onde histórias criam vida. Descubra agora