14° Capítulo - Falsas soluções.

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Caleb ainda segurava o porta retratos em mãos e estava boquiaberto encarando Gabi, ela abriu a mesma gaveta em que estava a lâmpada e tirou de lá um caderno azul, colocando-o sobre a cômoda.

– Quando exatamente ela foi assassinada? – Ele reuniu coragem para perguntar.

– No dia do Grande Baile na universidade. A última vez que eu a vi ela estava muito animada se arrumando para o evento.

Caleb ponderou lembrando-se daquele dia e olhando aquela foto novamente ele soube que havia visto Luiza.

– A garota estava com um vestido preto e all star. Eu podia jurar que ela havia ido embora com o pai.

– Espera, você a viu exatamente nesse dia? – Gabi perguntou com escárnio, achando ser brincadeira.

– Sim, eu a vi. – Respondeu atônito encarando Gabi seriamente. – Eu a vi sendo levada a força para um quarto quando estava prestes a descer as escadas da recepção. Tinha um cara bem mais velho com ela, eu fiquei preocupado e resolvi espiar, mas a vi chamando-o de pai.

Quando viu que era verdade o coração de Gabi parou, ela havia lido todos os documentos das testemunhas e nada levava até o pai da Luiza.

– Não pode ser. Ele depôs que a última vez que se viram foi no dia anterior ao baile, ele não esteve na universidade.

Sua voz estava fraca, suas mãos começaram a tremer e sua respiração seguia descompassada, Gabi estava tendo um ataque asmático.

– Gabi? – Caleb segurou os braços da garota e fez ela o encarar. – Gabi, você precisa respirar e pensar com calma!

– Não, não, não!

– Qual é o problema?

A respiração da garota foi desacelerando e ela olhou para Caleb com pesar.

– Você foi testemunha, esse é o problema. pode estar tanto em risco como eu...

– Primeiro, isso não faz sentido. Segundo, eu não acho que tenha visto nada demais.

– Há algo de errado nessa história. Luiza literalmente morreu nos braços de Thomas, mas antes ela o fez prometer não contar para ninguém que ela tinha sido assassinada.

Caleb colocou a mão no queixo em processo de reflexão e começou a entender o que estava acontecendo.

– Se ele falasse que alguém a matou, esse alguém iria atrás dele achando que ela deu mais informações. Thomas e as pessoas ao nosso redor estariam em risco. Isso significa também que...

– Ela sabia que ia morrer. – Concluiu Gabi. – Eu a vi se arrumando, confesso que discutimos, mas ela estava bem. Você a viu com o pai e ele xingou ela. Por último Thomas a viu descendo as escadas e ela já estava estranha. 

– Luiza provavelmente descobriu o segredo de alguém perigoso, tentou fazer o certo, pressionou a pessoa. Conheço pelo menos cinquenta histórias dessas.

– Eu conheço mais oitenta sobre maridos agressivos que espancam a mulher e fazem da vida dos filhos uma merda. – Ela disse lembrando especificamente de alguém.

Caleb respirou fundo, as peças do caso estavam se encaixando e ele sabia exatamente onde Gabi queria chegar tanto quanto sabia que ela não conseguiria falar. Descobriram a verdade.

– Nós encontramos o assassino. Um homem matou a própria filha envenenada.

Sendo atingida pelo baque das palavras de Caleb aos quais ela tanto fugira, Gabi caiu de joelhos ao chão perdendo a força nas pernas, seus olhos se encheram d'água e o desespero e raiva escorreram em forma de lágrimas.

( EM REVISÃO )Onde histórias criam vida. Descubra agora